quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Futebol, amizade e memória: ex-funcionários da Alcoa se reencontram na 2ª edição do jogo Amigos do Tadeu x Amigos do Zé Paulino

Poços de Caldas, MG – Mais do que um jogo de futebol, a segunda edição do encontro Amigos do Tadeu x Amigos do Zé Paulino foi marcada por emoção, histórias e pelo reencontro de homens que ajudaram a construir não apenas a trajetória da Alcoa em Poços de Caldas, mas também a própria história da ADC Alcoa. O evento reuniu funcionários e ex-funcionários da empresa, muitos deles aposentados, que voltaram ao campo para reviver amizades, celebrar o esporte e fortalecer laços que atravessam décadas.

Todos os participantes têm em comum a passagem pela Alcoa e a ligação direta com o crescimento do clube. Para muitos, o futebol sempre foi parte essencial da rotina, mesmo após longas e cansativas jornadas de trabalho na fábrica.

Entre os nomes que simbolizam essa história está João Aparecido Souza, mais conhecido como João Garrafa. Ex-funcionário da Alcoa, ele relembra com carinho sua chegada à empresa, seu primeiro emprego e a relação imediata com o futebol. “Quando cheguei, já perguntaram se eu jogava bola. Eu era atacante, mas acabei indo para a zaga por uma necessidade do time. Foi numa emergência, mas gostei e fiquei”, contou.

João Garrafa destaca que fez parte de uma geração vitoriosa dentro do clube, com diversos títulos, troféus de disciplina, artilharia e defesa menos vazada. “Chegamos a ganhar quatro troféus em um ano. Era um time muito bom, uma época muito especial”, recorda. Mesmo após uma lesão no joelho e anos afastado dos gramados, ele voltou a jogar no encontro do ano passado. “Perdemos o jogo, mas saí feliz porque não senti dor nenhuma. Este ano joguei um pouco, cansei, mas graças a Deus estou bem”, afirmou emocionado.

Outro personagem central do encontro é José Paulino, um dos idealizadores do jogo. Funcionário da Alcoa desde 1976, ele sempre manteve forte ligação com o esporte e com o clube. “Sempre fomos muito envolvidos com o futebol, disputando campeonatos, divulgando o nome do clube e fortalecendo essa união”, explicou. Segundo ele, após a aposentadoria, muitos colegas acabaram se distanciando, o que motivou a criação do encontro. “Eu e o Tadeu tivemos a ideia de fazer essa confraternização no final do ano. Começamos no ano passado e agora virou tradição”, disse.

Para Joaquim Tadeu Mafra, que trabalhou na Alcoa de fevereiro de 1976 até janeiro de 2010, o futebol é apenas uma parte de uma longa história vivida dentro da empresa e do clube. “Quando comecei, nem existia o clube como é hoje. Joguei aqui quando o campo era só pedregulho. Vi tudo crescer: quadra, ginásio, piscinas, academias”, relembrou. Tadeu também destacou momentos históricos, como treinamentos da Seleção Brasileira de Vôlei no ginásio da ADC Alcoa. “Vi de perto o Bernardinho, jogadores históricos… é muita história vivida aqui dentro.”

O reencontro também foi motivo de alegria para Floripe Miguel de Oliveira, que trabalhou na Alcoa por 25 anos, entre 1972 e 1996. Para ele, o evento vai além do esporte. “É um prazer enorme rever os amigos, conversar, matar a saudade. História aqui não falta. Hoje eu prefiro assistir, correr já não dá mais, mas estar aqui já vale muito”, afirmou, com bom humor.

A importância do evento também foi destacada pela atual diretoria do clube. Rogério Horácio Ferreira, vice-presidente da ADC Alcoa desde 2014, ressaltou o simbolismo do jogo. “É um dia especial, com pessoas que trabalharam por muitos anos na Alcoa e ajudaram a construir o clube desde o começo. Muitos literalmente ajudaram na construção das instalações”, explicou.

Além da confraternização, o encontro também teve caráter solidário. Durante todo o mês de dezembro, a ADC Alcoa promove uma campanha de arrecadação de leite, envolvendo diferentes modalidades do clube, como academia, ginástica rítmica e judô. Os donativos serão destinados a uma instituição beneficente da cidade. “É um mês festivo, de solidariedade e de união”, completou Rogério.

Aberto à comunidade, o clube segue fortalecendo sua vocação esportiva e social. “O clube é da Alcoa, administrado por funcionários, mas está aberto à sociedade. Quem quiser conhecer as instalações ou se tornar associado será sempre bem-vindo”, destacou o vice-presidente.

Ao final, o placar ficou em segundo plano. O que realmente venceu foi a amizade, a memória e o orgulho de uma geração que ajudou a construir a história da Alcoa, da ADC Alcoa e do esporte em Poços de Caldas.

Nenhum comentário: