sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Falta de educação no trânsito

Poços de Caldas está beirando seus 200 mil habitantes, número que pode alcançar já no próximo Censo, a ser divulgado ainda no final deste ano.
A cidade mediana já está perdendo um pouco seu ar de interior e demonstra alguns problemas de municípios maiores. O nosso trânsito é um reflexo disto. Motoristas e motociclistas completamente despreparados estão soltos no dia-a-dia. Eu mesmo fui vítima, no último domingo, de um despreparado que me atropelou na faixa de segurança na praça Pedro Sanches e sequer prestou socorro. A falta de socorro, aliás, é comum entre os atropeladores. Poucos se dão ao trabalho em dar atenção às suas próprias vítimas. Um médico me relatou que esta falta de socorro acaba certas vezes causando um trauma maior no atropelado do que o próprio atropelamento. Ele contou um caso de uma senhora que foi atropelada na avenida João Pinheiro e ficou caída no meio da pista com os carros desviando dela sem que ninguém parasse para sinalizar o local. “Quando chegamos, ela estava em completo estado de choque pela omissão das pessoas. Infelizmentem estamos num mundo em que o ser humano pensa apenas em si e o outros que se danem”, disse o médico.
Claro que a falta de educação não está apenas com os condutores. Muitos pedestres abusam da sorte e sequer sabem definir onde é uma faixa de segurança, fazendo a travessia em qualquer lugar. Mas o condutor precisa estar ciente que este pedestre, mesmo estando completamente errado, tem prioridade e precisa ser respeitado. Não tem sentido avançar um semáforo, mesmo que aberto, e jogar o carro em cima do pedestre.
No meu caso tive apenas ferimentos leves e estou inteiro novamente, mas muitos não têm esta mesma sorte.
Há pouco tempo, comprei uma bicicleta, bastante recomendada pelo Luiz Lotti Neto, o Gijo, um dos grandes campeões que temos no ciclismo de Poços de Caldas. Pensei que iria virar um novo ciclista ou que pelo menos perderia um pouco da minha barriga. Comecei a vir trabalhar com a bike, mas pouco tempo depois desisti. Motivo: a falta de respeito dos motoristas de Poços. Penso que a grande maioria não frequentou sequer uma autoescola. A lei é clara e diz que o motorista precisa manter pelo menos 1,5 m de um ciclista. Em Poços isto acontece? Claro que não. Quando saía de casa para o jornal, num percurso de 10 minutos, passava por diversas situações difíceis. Carros, caminhões e ônibus espremendo e, claro, levando vantagem. Para estes condutores o ciclista não existe.
Conversei com vários ciclistas e todos me disseram que passam pelo mesmo problema. Se um ciclista quiser praticar o esporte preferido na cidade ou simplesmente se deslocar até seu trabalho precisa enfrentar estas situações. A recomendação da maioria é que se ande apenas na ciclovia, ou seja, no caso de Poços de Caldas, somente em alguns quarteirões da avenida João Pinheiro ou indo para a zona sul. O que fazer então com o resto do percurso? Na minha opinião, isto melhoraria com uma punição severa a estes motoristas. Não se pode brincar com vidas tão facilmente e ficar impune. Eu nem sei quem me atropelou, mas ele está por aí. Solto e até rindo da situação. Quem garante que não fará novas vítimas? Com o crescimento da cidade e o aumento de veículos o problema tende a piorar.

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