PAULO VITOR DE CAMPOS
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Poços de Caldas, MG - Matheus Ferreira é um desses talentos que surpreendem e inspiram. Com o futebol nos sonhos desde os cinco anos, ele sempre imaginou seu futuro nos gramados. Matheus deu seus primeiros passos no esporte nas escolinhas Zico 10/Coopoços, URCP e Curimbaba. Seu talento o levou a equipes de renome como São Paulo, Atlético, Guarani, e Desportivo Brasil. Seu último clube foi o Paulista de Jundiaí.
No entanto, algumas lesões e obstáculos o afastaram do futebol profissional. “O esporte estava no sangue, então não dava para ficar longe”, conta Matheus. Após deixar o futebol, ele descobriu o fisiculturismo, uma modalidade que o chamou pela intensidade e pelos desafios. “O futebol era meu sonho, mas os planos de Deus às vezes são diferentes dos nossos. Conheci muita gente e lugares, tive muitas experiências, e o fisiculturismo apareceu na minha vida quando eu tinha 17 para 18 anos”, lembra.
O próprio dono da academia onde ele treinava percebeu seu potencial e o incentivou a investir no esporte. Desde então, Matheus mergulhou de cabeça, aprimorando-se e se desafiando cada vez mais. “Eu gosto de desafios, e o fisiculturismo é um esporte que exige dedicação e superação constante”, afirma.
Questionado sobre suas inspirações, Matheus revelou que sua motivação para ingressar no esporte veio inicialmente das conversas com colegas da academia, que enxergaram seu potencial para o fisiculturismo.
“Foi mais na conversa mesmo”, comenta Matheus, explicando que, com o tempo, passou a acompanhar o trabalho do fisiculturista Filipe Franco, uma grande referência na época. “Comecei a assistir aos vídeos dele, acompanhar o trabalho, e fui pegando gosto pelo esporte a cada dia.”
A partir desse contato inicial e inspirado por um dos ícones do fisiculturismo brasileiro, Matheus se dedicou ao novo esporte com o mesmo empenho que aplicava no futebol, buscando superar seus limites e se aprimorar continuamente.
Competições
Recentemente, ele competiu no ENAF, onde se destacou, em uma disputa de alto nível, repleta de grandes atletas. “Foi uma preparação intensa e trabalhamos em uma nova estratégia.
A trajetória de Matheus no fisiculturismo teve início no campeonato em Campinas, em 16 de março, onde ele e seu treinador embarcaram em uma preparação intensa e alcançaram o terceiro lugar, uma vitória significativa em sua primeira experiência no palco. “Foi uma experiência marcante, com um nível muito alto. Subimos com a ideia de aprender, e conseguimos um top 3”, relembra.
Para manter o condicionamento necessário para as competições, Matheus segue uma rotina rigorosa de treinos, alimentação e cuidados físicos. “A rotina exige disciplina diária. Cada preparação traz um desafio diferente, e essa é a parte que me motiva – superar cada etapa e me ver avançando.”
Família
Matheus Ferreira é pai de um filho de dois anos e meio, casado e conta com ajuda da esposa que o ajuda nos treinos e preparação para as competições. “Minha esposa é sensacional, me ajudou muito preparando minhas marmitas e me apoiando todos os dias e não deixando eu desistir”, conta Matheus. Ele leva uma rotina intensa para conciliar o trabalho como auxiliar, o papel de pai e marido, e a exigente disciplina do fisiculturismo. “Trabalho todos os dias, com apenas duas folgas no mês e dois domingos livres. É muita correria, mas quem tem um sonho vai atrás”, revela. Com dedicação diária, ele persegue o sonho de conquistar o ProCard – o título que confere status de atleta profissional.
Com os planos traçados para o fim de ano, Matheus iniciará um período focado em ganho de peso e aprimoramento de pontos fracos para se preparar para as competições de 2025. “Quero disputar entre dois e três campeonatos e tentar o ProCard, que é o que todos buscam, mas para isso você precisa ser o melhor”, explica. O ProCard - Esse cartão confere ao dono o status de atleta profissional de fisiculturismo, abrindo portas para competir em eventos profissionais de prestígio em todo o mundo. Uma vez obtido o pro card, o bodybuilder não pode voltar atrás e competir em eventos amadores.
A modalidade
O fisiculturismo, uma modalidade que desafia e exige disciplina extrema dos atletas, é uma competição de apresentações e poses, onde cada detalhe conta pontos. Matheus Ferreira, atleta da categoria Classic Physique, detalha as exigências e os aspectos que os árbitros avaliam durante as disputas.
“No fisiculturismo, os atletas competem em apresentações de poses. Os juízes pedem poses específicas, e também temos uma apresentação individual, onde mostramos nossa melhor forma,” explica Matheus. Na competição, são analisados o corte e a definição do físico, assim como a harmonia muscular, ou seja, o equilíbrio entre os diferentes grupos musculares. Na Classic Physique, categoria de Matheus, a exigência é ter um físico completo, bem definido e com simetria.
“Competimos de sunga, e os juízes observam tudo: dorsal, frente, pernas – tudo precisa estar bem marcado. As pernas, por exemplo, devem ter cortes nítidos. É esse conjunto harmônico que os árbitros buscam”, acrescenta o atleta.
APOIO
Embora esteja determinado a conquistar seu espaço no fisiculturismo, Matheus Ferreira enfrenta um desafio comum entre os atletas brasileiros: a falta de apoio financeiro. Sem patrocínio para custear os altos gastos mensais, que podem chegar a R$ 4 mil, ele busca parcerias para continuar evoluindo na modalidade.
“Não tenho nenhum patrocínio, mas recebo a ajuda do meu nutricionista, Guilherme Mendes, e do meu treinador, Estevam, que me acompanham sem cobrar. É uma forma de me apoiarem, porque é um esporte caro e tenho despesas com minha família também”, explica Matheus. Mesmo com o apoio da equipe e da esposa, ele ressalta que o esporte exige altos investimentos em suplementação, alimentação e preparo.
Para aqueles que desejam contribuir e ajudar Matheus a alcançar seu sonho de se tornar profissional no fisiculturismo, ele disponibiliza seu Instagram, @mateusaugustoferreira, como canal de contato. “Quem quiser apoiar, é só entrar em contato. Qualquer ajuda agrega muito ao projeto que estou construindo,” afirma o atleta, que agradece também à família e à equipe de suporte.
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