Poços de Caldas, MG - Na manhã do último domingo (14), o Ginásio Dr. Ronaldo Junqueira, na sede social da Associação Atlética Caldense, foi tatame da cerimônia de graduação dos atletas de Muay Thai do clube. O evento contou com apresentação aberta a sócios, familiares e convidados, celebrando a evolução técnica dos praticantes ao longo do ano e reforçando o caráter educativo, social e inclusivo da modalidade.
Responsável pelas atividades, o professor Felipe Fonseca Quiciri explicou que a graduação é tratada como uma cerimônia e não como um exame. “Na minha metodologia, quem é convidado a graduar já está apto. Por isso, chamamos de cerimônia: é para coroar um ano inteiro de treinos. Aqui fazemos a colação de grau, seja para quem está pegando o primeiro grau ou subindo, com o prajied no braço, que faz uma alusão à faixa do judô ou do jiu-jitsu”, afirmou. Segundo o professor, a graduação reúne praticantes da Caldense e também do seu ginásio.
Outro destaque é a forte presença feminina nos treinos. De acordo com Quiciri, mais de metade dos praticantes da modalidade no clube são mulheres. “Isso é muito bacana porque a mulher aprende a se defender. E quem acha que mulher não tem força está muito enganado. Quem está assistindo à graduação comprova isso com os próprios olhos”, destacou. As crianças também têm papel importante no projeto. “Ao contrário do que muita gente pensa, a luta ajuda a desenvolver autocontrole e disciplina. Elas entendem regras, aprendem que um golpe pode machucar o colega. Os pais percebem que os filhos ficam mais calmos e disciplinados, além de ajudar a gastar energia”, completou.
O evento ganhou um significado ainda mais especial por integrar as comemorações do centenário da Caldense. “É um ano marcante, 100 anos do clube. Eu trouxe o projeto de Muay Thai para a Caldense há oito anos, o clube abraçou e deu oportunidade. Hoje temos cerca de 180 praticantes. Nosso foco não é apenas o competitivo, mas qualidade de vida, ganho de força, emagrecimento e bem-estar”, ressaltou o professor, que também convidou associados a conhecerem as aulas, realizadas em diferentes horários ao longo da semana, sempre com orientação e segurança.
Entre os graduandos, histórias de convivência familiar chamaram a atenção. O aluno Luciano Marques Moraes treina ao lado do filho há três anos e destacou a importância do esporte na formação. “É importante para a criança aprender o senso de responsabilidade, entender que o esforço vale a pena, porque no final do ano tem a graduação. Treinar junto aproxima ainda mais, a gente está sempre próximo”, disse. Para o filho, João Pedro Sacai Moraes, dividir o tatame com o pai é estímulo constante. “É sempre querer melhorar. O treino é em dupla e, quando um vai mal, acaba levando o outro junto. Então é se dedicar. Estou demais feliz com essa nossa graduação”, contou.
A emoção também esteve presente entre os familiares que acompanharam as crianças. A mãe Joana D’Arc Migot assistiu à graduação do filho Luigi Miguel Migot Moreira, de 8 anos, praticante da modalidade há cerca de oito meses. “Além de ajudar na disciplina, é uma atividade bem completa. Ele faz outras artes marciais, mas está amando o Muay Thai”, relatou. Sobre o momento da graduação, Joana destacou o sentimento de orgulho. “É emocionante ver ele inserido no esporte desde pequeno. É algo que ele vai levar para a vida toda”, afirmou.
Representando o público feminino, a atleta Iris Ferreira viveu sua primeira graduação após seis meses de prática. “É muito gratificante. O professor dá muito apoio para a gente”, disse. Iris contou que entrou no Muay Thai inicialmente pela defesa pessoal, mas acabou se apaixonando pela modalidade. “É um ambiente acolhedor, tem muitas mulheres e isso faz toda a diferença. Fechar o ano com a graduação é especial”, completou.
Além do aspecto esportivo e formativo, a cerimônia também teve caráter solidário, com arrecadação de alimentos que serão destinados à doação, reforçando o compromisso social do Muay Thai da Associação Atlética Caldense.
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