Poços de Caldas, MG – A Associação dos Ciclistas de Poços de Caldas (ACPC) enviou ofício ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER) de Minas Gerais em janeiro deste ano solicitando intervenção na rodovia BR 267, do km 254 ao 236.
“Pedimos ao DEER que seja devidamente sinalizado o trecho compreendido desde o final da avenida Mansur Frayha até a divisa do Estado de Minas Gerais com São Paulo. Queremos placas para orientar o tráfego e advertir os ciclistas e se possível que sejam implantadas ciclofaixas nos trechos mais críticos em termos de movimento de veículos. Este é um trecho de extremo risco para os ciclistas, pois falta acostamento, sinalizações, ciclovias ou ciclofaixas”, diz o presidente da ACPC Arison Danziger Darróz Siqueira.
Ele complementa dizendo que no ofício foram citados os riscos permanentes nesta rodovia devido ao grande número de ciclistas que por lá circulam. “Têm sido frequentes os acidentes com ciclistas, como os que ocorreram em 2019, inclusive com óbito. A Associação pede providências ao Departamento para redução do número de ciclistas envolvidos em acidentes e ocorrências. Não existe a menor segurança para transitar de bicicleta no trecho”, pontua Siqueira.
Segundo levantamento da ACPC, circulam, aos fins de semana, aproximadamente 800 ciclistas, ocupando acostamentos, quando existentes, ou as margens da rodovia.
Siqueira acrescenta que com a pandemia e o fechamento de parques e academias um grande número de pessoas aderiram à bicicleta para a prática de esporte, além dos que já utilizam como meio de transporte. “A Associação não incentiva a aglomeração de ciclistas, mas preza pela segurança dos mesmos. Neste momento de isolamento, o ideal é não andar em grupos e preservar o distanciamento social”, pondera ele.
Placas
“Recebemos do DEER uma resposta negativa quanto à implantação de placas de sinalização e a Associação deixa claro que a segurança dos ciclistas nas vias não sinalizadas é de responsabilidade dos órgãos públicos. Esse pedido vem sendo feito há anos, antes mesmos da ACPC existir”, alerta o presidente.
Siqueira ainda ressalta que a prefeitura procurou saber em quais locais seriam permitidas as placas, porém, o DEER não autorizou a colocação.
DEER
O Departamento, ao responder o ofício da Associação, disse que a infraestrutura do trecho citado serve para o deslocamento seguro e eficiente de veículos automotores. “Frisa-se que não há demanda de transporte intermunicipal ou interestadual a ser executado com bicicletas, sendo esta prática recreativa, portanto, altamente recomendado pela engenharia rodoviária que seja praticada em locais adequados, haja vista o ciclista possuir menos de 10% da massa de um veículo leve e média de 20% da velocidade operacional do segmento”. A resposta do DEER também acrescenta que o acostamento das rodovias é destinado à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletass quando não houver local apropriado para isso. E que, então, mesmo não sendo proibido, o tráfego de ciclistas pelas margens de rodovias não é recomendado.
“Esta autarquia não pode incentivar tal prática às margens de rodovia, haja vista os enormes riscos e perigos envolvidos. Esta autarquia não possui recursos para implantação de ciclovias à faixa de domínio das rodovia, não sendo este o serviço de natureza rodoviária, podendo a prefeitura municipal apresentar ao DER/MG projeto de uso e ocupação a ser executado pela mesma”.
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