PAULO VITOR DE CAMPOS
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Poços de Caldas, MG – Cotovelo fora de lugar, pulmão perfurado, costelas quebradas, chifrada no rosto e uma infinidade de quedas que geram lesões graves. Nada disso impede o jovem Matheus Batista de Oliveira, de apenas 23 anos, de desafiar o perigo e ser especialista em montaria em touro bravo. É impossível prever os movimentos do touro e, mesmo com os equipamentos de segurança, existe a chance de o peão se machucar. Caso de Matheus, mas isto é fichinha para o jovem peão que precisa ir para as cidades da região para treinar.
“Precisa ter coragem para praticar este esporte, mas graças a Deus coragem é algo que não me falta. Quem pensar um pouco a hora que dá de frente com o touro vai sair correndo, não monta. Então quando vou para o rodeio rezo pela minha segurança, pela segurança do animal e faço o que tem que ser feito”, conta Matheus. O jovem já montou touros de todas as raças e tamanhos e sempre se deu muito bem. Ele conta que não é possível escolher o animal que será montado, já que esta definição é feita através de sorteio. “Falar que a gente não tem medo é mentira, mas é preciso ter um pouco de medo sim porque isso ajuda a gente a tomar mais cuidado”, conta o peão.
Matheus sonha em ir longe na modalidade: ser um campeão em Barretos e brilhar nos famosos rodeios dos Estados Unidos. “Claro que tenho um longo caminho pela frente, mas tenho perseverança e jamais vou desistir de minhas metas”, conta.
Matheus começou a se encantar pelos rodeios aos 17 anos. Mas como um adolescente troca as baladas e os carrões e se apaixona pelos touros? Matheus conta que sempre foi apaixonado pelos animais e pelos rodeios. A cada oportunidade de ir a um evento destes ele não perdia tempo e lá estava ele. Aos 17 anos começou a treinar e acabou fazendo parte de um “Caça Talentos”. Foi aí que começou a participar de competições pela região. Atualmente, através das etapas do “Caça Talentos”, Matheus está disputando a Copa GT, que tem 24 etapas. Ele está ranqueado na oitava colocação da Copa GT Rodeios.
O próximo objetivo de Matheus é entrar para o Circuito de Rodeio Rancho Primavera – Trovões Azuis e com isso os treinos estão mais intensificados. “Como moro na cidade e não tenho um animal mais perto para treinar fica mais complicado. Mas a gente sempre dá um jeito de estar em cima do lombo de um bravo”, conta Matheus. Como conhece muitos “tropeiros” ele sempre pega o telefone e busca uma ajuda. E é assim que em cidades como Ibitiura, Ipuiuna, entre outras, o poços-caldense vai realizar seus treinamentos. Ele chega a ficar dias nestas cidades, onde se dedica aos treinos. Isso geralmente acontece às vésperas de rodeios, quando precisa estar bem preparado para enfrentar a empreitada. Ele ainda não tem nenhum título, mas vem se destacando nas etapas que participa e já esteve em algumas finais.
Matheus quer ir mais longe, mas para isso precisa de apoio. ‘Tenho alguns apoiadores que me ajudam muito, como a Mineração Curimbaba, Federado Cowboy Shopping, JM Moda Country, mas preciso de mais. Quero ir a Barretos e até mesmo para os Estados Unidos, mas realmente é preciso de ajuda para isso”, disse Matheus, que é responsável por ir até as empresas atrás de patrocínio.
Quem puder ajudar, o contato é (35) 9877-6159. Recentemente Matheus esteve na Secretaria Municipal de Esportes, onde foi muito bem recebido. Lá foi orientado a como desenvolver um projeto para colocar em prática futuramente. Seria mais uma ajuda nos custos com a prática esportiva. “Quero seguir os caminhos dos meus ídolos Luciano de Castro e José Vitor Leme. Se chegar perto do que eles são seria maravilhoso”, conta.
Animais
A reportagem termina questionando Matheus de como ele vê críticas de associações de protetores de animais que alegam maus-tratos e tentam impedir a realização de rodeios pelo Brasil. Para Matheus os cuidados com os animais nos rodeios são muito grandes e as reclamações não procedem. “As reclamações são por causa do Sedém. Eles falam que ele aperta o testículo do boi, mas isso é desconhecimento. O que o Sedém faz é na verdade uma cócega onde o touro levanta a “garupa”. Se apertasse como dizem, o touro não teria força para pular. E tem ainda os cuidados. Touro fica oito segundos no rodeio e vai para o cocho comer. O que pula hoje não pula amanhã e para mim é um dos bois mais bem tratados que existem”, finalizou Matheus.
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