sexta-feira, 29 de abril de 2022

“Asmarias” promove campanha para não alimentar macacos da serra São Domingos

 Poços de Caldas, MG – O grupo de mulheres Asmarias, que realiza caminhadas diárias, está propondo uma campanha ambiental e de conscientização sobre não alimentar os macacos da serra São Domingos.  

A iniciativa surgiu pela constatação, praticamente diária das Asmarias, que presenciam, nas idas ao Cristo, o público alimentando os pequenos animais. 

“A princípio era interessante, até engraçadinho observá-los vindo buscar na mão o alimento.  

E eles se alimentarem pelas nossas mãos passa uma sensação de vínculo estabelecido. Mas existe um outro lado que precisamos cuidar”, diz Luciana Marinoni, líder do grupo. 

Ela conta também que depois passaram a observar que os macacos já não esperavam para serem alimentados e muitas vezes roubavam e se atiravam contra as pessoas. 

“Foi quando pensamos em realiz ar uma campanha de conscientização com informações a respeito do assunto, que hoje não existe no percurso. Entendemos que seria uma forma de colaborar. A ideia é colocar placas lúdicas contendo a informação do porquê de não alimentar animais silvestres, com uma linguagem prática, objetiva e divertida, para alcançar qualquer idade. Uma forma interessante também de se compartilhar a campanha, através de fotografias e selfies, uma vez que o mundo hoje se conecta desta maneira”, complementa ela. 


Pré-lançamento 

Nesta última quarta-feira, as participantes do Asmarias fizeram um pré-lançamento da campanha na rampa de paraglider. “Usando a atividade física como ferramenta, subimos a montanha à noite, caminhando, como é habitual toda semana, desta vez um grupo de 85 Marias, fizemos uma subida temática, todas fantasiadas de macacos, levantando a bandeira da conscientização da importância do tema. Placas pequenas de informação foram feitas para trazer esse esclarecimento e consciência a todas as presentes, da importância de sermos e fazermos parte da mudança”, conta Luciana. 


Por que não alimentar os macacos? 

Luciana esclarece que a legislação é clara e severa a respeito disso. “Os animais que habitam áreas de APP são silvestres, protegidos por leis e decretos, vivem livres seguindo o processo natural da cadeia alimentar e em equilíbrio. Ao serem alimentados por produtos que não encontrariam na natureza, modificam seus hábitos e colocam em risco sua sobrevivência, podendo ingerir alimentos inadequados, contaminados ou impróprios para seu metabolismo, prejudicando a sua digestão e consequentemente a sobrevivência. Alimentar os animais silvestres também pode ocasionar o aumento exagerado de determinada espécie, em detrimento das demais, causando um desequilibro para a fauna do local e entre outras consequências sair dos limites do seu habitat. Além de alterar o comportamento natural das espécies de buscar o alimento, oferecer comida a indivíduos silvestres pode prejudicar a saúde e em casos mais severos causar o óbito. Por isso, é habitual vermos placas informativas que orientam a respeito da proibição e alertam para os riscos envolvidos”.  

Ela ainda lembra que não apenas os animais sofrem com essa prática, as pessoas podem perder objetos, roubados por curiosidade pelos animais, ou até mesmo causar acidentes, como mordidas e arranhões. Mesmo o ato de ofertar uma fruta pode gerar malefícios, algumas são tóxicas para determinadas espécies. 

Os animais de vida livre, vistos facilmente, como macacos e quatis, por exemplo, passam o dia em busca de comida, e todos os nutrientes que eles necessitam podem ser encontrados na mata, área ideal para forragear. 

 Segundo a legislação, alimentar animais silvestres é crime, com punições previstas com multa e detenção inafiançável. 


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