segunda-feira, 4 de abril de 2022

Caldense retorna com parceria para o Campeonato Brasileiro

Poços de Caldas, MG – A Caldense encerrou no último domingo sua participação no Campeonato Mineiro de 2022. Na disputa do título do interior o time de Poços de Caldas empatou sem gols com o Athletic em São João Del Rey, mas acabou perdendo nas penalidades por 5x4.  

Mudanças 

O Mantiqueira conversou com o presidente da Caldense Rovilson Jesus Ribeiro. Ele fez um balanço sobre o campeonato, disse que não esperava a classificação para as finais e falou ainda sobre VAR e dispensa de atletas. Ele abordou também a volta da parceria para o Campeonato Brasileiro da Série D. Segundo Ribeiro, sem esta parceria o time certamente não entraria em campo no segundo semestre. Disse ainda que tudo foi feito às claras e o técnico Gian Rodrigues tinha conhecimento de tudo. 

“A gente tem que trabalhar com a realidade. Sempre queremos mais, gostaríamos de ter chegado nas finais, mas enfrentamos o Atlético Mineiro de forma honrosa”, disse Ribeiro ao analisar os duelos. “A Caldense ficou entre os quatro, foi muito bom”, disse ele, que enaltece o trabalho feito por Gian Rodrigues e comissão técnica. “Não faltaram empenho e dedicação de ninguém”, disse Ribeiro, que acrescentou que o time montado para o Campeonato Mineiro é motivo de muito orgulho. O presidente ressalta as boas campanhas da Caldense realizadas nos últimos anos, quando chegou duas vezes nas semifinais do Estadual. A primeira em 2019 e a segunda agora. “O trabalho tem um questionamento, principalmente via redes sociais, mas isso faz parte e não queremos ser unanimidade mesmo, mas a certeza que temos é que o trabalho feito na Caldense é muito correto e bem planejado”, disse Ribeiro. 

VAR 

O dirigente falou sobre a questão do VAR (árbitro de vídeo). A Caldense enfrentou o Atlético Mineiro em dois jogos disputados no Mineirão, já que o Ronaldão não tem estrutura para o VAR. Ele disse que vários motivos dificultaram a implantação na cidade. O primeiro é que não se esperava que o time fosse para as finais, numa clara demonstração de realidade, e a outra é que era quase certo que o investimento corria risco de não ser homologado pela Federação Mineira de Futebol. “Desde o arbitral a gente estava ciente que as semifinais teriam que ter VAR e todos, inclusive a Caldense, concordaram. Não era novidade para nós. A novidade foi chegar nas semifinais. Não estou dizendo que a gente não queria chegar, mas chegamos e não tínhamos a noção real da complexidade para se montar o VAR e o custo operacional disso. Teríamos que montar toda a estrutura num curto período e neste período ainda fazer um teste para que o VAR fosse homologado, o que não tínhamos certeza de que iria acontecer”, disse o presidente. Vale destacar que o Athletic montou a estrutura, mas acabou não conseguindo a homologação. “Pela nossa vontade o jogo seria realizado em Poços, mas, infelizmente, não foi possível”, disse. 

Dispensa 

A reportagem questionou o presidente se era mesmo necessário a dispensa do artilheiro João Diogo por indisciplina. Ele disse que os fatos foram graves e não foi possível passar por cima dos acontecimentos. Ribeiro não entrou em detalhes e disse torcer pelos jogadores dispensados. “As pessoas diretamente ligadas na dispensa fizeram o que era preciso”, falou o treinador. 

Gian Rodrigues 

Nos últimos dias o técnico Gian Rodrigues demonstrou insatisfação sobre a não continuidade do trabalho para o Campeonato Brasileiro da Série D. O presidente da Caldense ressaltou ao Mantiqueira que desde o começo Rodrigues sabia que depois do Mineiro não deveria seguir no clube. “Em momento algum, quando ele chegou, a gente falou sobre Série D. A gente queria seguir com ele, mas não temos como seguir com a comissão técnica e por isso a volta da parceria é importante”, disse Ribeiro. 

Parceria 

O presidente da Caldense lembrou que sem a parceria o time possivelmente não entraria em campo no segundo semestre. Eles serão responsáveis pela montagem do elenco e pela comissão técnica. Alguns jogadores que disputaram o Campeonato Mineiro devem ficar, mas a grande maioria já foi embora e alguns até mesmo já acertaram com outros times. “Eles vão trabalhar na Série D e isso vai nos ajudar muito na parte econômica. A Caldense entra com o Centro de Treinamento e logística. É uma parceria e sem ela não teríamos a possibilidade de ter futebol o ano todo”, falou. “Temos que falar a realidade e deixar clara a situação”, disse Ribeiro, que ressalta que o objetivo é buscar a vaga para o Campeonato Brasileiro. 

Quem manda? 

Questionado quem manda no time neste segundo semestre, a parceria, ou a Caldense, Ribeiro disse que o clube tem total controle e isso nunca mudou. “O trabalho deles é nos dar condições de disputar o Campeonato Brasileiro. O limite deles é dentro do futebol e tudo é combinado e claro”, acrescentou. Sobre saída de jogadores no meio do campeonato o presidente disse que o pedido é que se algum jogador tiver que ser negociado, que seja após o campeonato e não no meio, como aconteceu em anos anteriores. “Teremos membros nossos na comissão técnica, alguns jogadores vão ficar. Temos no comando no Centro de Treinamento o Luisão. Temos ainda o Serginho Maracanã que estará no CT. Claro que é preciso um entrosamento entre as partes e assim funciona uma parceria. Não é só venha a nós, é preciso ter ao vosso reino também”, destacou Ribeiro. “A parceria tem como objetivo mostrar seus jogadores, ela vive deste trabalho de revelação. A Caldense por sua vez é um clube centenário e que é uma grande vitrine com uma representatividade importante no Brasil”, destacou o presidente. 

Continuidade 

Ribeiro disse que o resultado positivo na série D será fundamental para a continuidade da parceria para o Campeonato Mineiro de 2023. Segundo ele, a montagem de uma base é muito importante. Lembrando que no próximo ano a equipe terá pela frente, além do Estadual, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. “O futebol precisa de tempo, entrosamento e nada melhor que termos durante uma série D um bom campeonato e bons jogadores para a próxima temporada. 

Clube 

O presidente finalizou destacando que o clube está em grande saúde financeira e comemora a volta das atividades normais. “A pandemia ainda não acabou, mas o cenário é bem melhor e estamos conseguindo atender muito bem nossos associados, com dependências reformadas e um grande momento”, disse Ribeiro. Em ano de eleições ele fala que ainda não definiu se será candidato. “Temos nomes importante em condições de assumir a Caldense, mas vamos esperar os acontecimentos para definir o futuro. Aqui é diferente de uma empresa particular, relacionamento entre as pessoas precisa ser bom e vou resolver sobre sequência mais na frente”, finalizou. 


 

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