Poços de Caldas, MG - O Campeonato Mineiro de 2022 não tem até o momento nenhuma rede de televisão interessada desde o fim do contrato entre Rede Globo e a Federação Mineira. O impasse pode até mesmo cancelar a disputa estadual, já que sem o dinheiro de TV os clubes do interior, como a Caldense, por exemplo, enfrentariam dificuldades ainda maiores para se manter em atividade. Só para se ter um exemplo do valor, a Caldense tinha direito a receber R$ 1 milhão da emissora detentora dos direitos do Campeonato. Até o momento a TV Record fechou acordo para transmissão dos campeonatos de São Paulo e Rio de Janeiro, porém, não existe interesse no campeonato de Minas Gerais.
A reportagem procurou o presidente da Caldense Rovilson Jesus Ribeiro. Ele prefere aguardar uma definição, mas admite que os times do interior vão ter muitos problemas para disputar a competição caso não tenham verba de TV. “Claro que a gente sabe que se vier algum valor ele será bem inferior ao que vínhamos recebendo antes, mas seria alguma coisa. O problema é que até agora nada foi definido e com isso estamos bem preocupados com a situação”, falou Rovilson. O impasse está atrasando decisões importantes dentro do clube. Os últimos dias estão agitados na Caldense, com muitas reuniões, mas definições mesmo apenas depois de resolvida a situação de verba de televisão. “Precisamos saber o que vai acontecer, quanto os times do interior vão ter direito, se terão direito a alguma coisa, só assim poderemos saber os próximos passos do nosso futebol”, falou Rovilson.
A negociação também é complexa porque em 15 de setembro foi sancionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro a Lei nº 14.205, que dá ao clube mandante o direito sobre a partida.
Se nenhuma emissora se interessar pela aquisição dos direitos do Mineiro de 2022, a tendência é que o Estadual seja transmitido pelo streaming da FMF. Atualmente, o pacote do Módulo II tem custo de R$ 29,90. Devido à Lei do Mandante, os clubes também terão a opção de exibir suas partidas em canais oficiais.
Copa Sul-Minas
Outra possibilidade em discussão é a volta da Copa Sul-Minas, cujos jogos aconteceriam durante as disputas dos Campeonatos Estaduais. A competição contaria apenas com os times grandes dos dois Estados. Seriam quatro times de Minas e quatro do Rio Grande do Sul. A Caldense teria direito a uma das vagas de Minas, mas não se sabe se o clube vai se valer deste direito ou não. A competição não acontece desde 2001.
Lei do Mandante
Jair Bolsonaro sancionou em 15 de setembro a Lei nº 14.205, conhecida como Lei do Mandante, que altera a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Segundo a nova legislação, os clubes de futebol têm o direito de negociar a transmissão e a reprodução de seus próprios jogos quando forem os mandantes do espetáculo. A nova norma foi publicada na edição de 20 de setembro do Diário Oficial da União.
A partir de agora, a emissora de TV interessada em exibir uma partida de futebol precisará negociar apenas com um time, no caso o mandante (a equipe que joga em casa). Além disso, o próprio clube vai poder transmitir o evento, abrindo uma nova possibilidade de obtenção de recursos para as equipes de futebol. Quando não houver definição do mando de jogo, o chamado direito de arena dependerá da concordância dos dois clubes.
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