Poços de Caldas, MG – Ter um time para disputar competições, brigar por títulos e subir a cada ano de divisão. Este é o grande sonho do torcedor da Caldense, que ficou bastante chateado com a campanha no Brasileiro da Série D. Mas se engana quem pensa que a diretoria da Caldense não vem se esforçando para tentar realizar este sonho do torcedor e a movimentação é tão intensa que deve trazer uma nova era ao futebol profissional da Veterana. Em breve deverá ser anunciado um grande grupo, com poder econômico de respeito e que vai assumir o futebol profissional e entrará para fazer da Caldense um time vitorioso, um time para brigar por títulos em todas as competições que disputar.
O Mantiqueira esteve com o presidente da Caldense Rovilson Jesus Ribeiro, que falou um pouco sobre a nova situação. Ele ainda não pode contar o nome dos futuros mandatários do futebol da Veterana por questões contratuais, mas garantiu ser um grupo sério e não de aventureiros, como é a maior parte dos que rondam os times pelo Brasil.
Mantiqueira – Antes de falarmos sobre este grupo que será anunciado em breve, como a Caldense sai deste Campeonato Mineiro? Em campo o time perdeu muito, mas e financeiramente, como foi o saldo?
Rovilson Jesus Ribeiro – É impossível falar qualquer coisa em defesa do futebol apresentado na Série D. Seria até injusto com o torcedor, que tem razão de ficar bravo e criticar. Mas como já tinha dito em entrevistas anteriores no Mantiqueira, os investimentos para o futebol, em termos de receitas que entram, são pequenos para disputar os dois campeonatos. E como a gente vai negar disputar uma Série D quando a confirmação para uma disputa acontece numa fase classificatória para o Campeonato Mineiro? Não dá, seria jogar um balde de água fria nos atletas. O que aconteceu este ano é que com a falta de recursos a parceria tentou montar um time para a disputa que acabou não funcionando, não deu aquela famosa liga. Não deu certo por vários motivos, como a falta de atletas e também tivemos baixas de atletas importantes durante a competição, que se lesionaram e não se recuperaram e fizeram muita falta. Perdemos o central Guilherme com problemas de joelho, nosso atacante Gabriel Braga está em fase de recuperação e apesar de terminar jogando não voltou em sua plenitude física, enfim, uma série de situações que contribuíram para esta triste campanha. Mas o principal motivo foi que a gente não tinha dinheiro e eu tenho a responsabilidade fiscal, não poderia lançar mão de dinheiro do social para fazer investimento no futebol. É preciso muita calma na hora de analisar, mas realmente quem está de fora quer o resultado, entendo isso, não vou questionar e vou respeitar o torcedor. Temos que trabalhar o futebol daqui pra frente diferente e estamos procurando uma saída para que este futebol seja trabalhado com maiores investimentos e assim fazermos um Campeonato Mineiro melhor. Em 2023 temos Atlético, Cruzeiro e América como sempre muito fortes, a Tombense também virá muito forte, o Athletic já tem a SAF e investidor, ou seja, a gente tem que se preparar, caso contrário vamos correr um risco grande neste futebol mineiro. Para isso precisamos trabalhar, estamos fazendo isso e em breve teremos uma novidade boa para o futebol.
Mantiqueira – O que esta novidade pode causar no futebol profissional da Caldense? Seria uma nova era?
Rovilson Ribeiro - A ideia é sim de uma nova era, se Deus quiser e assim esperamos. Estamos trabalhando intensamente na criação da SAF [Sociedade Anônima do Futebol] que é o que tem que ser aplicado aos clubes hoje e ter um bom investidor. Estamos em conversas adiantadas nesse sentido e tomando todos os cuidados. Numa SAF o futebol profissional é separado do clube social, vai manter a Caldense na cidade e vai manter a Associação Atlética Caldense disputando o futebol profissional, mas com receitas que possam trazer melhor resultados no campo de jogo.
Mantiqueira – Este grupo chega quando? Já seria ele o responsável pelo planejamento do futebol profissional para a próxima temporada?
Rovilson Ribeiro – Com certeza, a ideia é esta. Estamos trabalhando para que isso aconteça já há uns 45 dias, um trabalho bastante intenso e estamos com um bom caminho andado. Só não posso falar que o martelo está batido porque ainda faltam alguns detalhes e o campo do futebol é perigoso, pode ser que algo mude de uma hora para outra e não queremos criar expectativas antes de tudo acertado. O trabalho está forte para que tudo dê certo e tem que acontecer o mais rápido possível, já que em outubro precisamos começar os trabalhos para o Campeonato Mineiro e a montagem do time em andamento para que os trabalhos técnicos tenham início em novembro.
Mantiqueira – Um processo de transformação de um clube em SAF é longo e é preciso até mesmo uma mudança no estatuto do clube. Como estão sendo feitas as tratativas com este grupo que vai assumir o futebol da Caldense?
Rovilson Ribeiro – O trâmite jurídico da SAF já está sendo trabalhado pelo nosso departamento jurídico e cuidando de toda documentação. Depois de tudo pronto teremos que convocar uma assembleia para fazer a execução do processo de SAF. Agora, não vamos esperar todo o processo e enquanto ele não for concluído não podemos perder tempo e estamos trabalhando em duas frentes. Já temos um bom caminho andado para o investidor, que tem que ser um investidor seguro e que dê garantias à Associação Atlética Caldense sobre qualquer aspecto econômico, jurídico e tudo precisa ser muito bem feito. Tudo será concluído depois da análise de documentos e passando pelo Conselho Deliberativo também. Este é o processo correto.
Mantiqueira – O que dá para adiantar deste investidor? É alguém que vem de Poços, é algum grupo de fora? O que podemos saber agora?
Rovilson Ribeiro – O que dá para falar é que estamos negociando com gente muito séria, tão séria quanto a Associação Atlética Caldense. Gente que tem condições de investir e fazer do clube um clube forte e vai levar o futebol a sério. Não posso falar nomes porque como disse é preciso ter tudo acertado dentro da legalidade para depois fazer o anúncio. O que posso dizer é que se não for uma coisa que venha trazer benefício para o futebol da Caldense e também para o social não vamos fazer. Tem que ser uma coisa que nos dê garantias e que venha a acrescentar, caso contrário vamos tocando a nossa maneira e dentro das nossas condições. Vejo que para o bem do social e para o bem do futebol profissional, para a Caldense evoluir é preciso investimento maior. O grupo não é de Poços de Caldas e, como disse, só será aberto para a imprensa quando nós tivermos a documentação avaliada e tudo certinho. A gente prefere trabalhar bem tranquilo, com calma, caso contrário corremos o risco de errar e não podemos errar, tem que ser o tiro certo.
Mantiqueira – E o processo eleitoral?
Rovilson Ribeiro – A eleição transcorre em setembro e por incrível que possa parecer este processo eleitoral está sendo trabalhado junto com este acordo para resolver a questão do futebol. Vão sair as duas coisas ao mesmo tempo. Em breve teremos uma posição sobre este assunto.
Mantiqueira – O senhor está trabalhando uma revolução na Caldense, uma situação que vai mudar a história e trazer novos tempos para o clube, um feito realmente histórico. Como o senhor cogita a possibilidade de não seguir como presidente e aproveitar esta nova fase? Não seria importante o senhor seguir e aproveitar este momento?
Rovilson Ribeiro – O objetivo é fazer um futuro melhor e pode ser que o próximo presidente seja uma pessoa que já esteja trabalhando para estas mudanças dentro do nosso grupo. Não vou antecipar nada porque estamos em diversas frentes e fica delicado tratar agora de um nome, seja o meu ou de outra pessoa, por isso prefiro esperar.
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