Paulo Vitor de Campos
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Poços de Caldas, MG - O Jornal Mantiqueira conversou com o presidente da Associação Atlética Caldense Rovilson Jesus Ribeiro sobre vários assuntos relacionados ao clube. Ele comentou como estão os andamentos das obras realizadas neste período de pandemia, falou sobre o futebol e o sucesso da parceria com um grupo de empresários, além das eleições no clube, que ainda não tem data definida para acontecer, sendo que a atual diretoria, encabeçada por ele, vai tentar a reeleição. Ribeiro ainda falou sobre o que pensa das fake news envolvendo a saúde financeira do clube.
Mantiqueira - Como foi o período em que o clube não pode abrir para o associado? O que foi feito dentro da Caldense?
Rovilson Jesus Ribeiro - Com o clube fechado tivemos uma atividade bem intensa internamente. Foram manutenções diversas e algumas obras. O destaque ficou por conta das obras de ampliação da academia. Tivemos ainda algumas obras que aconteceram no imprevisto, problemas de última hora, como um vazamento no setor do café, na parte de encanamento, e este vazamento ao ser verificado se mostrou maior do que a gente pensava. Conseguimos fazer o reparo sem causar grandes transtornos para o associado, já que o clube estava inativo. Aconteceu ainda manutenção de pinturas, entre outras pequenas coisas.
Mantiqueira - O que está à disposição do associado atualmente?
Rovilson Ribeiro - Estamos obedecendo ao Comitê Gestor da Covid-19 no município e o clube está sendo aberto gradativamente, seguindo todas as normas. Hoje já temos em funcionamento a musculação, menos a aeróbica, as quadras de tênis já estão em atividade com jogos simples, com um jogador de cada lado. Não é permitido partida de duplas. A peteca também já pode ser praticada e acredito que em breve outros setores serão reabertos ao associado.
Mantiqueira - Como os bares de Poços de Caldas estão liberados, a Caldense pensa em reabrir este setor que é bem movimentado pelo associado e até mesmo não associado?
Rovilson Jesus - Todo projeto de reabertura do clube foi encaminhado ao Comitê já há algum tempo. No projeto destacamos o que pode ser feito seguindo todas as normas sanitárias e de segurança, mas o Comitê achou por bem ainda não liberar os bares e outros departamentos do clube. Então, estamos aguardando com tranquilidade e acredito que na hora certa tudo vai voltar ao normal.
Mantiqueira - Como está a saúde financeira do clube?
Rovilson Jesus - Nós, da diretoria atual, temos que ficar muito satisfeitos nesta parte porque com toda a dificuldade que todo mundo está passando, estamos conseguindo manter todos os empregos dentro do clube. A Caldense não deve nada para ninguém e todas as contas estão em dia. Fizemos uma redução na taxa de manutenção, que caiu de R$ 290 para R$ 215, e, mesmo com a reabertura parcial do clube, esta taxa não teve o valor aumentado para o associado. Pretendemos segurar esta taxa em R$ 215 até que a economia fique mais estável. O clube está com sua saúde financeira muito bem e caminhando na mais perfeita ordem.
Mantiqueira - A Caldense responde por alguma questão judicial?
Rovilson Ribeiro - Muito pouco, dois ou três casos que estão em andamento. Quando entrei no clube como vice-presidente do seu Toninho [Antônio Bento Gonçalves] em 2017 encontramos um calhamaço de ações judiciais antigas e, gradativamente, tudo foi sendo resolvido pelo setor jurídico juntamente com o presidente da época. Tudo foi muito bem conduzido, se acertando e, graças a Deus, hoje está tudo em dia. Restaram poucos casos em andamento, coisa normal para qualquer empresa do porte da Associação Atlética Caldense. Uma ou outra ação trabalhista sempre acontece, mas andamos muito corretamente na nossa parte de RH e estamos nos saindo muito bem em todas as ações.
Mantiqueira - Na questão do futebol, o quanto a parceria firmada com um grupo de empresário tem sido benéfica para a Caldense?
Rovilson Ribeiro - Sabemos que times do porte da Caldense vivem uma constante dificuldade econômica numa realidade bem triste. As receitas não são tão grandes como as de times de maior expressão, sendo que nossa receita maior vem dos direitos de televisão. Se o dirigente do time do interior não procurar algum caminho alternativo o futebol se torna inviável. Em 2019 começamos a parceria que está em vigor atualmente para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, fomos muito bem, sendo o melhor time da fase de classificação e, apesar de não conseguirmos o acesso, o trabalho foi muito bom. Este ano novamente o trabalho foi muito positivo em termos de pontuação e classificação e por isto vamos seguir com este trabalho. Não se mexe em time que está ganhando. Temos mais um Brasileiro da Série D pela frente, ano que vem vamos ter a Copa do Brasil, além do Estadual e estou satisfeito com o que está sendo realizado.
Mantiqueira - Com tudo que o senhor fala é possível concluir que o futebol da Caldense não dá prejuízo de forma alguma?
Rovilson Ribeiro - Consequentemente com todos os bons resultados dentro de campo, através da parceria, estamos conseguindo algo mais importante, que é uma economia muito grande para todo o clube. Considero esta parceria essencial e fundamental neste resultado. O futebol apresenta para a Caldense um grande benefício na questão dos impostos. Com a manutenção do time dentro de campo, jogando as competições, os impostos do clube caem muito, já que recolhemos um valor aproximadamente de 4,5%. Se não tivéssemos o futebol profissional este valor a ser recolhido em impostos seria de 20%. Ao final de um ano temos uma economia de aproximadamente de R$ 700.000. Economia graças ao futebol, ou seja, aquele prejuízo que algumas pessoas pregam que o futebol dá para o clube se neutraliza com a economia de impostos ao longo do ano.
Mantiqueira - Quando acontece a eleição do clube?
Rovilson Ribeiro - Este processo eleitoral tem que ser realizado agora, em setembro. Entre os dias 1 a 10 acontece a composição das chapas, sendo que daqui a alguns dias será feito o edital de convocação. Normalmente a eleição acontece na segunda quinzena de setembro, mas ainda não podemos definir a data deste ano, pois primeiro teremos que consultar o Comitê para pedir a liberação do pleito eleitoral do clube no período correto.
Mantiqueira - A atual diretoria encabeçada pelo senhor vai tentar a reeleição?
Rovilson Ribeiro - Sim. Vamos montar nossa chapa e dentro de alguns dias vamos lançar os nomes e buscar levar nosso projeto para frente. Acredito que estamos realizando um bom trabalho à frente do clube e queremos dar sequência no trabalho que teve início em 2017. Neste período a Caldense teve uma recuperação muito boa, tanto na parte social quando no futebol, que evoluiu bastante.
Mantiqueira - Como em toda disputa eleitoral, sempre existem ataques diversos de todos os lados. Até mesmo distribuição de fake news via redes sociais se tornam mais agressivas. Como o senhor tem lidado com a situação?
Rovilson Jesus - Vivemos um momento em que as fake news viraram moda. A facilidade das redes sociais ajuda na disseminação de muitas coisas, algumas verdadeiras, mas a grande maioria falsa, tudo para confundir a cabeça das pessoas. Acredito que os mais esclarecidos e com bom discernimento não se deixarão levar por mentiras, não entram na onda das fake news, por isso estou bem tranquilo. Estamos trabalhando de uma forma bem séria e garanto que a Caldense vai falar apenas o que é real, verdadeiro. Se algumas pessoas querem se aproveitar destes métodos, certamente não vão conseguir o objetivo de desmerecer tudo que estamos fazendo. São métodos dos quais sou contra, admiro a honestidade, sou a favor da liberdade política, acho que todo mundo tem o direito de participar, de se manifestar, mas de uma forma correta e justa, apresentando projetos sérios, pensamentos positivos em relação ao clube. Ficar inventando coisas, tendo atitudes que não vão trazer nada de útil, não serve para a Caldense. Mas sei que o associado sabe distinguir o que é certo, sabe quem são as pessoas que querem o bem do clube e não vai cair em armadilha. Respeito todo mundo, respeito a política e se a democracia existe é para que todos tenham o direito de se expressar. Vamos nos agarrar à democracia leal, sem falsas informações, levantamentos mentirosos, isto é jogo sujo e não ajuda em nada, sendo extremamente negativo.
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