quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Torcida da Caldense protesta e é impedida de acompanhar treino

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

Poços de Caldas, MG - Com uma movimentação nas redes sociais parte da torcida Lama Verde, acompanhada por seu presidente Rodrigo Neri, cumpriu a promessa e foi ao estádio Ronaldão na tarde de ontem protestar contra a diretoria da Caldense. O clube, no entanto, tomou precauções e evitou que o grupo com cerca de 20 pessoas pudesse acompanhar o treino realizado no local. Mesmo assim aconteceu um conversa encabeça por Neri, por parte da Lama Verde e o presidente da Caldense, Rovilson Ribeiro, o vice, Luis Fernando Soares, o diretor de futebol Serginho e o gerente de futebol Luiz Antônio Sebastião, o Luizão. A conversa teve momentos tensos, principalmente envolvendo o torcedor apelidado de Formiga com  por várias vezes apontou o dedo no rosto de Luizão com palavras ofensivas. Durante a discussão ele alegou que foi ofendido primeiro. Tudo foi acompanhado de perto pela Polícia Militar. “Perder para o São Paulo da forma que perdeu foi um resultado ruim, mas como a diferença técnica dos times é muito grande não podemos cobrar por este jogo. O que não admitimos de forma alguma é perder para o Pouso Alegre e tomar o “vareio” de bola que levou”, falou Rodrigo Neri que lamentou o fato de não ter podido acompanhar os treinos. “A gente não ia fazer nada de violência. Apenas ia acompanhar o treino e depois tentar conversar pacificamente com algum dirigente, com o treinador, enfim, tirar algumas explicações sobre o que aconteceu nesta pré-temporada. Lamentável a atitude da Caldense em nos barrar pois queremos o bem do clube e de forma alguma esperamos ver a Caldense na segunda divisão no próximo ano”. falou Neri.

O presidente Rovilson Ribeiro disse entender as críticas da torcida mas vê que ela vem em momento errado. “O time ainda nem começou a jogar o campeonato e por isto não vejo muito sentido neste protesto. Claro que a preocupação existe pois teremos um campeonato muito difícil quando a gente estreia fora de casa contra um time grande, mas tem muita coisa para acontecer ainda”, falou o presidente. “ A Caldense é um clube que honra seus compromissos e estamos fazendo as coisas dentro de nossas possibilidades. Este time que ai está é o mesmo que fez uma Série D de Brasileiro muito boa e tem credibilidade. Evidente que o Campeonato Mineiro é uma competição muito difícil, mais técnico e com o fantasma do rebaixamento batendo na porta dos times menores como é o caso da Caldense. Nesta fase de preparação tivemos um jogo contra o São Paulo onde o placar foi muito adverso, principalmente no primeiro tempo. Achei que na segunda etapa nosso time melhorou e a partida equilibrou. Este jogo trouxe realmente uma preocupação e até entendo a preocupação da Lama Verde, mas precisamos esperar o começo do campeonato e torcedor para o time fazer uma boa campanha”, falou Rovilson. Sobre a não entrada da torcida o dirigente disse que foi por prevenção e a comissão técnica ter mais tranquilidade para trabalhar. “Não foi de forma alguma por descaso que não permitimos a entrada deles no estádio, respeitamos todos nossos torcedores e vamos continuar contando com o apoio deles durante toda a temporada. Tenho certeza de faremos um grande campeonato”, falou Rovilson. Perguntando pela torcida se garante que a Caldense não vai cair o presidente disse que apenas o tempo dirá que futuro a Caldense terá em 2020. “Me perguntaram sobre esta assunto e não tenho como garantir nada. Este time, assim como outros são preparados para o melhor, mas o futebol tem imprevistos. Quem esperava que o Cruzeiro seria rebaixado no Brasileiro? Infelizmente isto é futebol. Não estou querendo dar desculpas para isto ou aquilo mas temos que entender que futebol é jogado e os resultados são dentro de campo. Mas para este tipo de manifestação é preciso esperar o time entrar em campo para depois ver o que acontece”, continuou o presidente.

Rovilson disse que reforços estão chegando e os nomes serão anunciados assim que os contratos forem assinados. “Existem dois nomes praticamente acertados e vamos buscar outras peças para ajudar a compor o grupo. Estamos correndo atrás, mas não vamos fazer loucuras. Vamos trazer atletas em boas condições física para que ele possa, se assim o treinador achar, assumir a posição de titular. Tivemos um planejamento com os pés no chão, responsabilidade pois temos um clube social com três mil sócios cotistas e quase 12 mil usuários. Nossa responsabilidade é com o futebol e com o social”, finalizou o presidente.

Sérgio Pereira Lemos, o Serginho Maracanã, diretor de futebol da Caldense também conversou com a reportagem. Ele lamentou os fatos ocorridos ontem e disse não entender por tamanha revolta da torcida num momento em que o campeonato sequer começou. “Está zero a zero para todo mundo. Um protesto inadequada para o momento e o pessoal deveria ter mais calma. Jogo-treino tem como objetivo encontrar defeitos e corrigi-los para que eles não se repitam no campeonato. Nosso time vai estar pronto a partir do dia 22 e daí pra frente sim, todo mundo pode ter uma opinião própria, mas por enquanto temos que esperar. O torcedor tem todo o direito de reclamar, criticar, protestar, mas pagando seu ingressos e fazendo valer seus direitos na arquibancada. Vir ao campo de jogo, protestar em treinos, enfrentar profissionais do time não é o melhor caminho. Mas vamos continuar treinando, buscar arrumar a casa e fazer um bom campeonato”, falou Maracanã. Serginho é a pessoa que acompanhar de perto o futebol profissional da Caldense e garante que o ambiente é muito bom. “Fizemos um jogo muito ruim contra o Pouso Alegre, outro contra o São Paulo, mas temos condições de tirar lições destes jogos”, falou o dirigente. “Tivemos muitas conversas durante a semana, lavamos roupas sujas e está tudo certo para a estreia. A Caldense não vai decepcionar”, finalizou Maracanã.

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