Delma Maiochi
Paulo Vitor Campos
Poços de Caldas, MG – A coletiva de imprensa em Poços, sábado (5), marcada para apresentar o goleiro Bruno como jogador do Vulcão, gerou polêmica e desgaste entre a mídia presente ao evento.
Antes de responder as perguntas dos jornalistas, a assessoria de comunicação do clube pediu a retirada da equipe da TV Alterosa, afiliada do SBT, explicando que era um pedido da advogada do goleiro. A TV Alterosa fez uma reportagem exclusiva denunciando que o goleiro estava em um bar em Varginha em horário que deveria estar trabalhando. O fato acabou suspendendo o regime semiaberto em que Bruno se encontrava. Ao final da coletiva o próprio Bruno pediu desculpas para a equipe da Alterosa pela censura e disse que o fato aconteceu por questões judiciais.
Diante do fato, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais divulgou nota de repúdio à censura imposta a jornalistas pelo Poços de Caldas Futebol Clube (Vulcão).
“A equipe, que havia sido credenciada e se deslocou 153 quilômetros para cobrir a apresentação do goleiro Bruno pelo clube, sábado (5), foi impedida de participar da entrevista coletiva e teve seu microfone retirado da mesa. A censura, feita a pedido da advogada do goleiro, Mariana Nicolini, profissional que deveria zelar pelo respeito à Constituição, foi uma retaliação ao trabalho de reportagem exemplar da emissora. Há um ano, a TV Alterosa Sul de Minas flagrou Bruno acompanhado de mulheres e cerveja em um bar, no horário em que deveria estar cumprindo pena prestando serviços em uma associação de proteção e amparo aos condenados. Em consequência da reportagem, o goleiro não obteve progressão da pena para o regime semiaberto, o que só veio a acontecer em julho deste ano. O SJPMG solidariza-se com os jornalistas da emissora e conclama imprensa e sociedade a resistirem e denunciarem a censura que se espalha pelo país, cometida por todo tipo de autoridade e agente privado, sob as mais diversas alegações. O artigo 220 da Constituição veda a censura e garante a liberdade de informação jornalística. Não podemos aceitar esses retrocessos. Censura nunca mais!”, pontua a nota do Sindicato.
Após o episódio, o assessor de imprensa do Vulcão André Vince pediu afastamento do clube.
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