Poços de Caldas, MG – Tudo começou com o amor pela capoeira. Foi ele que fez Aldson Ribeiro dos Santos ter sua vida mudada pela milenar arte há 48 anos. Com o passar do tempo ele viu que poderia levar a capoeira adiante e assim o fez. Hoje ele é responsável por ensinar mais de 200 alunos do PMJ João Monteiro e do CEU Itamaraty. O berimbau, o pandeiro, as palmas, os gingados e os balanços da capoeira realmente estão fazendo a diferença e o mestre pode ver que a meta está sendo bem realizada. O reconhecimento é visto facilmente, basta acompanhar uma das aulas e ver o carinho que ele tem dos alunos.
Aldson trabalha há quase 30 anos com crianças e adolescentes, ele é a voz por trás da atividade que atravessa gerações. O mestre se orgulha em dizer que os pupilos dos dias atuais são filhos de alunos do passado. “Muitos pais que aprenderam capoeira comigo quando criança fazem questão de trazer seus filhos para que se repitam os ensinamentos. É uma grande emoção para todos. Os meninos chegam e dizem que o pai foi meu aluno, minha mãe foi sua aluna. Isto é gratificante, não tem preço que pague”, destacou.
A rotina do mestre Aldson é a mesma há décadas. Ele vê o aluno chegar ao PMJ, tomar café e depois da divisão das turmas começa os ensinamentos. São cinco turmas que fazem educação física e capoeira. “Trabalho cidadania, respeito e valores em primeiro lugar, depois vem a capoeira”, disse. Dentre os ensinamentos passados ao aluno, a maior preocupação é mostrar que eles precisam ficar longe de qualquer prática de violência. O mestre leva isto a sério. Alunos com histórico e comportamentos de violência não passam por suas aulas. Ele não ensina capoeira para quem pode usar a arte contra outra pessoa. “Trabalho com o coração, trato todos com muito carinho, amor, tenho filho e sei o quanto uma boa educação faz diferença e graças a Deus tudo vem acontecendo dentro do planejado”, destacou.
No estilo paizão o mestre Aldson conversa muito com os alunos orientando-os como deve ser o comportamento em casa, o tratamento com pais e irmãos, com os amigos, enfim, os bons valores que ele deve levar para toda a vida.
Conhecimento
O mestre lembra que a capoeira antigamente era proibida para brancos. Era uma arte apenas de negros. Criança também não praticava a arte. “Hoje são novos tempos, a capoeira chegou nas escolas e se Deus quiser ela irá para as Olimpíadas, estamos caminhando para que isso aconteça”, pontuou ele, que também se destaca em competições. Mestre de capoeira formado pela Associação de Capoeira São Bernardo, ele é vice-campeão paulista.
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