Invasão do prefeito ao gramado pode prejudicar seriamente a Caldense

Poços de Caldas, MG - A goleada de 5x0 sofrida para o Cruzeiro foi apenas um fato vivido num domingo trágico para a Caldense. Não bastasse o massacre dentro de campo, a Veterana ainda viu o campo ser invadido pelo prefeito municipal, Paulo César Silva, ato que pode gerar sérias consequencias ao time de Poços de Caldas.
O ocorrido foi relatado na súmula. O Igor Benevenuto fez menção ao incidente no item ‘conduta do público’, que, foi considerada boa, com exceção da atitude do prefeito de Poços de Caldas. “Um torcedor da equipe Caldense, que foi identificado como o prefeito da cidade, senhor Paulo César Silva, invadiu o campo de jogo ao término do primeiro tempo e veio em minha direção, dizendo as seguintes palavras: ‘F da p, safado, ladrão’”, escreveu o árbitro.
O caso deverá ir a julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais possivelmente na próxima semana.  Segundo o relato de Igor Benevenuto, o prefeito foi contido pelo árbitro reserva, sendo retirado do campo. “O mesmo (invasor) fez gestos com a mão, mostrando que estávamos roubando”, concluiu o árbitro da partida.

Punições
A atitude do prefeito pode prejudicar a Caldense até mesmo nos jogos da próxima temporada. Como o time tem apenas mais dois jogos em Poços de Caldas pelo atual campeonato, pode ter que cumprir o restante da pena na temporada de 2013, caso perca mais de um mando de campo. O julgamento só acontece na semana que vem. A partida de domingo, contra o América de Teófilo Otoni, está garantida para o Ronaldão. O jogo contra oVilla, último do time marcado para Poços de Caldas neste campeonato, é o primeiro que pode ser disputado em outra cidade. A Caldense não corre riscos de perder pontos, já que deverá ser incluída no artigo 213 do CBJD. O time ainda  pode ser multado nos valores que varia de R$ 100 a R$ 100 mil.

 Invasão
A invasão do prefeito ao campo de jogo aconteceu no intervalo. Segundo ele mesmo relatou, houve um descuido do pessoal que estava no portão e isto facilitou sua entrada no campo. Ele tentou chegar até o árbitro do jogo mais foi contido por Rogério Alexandre, da Liga Poços-caldense de Futebol, que estava atuando como quarto árbitro. Em seguida, o prefeito de Poços de Caldas foi retirado por policiais militares e retornou para as arquibancadas. “Eu não agredi ninguém, fui manifestar meu pensamento, não consegui nem chegar. Eu acho que simplesmente eu tenho o direito”, disse Paulo César, entrevista a TV Globo.

 Defesa
O departamento jurídico da Caldense está trabalhando a todo vapor para se defender junto à Federação Mineira. Um dos possíveis argumentos a ser usado será o fato de prefeito ser uma autoridade e não havia como evitar que ele adentrasse o gramado do Ronaldão.
“Estamos tentando montar nossa defesa e apresentar no dia do julgamento. Não sabemos como o prefeito entrou no campo, porém, como ele é uma autoridade, deve ter encontrado alguma facilidade para isto”, disse Franco Martins, segundo vice-presidente da Caldense. A reportagem tentou contato com o prefeito, mas ele estava em Belo Horizonte. Havia uma possibilidade de ele ir até a sede de Federação Mineira de Futebol para explicar o que houve em Poços de Caldas no domingo, porém, uma fonte do Mantiqueira disse que ele nem passou perto do prédio da entidade.

 Vulcão
Recentemente o Poços de Caldas FC foi julgado pelo mesmo motivo da Caldense. Rúbio Guerra e o Gerente de Futebol do clube  invadiram o gramado para protestar contra a arbitragem no empate contra o Tricordiano. O caso foi julgado na semana passada e o clube de Poços de Caldas levou apenas uma multa  de mil reais. Este pode ser um motivo de tranquilidade para a Caldense, porém, a grande repercussão nacional da infeliz atitude do prefeito da cidade pode ser um fator considerado grave no dia do julgamento.