sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Elton Fiebig fala sobre conquista no Mundial do México: “Ouro esteve perto”

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

Poços de Caldas, MG - O judoca e sensei Elton Fiebig esteve novamente disputando um Campeonato Mundial de Veteranos. Foi a décima edição do campeonato realizado pela Federação Internacional de Judô, que aconteceu em Cancún, no México, dias 17, 18, 19, 20 e 21 de outubro. O Brasil foi o campeão geral, conquistando 20 medalhas de ouro, 13 de prata e 18 de bronze.
Elton Fiebig, paulista radicado em Poços de Caldas, competiu na categoria M4+100kg e esteve muito perto da disputa pela medalha de ouro, porém, acabou sendo derrotado na semifinal. Abalado física e psicologicamente, ele conseguiu se recuperar na luta que valia o bronze e venceu o alemão Jean Peter Bischof, campeão mundial do ano passado. Fiebig. no entanto. lamentou a derrota na semifinal e disse que estava muito bem e com boas chances de trazer o ouro. Para ele a arbitragem foi fundamental no resultado.
Elton Fiebig participou do Mundial defendendo as cores do São Paulo Futebol Clube. Ele estreou com vitória diante do belga Francois Latour. Na fase seguinte, bateu o francês Olivier Van Der Poeg. Nas semifinais, enfrentou o ucraniano Oleksii Ovcharenko, sendo derrotado e ficando fora da briga pelo ouro. Na disputa do bronze, Elton venceu o gigante alemão de 2 metros de altura, Jens Peter Bischof, e faturou a medalha.

Mantiqueira - Que avaliação você faz sobre sua participação no Mundial?
Elton Fiebig - Eu sabia que não teria vida fácil desde o momento em que vi a lista dos inscritos em minha categoria. Pelo menos cinco atletas que já tinham sido campeões do mundo em edições anteriores, além do campeão europeu deste ano. As duas primeiras lutas foram um pouco complicadas, consegui as vitórias, porém, fiquei com um certo desgaste. No meu entendimento gastei muita força atoa sendo que poderia ter aproveitado melhor. Na segunda luta enfrentei um atleta da França que veio pra cima de mim e com isto se abriu muito e facilitou para que eu abrisse vantagem na pontuação. Foi uma luta bem mais tranquila que a primeira.

Mantiqueira - O que aconteceu na derrota da luta semifinal?
Elton Fiebig - Na semifinal enfrentei o ucraniano Ivan Radu, que havia batido o até então campeão mundial Jean Peter Bischof e chegou com muito moral para me enfrentar. Eu não conhecia o ucraniano, mas tinha totais condições de vencer o combate. Tomei a iniciativa da luta desde o início, mas hoje em dia a arbitragem é bastante tendenciosa. Como estão mais habituados com os atletas europeus, acabam “puxando a sardinha” para o lado deles. Busquei a luta o tempo inteiro, fiz o adversário levar duas punições, mas na decisão da arbitragem, já no tempo extra, acabei pisando para fora e fui punido, e com isto perdendo a luta.

Mantiqueira - Você acredita que esta punição foi precipitada?
Elton Fiebig - Foi sim porque quando pisei fora da área eu estava atacando meu oponente e ele que me empurrou para fora da área, isto normalmente não é nada, já que minha atitude era de buscar o combate atacando o tempo todo. Infelizmente, a arbitragem interpretou como saída proposital e acabei sendo prejudicado. Não foi a primeira vez que fui prejudicado pela arbitragem, pois na final do Mundial em 2015 foi a mesma coisa. Infelizmente, são coisas que magoam, mas já sabemos que quando se entra neste tipo de competição é preciso enfrentar o adversário e o árbitro também.

Mantiqueira - Como ficou a cabeça depois desta derrota, já que você ainda iria brigar pelo bronze?
Elton Fiebig - A derrota na semifinal realmente foi muito dura e não tinha como não mexer com a cabeça. Precisei me recuperar psicologicamente, ainda mais que meu adversário era simplesmente o campeão mundial do ano passado. Um gigante de dois metros e vinte e de uma força física impressionante. Eu por outro lado vinha de derrota e desgastado fisicamente em um cenário completamente desfavorável.

Mantiqueira - O que então fez com que você derrotasse o gigante alemão Jean Peter Bischof?
Elton Fiebig - Foi trabalhando o lado mental e com uma boa estratégia, já que força e físico eu praticamente não tinha mais. Fiz uma estratégia para anular o jogo dele, já que ele é maior e é canhoto, então optei por lutar de lado com ele e com isto ele estava sempre do lado de fora da área. Eu sempre atacava e ele se defendia pisando fora da área. Com isto ele acabou recebendo várias punições e  eu consegui vencer e ficar com a medalha de bronze.

Mantiqueira - Qual o balanço final de sua participação no México?
Elton Fiebig - No geral acredito que a participação foi muito boa. Claro que fui com a intenção de buscar o ouro, mas dentro da estrutura que temos em Poços de Caldas, das lesões que tive durante o ano, não fiquei triste com o resultado. Sei que posso melhorar e evoluir cada vez mais. Agora é terminar o ano. As competições de veteranos na temporada praticamente se encerraram, mas teremos ainda um torneio em Mococa para as crianças, teremos ainda um evento válido pelos Jogos Solidários e os Jogos Escolares em Natal.

Serviço

Elton Quadros Fiebig
Idade: 46 anos
Altura: 1.82
Categoria M4 – Pesado (+ 100 kg)
Principais Títulos:
Campeão Mundial Master 2007 (equipe)
Campeão Mundial Master 2009 (individual, absoluto e equipe)
Campeão Mundial Master 2014 (individual)

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