PAULO VITOR DE CAMPOS
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Poços de Caldas, MG – O gerente de futebol da Caldense Zezito, em entrevista ao Mantiqueira, fala sobre o processo de montagem do elenco e comenta críticas que recebe vez por outra. “Futebol tem muita gente desonesta que critica sempre querendo benefício pessoal ou para amigos”, disse ele. Sobre o time, o gerente de futebol diz que a equipe vai brigar na parte de cima da tabela e a meta é chegar até as finais.
Mantiqueira - Como anda o processo de montagem da equipe e de onde estão vindos os jogadores?
Zezito - Estamos trabalhando bastante neste processo de montagem do elenco. Esta semana o Ito Roque, novo treinador, ficou em Poços de Caldas e estamos correndo atrás dos contatos, conversando, e todo o processo está bem adiantado, faltando detalhes para começarmos a anunciar os nomes. Foram observados jogadores do Brasil todo e ainda temos em mãos um book com mais de 100 nomes, tudo sendo analisado criteriosamente. Foram realizadas triagens e o time final terá total aprovação do treinador. Queremos montar um time bom e que se encaixe na filosofia do Ito, mas é bom deixar claro que estamos trabalhando de acordo com as possibilidades financeiras do clube. Teremos um time bem mais qualificado que ano passado, quando acabamos pecando em alguns aspectos. Quero destacar a retaguarda que estamos tendo da diretoria, que deu carta branca na montagem do time, estamos em contato com o sr. Toninho e o Rovilson a toda hora para não extrapolar. Sabemos que precisamos montar uma equipe competitiva, mas também sabemos que a Caldense tem um limite de ordem financeira, mas está tudo muito bem encaminhado.
Mantiqueira - A estrutura da Caldense ajuda nesta fase de contratações?
Zezito - Sem dúvida. A Caldense tem uma ótima estrutura para um time do interior e acima de tudo o que mais desperta o interesse de um atleta quando é sondado para jogar aqui é a fama de honestidade que existe por parte da diretoria. A Caldense é um time que paga em dia, fato muito importante para dar tranquilidade para o profissional desempenhar sua função. Nosso Centro de Treinamento ainda precisa de melhorias, mas é um local excelente e que oferece o que o atleta precisa. Mas, como disse antes, dentro dos limites financeiro da Caldense estamos buscando as melhores peças e quando o time for apresentado vai agradar a todos. A diretoria abriu um pouco mais o leque para as contratações e vamos conseguir bons atletas, apesar que a concorrência no mercado é muito grande.
Mantiqueira - O tempo da pré-temporada é suficiente para uma boa preparação?
Zezito - Será uma pré-temporada curta, mas acredito que será suficiente. No início a parte física será priorizada, mas logo começam os treinos técnicos, os jogos-treinos e acredito que até o início do campeonato tudo esteja bem encaixado.
Mantiqueira - Como o senhor está vendo a mudança de diretoria. Sai Bento Gonçalves e entra o Dr. Rovilson Jesus Ribeiro. Muda alguma coisa em termos de relação?
Zezito - Não muda nada. O sr. Toninho é um homem fantástico, me deu todo o apoio, me deu esta nova função de gerente de futebol e sou muito grato a tudo que ele fez. Já o Dr. Rovilson, um homem muito inteligente, um médico conceituado e dentro do futebol ele tem conhecimento do que deve ser feito. Já conversamos e ele me dá muita liberdade, confia em meu trabalho e eu busco ser o mais honesto e transparente possível buscando fazer o melhor pela Caldense.
Mantiqueira - O que falar sobre o Ito Roque, treinador que chega indicado pelo senhor?
Zezito - Havia cinco nomes de treinadores que foram colocados para a diretoria escolher e o nome do Ito Roque foi o que mais agradou. Conheço o Ito desde o tempo que ele era atleta, fui responsável por subi-lo ao time profissional da Ferroviária, enfim, é uma pessoa de minha total confiança. O futebol é sujo, cheio de pessoas desonestas e Ito é o inverso de tudo isto. Um homem íntegro, gosta da coisa certa e por isto foi escolhido, além de ter sido bom jogador e com uma carreira vitoriosa como treinador. É formado em educação física, tem títulos no Estado de São Paulo e tenho certeza de que será um treinador muito bom para a Caldense.
Mantiqueira - Como o senhor encara críticas tanto como treinador quanto na função de gerente de futebol? Isto o deixa magoado?
Zezito - Procuro deixar estas coisas de lado, ficar focado no que eu faço. Muitas destas críticas, diria que a grande maioria, são feitas por gente que quer um cargo na Caldense, que tem inveja das pessoas que aqui estão. Querem tirar algum tipo de proveito dentro do clube e você sabe que não estou falando nenhuma mentira. Às vezes as críticas chegam de pessoas que nem me conhecem e me criticam de todas as formas via redes sociais ou até mesmo através de outros meios de comunicação. Quem me conhece, como você, por exemplo, sabe que minha história é longa no futebol, trabalhei em mais de quarenta clubes, revelei jogadores que hoje estão em grandes times do Brasil, trabalhei fora do país, enfim, uma grande história com o futebol. Procuro deixar estas questões fora, sinceramente nem acompanho este falatório, mas muita gente me avisa do que está acontecendo e vou seguindo minha vida. Tenho certeza que a imensa maioria deste pessoal que me critica quer tirar algum proveito, seja para ele próprio ou para beneficiar terceiros. Alguns querem colocar jogadores para o clube, outros querem trabalhar aqui dentro, no meu lugar, outros criticam simplesmente pela falta de caráter, honestidade, mas não funciona comigo, não me atinge.
Mantiqueira - Que balanço fazer de um ano que o senhor começou como treinador e agora está do outro lado como dirigente?
Zezito - Foi um ano muito positivo. Futebol é muito turbulento e na Caldense é assim também. Como treinador tive um trabalho que estava em início e mesmo assim acredito que o empate com o Cruzeiro em 0x0 e a derrota para o Fluminense por 1x0 pela Copa do Brasil mostrou que o time estava no caminho certo, mostramos um bom futebol. Foram dois jogos muito bons, e quase eliminamos o Fluminense da Copa do Brasil. Recebi ligação do Brasil todo parabenizamos por aquele jogo, ou seja, não foi um trabalho ruim. Claro que o time precisava de peças de mais qualidade em alguns setores, como o ataque, mas o grupo não era ruim. Acredito que o meu trabalho agradou tanto que voltei num cargo ainda maior e agradeço a diretoria pela confiança. São pessoas inteligentes e que querem o bem da Caldense.
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