PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com
Poços de Caldas, MG - No final de semana passado, a cidade paulista de Mauá sediou o exame de graduação da faixa preta. Ele é realizado anualmente para alunos e professores que almejam atingir a graduação oficial da Federação Paulista e Confederação Brasileira de Judô. Para chegar ao objetivo o judoca precisa passar por um longo processo. São dois anos que ele precisa trabalhar como árbitro, oficial de mesa, realizar aproximadamente seis cursos, que vão de fundamentos técnicos a primeiros socorros, ética, entre outros. Depois de todo o processo de preliminar e alguns custos pelo caminho o judoca que consegue a graduação pode dar seus primeiros passos na categoria como sensei. O Shodan, primeiro grau, na faixa preta é o início da caminhada em uma mudança sobre o que se entendia de judô até então. O atleta passa de praticante para a responsabilidade de transferir o conhecimento para os mais novos.
Quatro judocas de Poços de Caldas, que treinam ou já treinaram com o sensei Elton Fiebig, conseguiram a graduação em Mauá. José Raimundo Júnior, Robson e André Piva conquistaram a tão sonhada faixa preta e agora passam a integrar outro nível na modalidade.
Pai e filho
José Raimundo Júnior era judoca, mas acabou parando com a atividade devido à correria do dia a dia. Com o tempo viu os filhos Kaio e Vinícius seguirem seus passos e se destacarem na arte marcial. Não demorou muito para Júnior retornar aos tatames. De início ele voltou aos treinos como forma de incentivo aos filhos, mas depois tomou gosto e começou a disputar competições. No final de semana, ele foi graduado com a faixa preta ao lado do filho Kaio, que hoje está morando em São Paulo e é uma das promessas do judô brasileiro. “Estou muito feliz com esta graduação que marca o início de uma nova fase depois de um processo longo e cansativo, mas que valeu muito a pena. A satisfação ainda foi maior no meu caso, uma alegria indescritível de poder me graduar juntamente com o Kaio, meu filho. Os dois aprovados no mesmo dia foi uma emoção muito grande que ficará para sempre guardada no coração”, disse José Raimundo Júnior.
Outro graduado foi Robson Luiz Correa, que também tem dois filhos que trilham o caminho do judô. “Foi um sonho realizado e estou muito feliz pela graduação. Agradeço ao sensei Elton pelos treinos e agora é buscar crescer mais e mais no judô”, falou Robson.
Superação
Formado nos projetos sociais coordenados por Elton Fiebig, André Yuri Piva foi outro que se conseguiu a graduação no final da semana passada, mostrando a todos que se existe um mínimo de força de vontade os sonhos são todos possíveis de serem realizados. “Um feito muito grande para mim que venho de projetos sociais onde muitos ou todos desistiram pelo caminho, mas continuei e esta faixa preta mostra que tudo na vida é possível, desde que você lute pelos seus desejos”, falou André, lembrando que o projetos realizado em seu bairro tinha cerca de 50 meninos e todos pararam pelo caminho. “Foi difícil, um exame complicado, mas deu tudo certo e estou muito feliz”, falou o atleta.
O sensei Elton Fiebig destacou o feito dos atletas, ressaltando as dificuldades encaradas por cada um. “O Júnior voltou a treinar para incentivar os filhos e cresceu muito, tendo a oportunidade de graduar junto com o filho Kaio. Teve ainda o Robson, pai da Mariana e do Bernardo, que são judocas vencedores, treinam com a gente sistematicamente e acabou sendo agraciado com a faixa preta. Por fim, o André, que vem de nossos projetos sociais, começou na escola Mariquinhas Brochado em 2011 e talvez de todos que a gente imaginasse que iria longe no judô ele poderia ser colocado em último. No início estava bem acima do peso, tinha muitas dificuldades, mas com a prática melhorou muito sua qualidade de vida e hoje porta a faixa preta e serve de exemplo para os colegas que ficaram pelo caminho”, finalizou Fiebig.
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