Poços de Caldas, MG - Se uma equipe vier a Poços de Caldas com o pensamento de vencer a Caldense no basquete masculino pode se preparar para uma dura batalha. Além de enfrentar um time unido e muito bem treinado, terá pela frente uma vibrante e apaixonada torcida alviverde. A cada jogo, no ginásio principal da Associação Atlética Caldense, uma corrente positiva se forma e cria uma atmosfera que faz com que os jogadores se tornem verdadeiros gladiadores brigando pela palmo a palmo pela bola. A equipe até pode perder, mas luta e apoio não faltará. O professor Júlio César Freitas, um dos maiores incentivadores do basquete em Poços destaca a força que vem de fora da quadra. Além dos pais dos jogadores, um grande grupo de ex-atletas da cidade se unem e ajudam a manter o time ligado o tempo todo. “É empolgante ver a energia deles que tentam ajudar com um pouco do conhecimento que adquiriram nos tempos de atletas. De uma maneira ou de outra eles conseguem e os resultados aparecem dentro da quadra”, disse o professor Júlio.
Na semana passada a equipe disputou os Jogos da Juventude, representando Poços de Caldas, com apoio da Secretaria Municipal de Esportes, e ficou na terceira colocação.
Na estreia, contra Machado, o time do professor Júlio não esteve bem, mesmo com o apoio da torcida e acabou derrotado por sete pontos, 58x51. “Tivemos uma estreia abaixo da expectativa e quando reagimos não tivemos tempo de buscar o placar”, disse Júlio.
Força da torcida
Não podendo mais perder para chegar nas finais, a força da torcida foi fundamental. A Caldense cresceu e conseguiu a classificação para a semifinal diante da boa equipe de São Sebastião do Paraíso. Foi neste jogo que o torcedor de Poços mostrou o quanto pode fazer a diferença. O jogo foi equilibrado do início ao fim, disputado ponto a ponto. Os gritos de incentivo das arquibancadas eram constantes. No final não deu para Poços, que perdeu por diferença de três pontos, 42x39. O último lance resumiu bem o que foi a partida. Com o cronômetro zerando a Caldense ainda arriscou de três pontos, mas a bola caprichosamente tocou no aro e não caiu. “Tivemos uma presença e participação incrível da nossa torcida. Uma tradição já nos jogos do basquete. Ex-atletas, familiares, amigos, sócios do clube e curiosos que passam pelo ginásio formam nosso sexto jogador!!! É incrível!!! São diferenciados por que, não valorizam unicamente o resultado, mas reconhecem o empenho, a luta e a dedicação do time. Fazem barulho, participam, cantam, além das tradicionais pegação no pé dos árbitros e adversários. Imagino se essa galera pudesse acompanhar jogos de equipes adultas, com jogadas diferenciadas como cravadas, tocos e outras”, contou o professor.
Em forma de reconhecimento ao apoio da torcida, o professor acabou presenteando um pai de atleta com sua medalha. “Foi uma maneira de reconhecer, agradecer e trazê-los ainda mais para perto do time. O Zeca é uma figura. Pai de um dos jogadores, contradiz a fama de pai que só torce pelo filho. Vai em todos os jogos - dos meninos mais novos, das meninas, amistosos e outros. O mais sensacional é que ele sempre comenta do basquete além do jogo. Ele destaca os valores, a importância no contexto educativo e social. Não podíamos dar uma medalha para cada um então escolhi a ele para que representasse a todos. Depois dos jogos os meninos sempre comentavam de gritos, conselhos e até dicas de torcedores, principalmente dos veteranos que ali estavam. Para mim isso é transcendente: valoriza tanto os novatos como os veteranos. Uma metáfora de como eu acredito que nossa cultura deveria lidar com os nossos jovens e anciãos”, falou o professor Júlio. Zeca é pai do jogador Gianlucca Micheletto.
Um comentário:
Incrível matéria! guardarei o jornal por toda a minha vida. Valeu, Vitor!
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