sábado, 2 de julho de 2016

Presidente da Dragões da Real luta pela união entre torcidas e critica atual momento do São Paulo

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

Poços de Caldas, MG – O Mantiqueira conversou com André Azevedo, presidente da Associação Nacional de Torcidas Organizadas e também da Dragões da Real, que ontem esteve em Poços de Caldas para a inauguração da subsede local. Azevedo falou de vários assuntos envolvendo torcidas organizadas e também criticou o atual momento do São Paulo, que apesar de estar numa fase semifinal de Libertadores não vive um bom momento.

Mantiqueira – Como é ter uma subsede da Dragões da Real em Poços de Caldas?
André Azevedo – Estou vendo muito positivamente esta subsede aqui, primeiramente por ser Poços de Caldas a escolhida. A cidade é uma referência no Brasil pela sua história, pelos pontos turísticos e quando surgiu a oportunidade de trazer esta subsede para cá não pensamos duas vezes. Hoje a Dragões da Real em Poços de Caldas é uma feliz realidade. Uma subsede numa cidade histórica é bem gratificante.

Mantiqueira – E como surgiu a Dragões da Real e como funciona.
André Azevedo – A nossa torcida surgiu em 1984 e foi uma fusão entre outras torcidas do São Paulo Futebol Clube. Hoje, além do futebol, a Dragões da Real tem uma escola de samba que integra o grupo especial do carnaval paulista. Está na elite há seis anos e em alguns destes anos entrou no desfile das campeãs e por isto é motivo de muito orgulho. A Dragões tem o respeito de outras torcidas, inclusive rivais devido à postura que adota. As pessoas vinculam torcidas organizadas com violência, mas a Dragões tenta ser um contraponto nisto. Procuramos fazer um caminho diferente das torcidas organizadas, com trabalhos sociais, entre outras coisas. Este trabalho é um dos requisitos que pedimos para que seja criada uma subsede. Ela precisa ser engajada socialmente em vários tipos de campanhas para mostrar que nas torcidas organizadas existem pessoas de bem e que querem mostrar outro lado para a sociedade. Quando soubemos do interesse de Poços de Caldas em ter uma subsede, nossa primeira pergunta foi se aqui tinha outros movimentos de torcidas organizadas. Neste caso orientamos o diálogo entre estes torcedores para que se mantenha o respeito e que seja um encontro entre famílias. Não queremos problemas com ninguém e esta é uma política que a Dragões usa em todo o Brasil. Pregamos o respeito independente da cor da camisa.

Mantiqueira – Qual o relacionamento da Dragões da Real com o São Paulo Futebol Clube?
André Azevedo – Já foi melhor, mas historicamente é um relacionamento muito bom. Hoje a própria mídia faz um lobby muito grande para que não haja interlocução de torcida com o clube e isto acabou atrapalhando porque alguns diretores se sentem pressionados. Nosso presidente atual está tentando manter uma postura do que ele acha que é certo. O Leco conversa bastante conosco, mas esta relação não é como muitas pessoas taxam de promíscua e sim uma relação de muito diálogo. Por mais que alguns não aceitem, a torcida organizada faz parte do futebol e representa muito para cada clube.

Mantiqueira – E o que você tem a dizer da fase atual do São Paulo?
André Azevedo – O São Paulo passa uma falsa impressão de que está bem por estar na semifinal da Libertadores. Mas não vem sendo um ano bom e esta Libertadores pode até maquiar este ano ruim. Fomos muito mal no Paulista, estamos mal no Brasileiro e apesar de estarmos nas semifinal não fomos bem na Libertadores. O São Paulo perdeu muitos jogos, passou dificuldades contra um time sem expressão, o The Strongers. Tomara que ganhemos a Libertadores, mas é preciso acender o sinal de alerta porque não é um bom ano. Se formos olhar friamente os números fica evidente que o time não está bem.

Mantiqueira – Mesmo assim você vê o São Paulo favorito na competição?
André Azevedo – De forma alguma, pelo contrário estamos longe de favoritismo na Libertadores. O que pode nos ajudar é a força do Morumbi. A força da torcida, o clima que ela proporciona será um diferencial que pode ajudar, mas favoritos não somos.

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