terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Caldense confirma que negocia com empresa para terceirizar futebol

Poços de Caldas, MG - Os rumos do futebol profissional da Caldense podem mudar complemente em breve. Na tarde de ontem, o presidente Antônio Bento Gonçalves, juntamente com seu vice Rovilson Jesus, confirmou ao jornal Mantiqueira que os advogados do clube e da empresa AR7 Sports Management, de propriedade de Rubio Guerra, o Rubinho, estão conversando e podem entrar em acordo para terceirizar o futebol profissional do clube. Confira entrevista com Bento Gonçalves, presidente, e Rovilson Jesus, vice-presidente, sobre o assunto.

Mantiqueira - Como a Caldense recebe esta proposta para terceirizar o futebol profissional do clube?
Antônio Bento Gonçalves - Antes de mais nada quero deixar claro que este tipo de proposta sempre foi recebida pela Caldense. O clube é viável e por isto desperta o interesse de muitos empresários. Ano passado, por exemplo, fomos procurados por dois senhores portugueses, mas eles acabaram fechando negócio com outro clube em Portugal mesmo. Sei que outros presidentes da Caldense também já tiveram propostas neste sentido e desta vez estamos analisando esta nova proposta feita pela empresa do Rubinho Guerra.

Mantiqueira - Como estão sendo as conversas entre Caldense e a empresa de Rubinho?
Antônio Bento Gonçalves - Para que esta nova proposta siga em frente a Caldense vai se resguardar de toda a maneira para evitar qualquer tipo de problema que possa aparecer. Naturalmente a Caldense irá precisar de garantias reais, saber quem serão as pessoas envolvidas no negócio, como vai funcionar, enfim, o clube tem que estar a par de todo o processo para não ser surpreendido como já aconteceu com outros clubes. Será o patrimônio da Caldense que estará em jogo, o nome da Caldense que será exposto e por isto temos que ter muito cuidado para concretizar qualquer tipo de negociação.

Mantiqueira - Como e com quem da Caldense esta negociação está sendo feita?
Antônio Bento Gonçalves - Até certo ponto é direto comigo como presidente do clube e depois passa pela equipe de advogados que elaborará esboços de contrato, depois volta para uma análise minha e depois, se houver todas as garantias para o clube, será passado para o Conselho Deliberativo e se tudo estiver de acordo a negociação poderá ser efetivada. Como disse anteriormente recebemos muitas propostas neste sentido e até hoje nunca nenhuma delas conseguiu cumprir as exigências todas da Caldense.
Mantiqueira - E como o senhor vê a possibilidade de terceirizar o futebol?
Antônio Bento Gonçalves - Pessoalmente eu vejo com uma boa saída para o futebol da Caldense. O clube gasta uma parte da verba do social com o futebol e se porventura houver uma empresa que preencha todas as condições acho perfeitamente viável esta negociação. Realmente é muito difícil tocar futebol e digo que somos amadores lidando com futebol profissional e acredito que se tivermos as garantias e um profissional do futebol vale a pena levar esta ideia para frente.

Mantiqueira - E para quando seria esta mudança no futebol profissional da Caldense?
Antônio Bento Gonçalves - Para o mais rápido possível. Ainda não sei ao certo, mas deve ser rápido. Hoje nossos advogados já estão em contato com os advogados da empresa para se inteirarem da proposta. Está sendo elaborado um documento que pode dar condições do investidor apresentar as garantias que serão avaliadas pelo nosso departamento jurídico.

Mantiqueira - Que tipo de garantias a Caldense precisaria para o negócio ir para frente?
Rovilson Jesus - Seria dinheiro ou bens que garantem ao clube um bom respaldo. Não temos como fazer este acordo sem estas garantias. Todo mundo quer vir para a Caldense, não é só esta empresa e todo ano é a mesma coisa. Agora vem a Série D e a Caldense é uma vitrine e a procura é muito grande. Todo mundo quer. Teve outro empresário que ofereceu um time inteiro para a Caldense disputar a Série D, mas não conseguimos de ninguém até agora as garantias. Não podemos fazer nada sob o risco de que à frente o prejuízo seja todo da Caldense. É o nome da Caldense em jogo. Não vamos nunca colocar em risco o nome da Caldense, não iremos nos aventurar de forma alguma. Quem quiser assumir o futebol do clube, as portas estão abertas, mas que seja proposta séria e embasada, caso contrário não tem conversa.

Mantiqueira - E quais vantagens a Caldense vê neste negócio?
Antônio Bento Gonçalves - Segundo informações, tem um investidor com bastante dinheiro no negócio e se isto realmente for verdade será excelente para nós, que ao invés de gastar dinheiro com o futebol vamos ganhar dinheiro com o futebol. Se esta proposta vingar como estão nos garantindo ela é muito viável para a Caldense.

Mantiqueira - Seria um passo da Caldense rumo a novos horizontes no futebol profissional?
Rovilson Jesus - Seria este o caminho. Tirando o Tombense e o Boa Esporte o resto dos times do interior é semiprofissional, nenhum outro é profissional e todos têm muitas dificuldades para se manter. Neste patamar está a Caldense. Se quisermos ter uma pretensão de crescer teremos que nos profissionalizar, caso contrário não acontece. Muita gente disse que a atual diretoria da Caldense quer acabar com o futebol, mentira. Ninguém quer acabar com nada, mas sim fazer um futebol bem feito e que leve o nome da Caldense para o alto.

Mantiqueira - Como o clube acompanhará a movimentação dentro do futebol com esta mudança?
Antônio Bento Gonçalves - Todo o mês vamos conferir tudo. Ver as contas, os pagamentos, os gastos. Tudo será muito bem acompanhado pelo clube. A Caldense terá um teto de garantia e eles terão que se enquadrar neste teto.

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