PAULO VITOR CAMPOS
pvcampos@gmail.com
Poços de Caldas,MG - Este ano a BR-135 virou BR-135+. A prova teve um aumento em sua quilometragem e o atleta precisará percorrer 281 quilômetros entre São João da Boa Vista até a cidade de Campos do Jordão. A largada aconteceu na próxima quarta-feira e o atleta de Poços de Caldas Adilson Ligeirinho busca o tri. Confira na entrevista as expectativas dele para a competição.
Mantiqueira - Você chega na BR 135+ com boas chances de vencer pela terceira vez. Como está a expectativa?
Adilson Ligeirinho - Mudamos bastante o trabalho de preparação para este ano. Comecei a treinar com o professor Wonder, da Universidade Federal de Muzambinho, e realizamos um trabalho de quatro meses. Durante esta preparação os gastos também aumentaram, mas a faculdade e os parceiros ajudaram e conseguimos cumprir os objetivos. Foi um trabalho muito intenso e diferenciado. Treinei como nunca havia treinado antes e por isto acredito que tenho boas chances. Estou muito melhor fisicamente.
Mantiqueira - O tri-campeonato vem este ano?
Ligeirinho - Hoje estou mais velho, perto de completar 47 anos, e temos na prova um bom grupo de corredores jovens. Porém, se derem bobeira e me deixarem chegar posso incomodar. Estou correndo bem. Claro que não me coloco como favorito e não digo que vou ganhar a prova, mas estarei na briga. Respeito todos os adversários, mas sei que estou melhor que nos anos anteriores.
Mantiqueira - É verdade que você chegou a correr 900 quilômetros mensais?
Ligeirinho - É sim. Meus treinos chegaram aos 30 quilômetros por dia e aos 900 por mês, tudo dividido em tiro, subidas, treinos longos. Foi uma preparação bastante variada e dura.
Mantiqueira - Você teve problemas físicos em outras temporadas. Este ano como você está?
Ligeirinho - Meu grande problema era o joelho, mas hoje estou recuperado totalmente. Foram horas e horas de fisioterapia para estar em boas condições agora. Durante todo o tempo de tratamento fiquei sem competir para não atrapalhar os treinamentos, por isto acredito que chego sem maiores problemas para esta corrida.
Mantiqueira - A BR-135+ é uma das ultramaratonas mais difíceis do mundo. Como é disputar esta competição?
Ligeirinho - É preciso uma boa equipe de apoio. Conto com duas caminhonetes que irão levar o pessoal que correrá comigo. É perigoso correr sozinho, principalmente à noite, e por isto a organização exige uma equipe de apoio. Tem sempre alguém levando alimentação, água, isotônico. O atleta não pode ficar desamparado em momento algum.
Mantiqueira - E este aumento no percurso?
Ligeirinho - Será complicado. Este ano a BR-135+ aumentou seu percurso em 64 quilômetros e quem quiser completar a corrida terá que disputar 281 quilômetros. Não é fácil.
Mantiqueira - Qual a maior dificuldade que você espera encontrar?
Ligeirinho - Justamente a parte final. Pegar mais 64 quilômetros não será nada fácil. O atleta estará estafado e precisará correr por montanhas que irão desafiar ainda mais a resistência. Quero finalizar esta entrevista agradecendo seguintes parceiros: Centro Otorrino, Alcace, Cirúrgica Fenix, Instituto Federal de Muzambinho, Madereira Chiqueirão, Loja da Borracha, Linguiça Uai, Dr. Umberto, Dr Mário, Professor Denis, Professor Wonder, Lucas, Adriano, José Rita, José Aparecida e Yoorin Fertilizantes.
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