Uma reportagem do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, com o presidente do Villa Nova de Nova Lima, Aécio Prates, retrata bem as dificuldades das equipes do interior. A situação do Villa condiz com a maioria dos clubes “pequenos”, inclusive da Caldense, que luta para manter o time em atividade. “Aqui na Caldense também é difícil conseguir apoio. Corremos atrás de parceiros, mesmo assim não é fácil. Queremos ter um calendário completo, jogar o ano todo, porém, é muito complicado, disse Laércio Martins, presidente da Caldense, que garante que este ano o time de Poços disputará o Brasileiro da Série D se conseguir a vaga em campo.
Villa Nova
Com uma dívida trabalhista girando em torno de R$ 4 milhões, o Villa Nova, um dos mais tradicionais clubes do futebol mineiro, passa por um momento complicado para se manter em atividade. Antes do início do Campeonato Mineiro, o presidente do Leão do Bonfim, Aécio Prates, chegou a cogitar a possibilidade de o time não disputar o Estadual. Mas a diretoria conseguiu acertar duas parcerias, com a Promed Saúde e os Supermercados BH, que acabaram ajudando a viabilizar a participação da equipe de Nova Lima na competição regional.
Aécio Prates afirma que esse momento difícil vivido pelo Villa Nova foi provocado graças às contratações feitas nos últimos 20 anos, e que onerou os cofres do Leão do Bonfim. Devido a essas dívidas trabalhistas, todo valor que entra no clube é bloqueado para pagar os débitos com ex-funcionários, incluindo atletas. Há cerca de quatro anos, o Villa Nova chegou a criar o consórcio de credores trabalhistas, que na época tinha uma dívida girando em torno de R$ 1,2 milhão.
O clube, no entanto, não conseguiu arcar com esses débitos e, hoje, esse valor chegaria aos R$ 4 milhões. “Fizeram esse consórcio totalmente favorável a outra parte (atleta). Em alguns casos faltava uma porcentagem pequena para finalizar o pagamento da dívida, mas o clube não cumpriu com sua obrigação e o valor voltou para a estaca zero”, afirmou Aécio Prates.
Em quase quatro meses de sua administração, Aécio Prates declarou que o departamento jurídico do clube vem trabalhando para tentar colocar em ordem as contas. “Estamos conversando com nossos credores, e nossa expectativa é acertar essas dívidas em um prazo de cinco a dez anos”, ressaltou o dirigente, lembrando que isso só será possível se houver responsabilidade na administração do clube.
“Hoje, o maior patrimônio do Villa Nova é o seu nome. Estamos trabalhando para tentar recuperar a nossa credibilidade e fazer com que o clube volte a ser viável”, destacou o dirigente. Para manter o futebol, a folha salarial do Leão do Bonfim gira em torno de R$ 210 mil mensais (R$ 170 mil para pagar jogadores e R$ 40 mil para a comissão técnica). O custo mensal das contas do Villa Nova fica entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. Apesar das dificuldades, Aécio Prates confia na recuperação do clube, e, como diz uma marchinha carnavalesca cantada pelos moradores de Nova Lima: “quem falou que o Villa morreu se enganou. O Villa não morreu nem morrerá. Deixa a danada da língua do povo falar”.
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