O judoca Elton Fiebig, do Projeto Soma de Poços de Caldas e do São Caetano, voltou a brilhar numa disputa mundial. Ele, que defendia o título mundial master conquistado ano passado nos Estados Unidos, novamente fez um grande campeonato e perdeu apenas na final, numa decisão da arbitragem muito contestada.
A competição este ano está sendo disputada em Budapeste, na Hungria, e, segundo Fiebig, que falou ao Mantiqueira via e-mail, o nível dos participantes está muito forte, com presença maciça de judocas do leste europeu, inclusive mongóis.
“Desta vez perdi o título, mas acho que fiz um bom trabalho. Cheguei na decisão depois de combates duríssimos e acho que poderia ter conseguido o título se alguns detalhes não atrapalhassem”, disse o atleta, que reclamou bastante da arbitragem na luta final. O primeiro combate de Fiebig foi diante de um atleta da casa. Ele enfrentou o húngaro Tigor Vegh e depois de uma luta quase perfeita venceu por ippon. “Foi uma luta muito dura, principalmente nos momentos finais, mas consegui encaixar o golpe perfeito e passei para a segunda rodada”, contou.
Na luta seguinte, uma verdadeira pedreira diante do ucraniano Viacheslav Semenchenko. Este combate o judoca venceu aplicando uma projeção e imobilização por ippon. A vitória garantiu ao brasileiro a presença na semifinal, onde acabou encontrando mais dificuldades. O combate foi duríssimo diante de Alexei Muraveinik do Kazahistão. Esta luta foi muito equilibrada e Fiebig venceu devido a duas punições sofridas pelo adversário. Fiebig novamente colocou o Brasil numa final mundial master.
A luta pelo título foi contra o grego Odysseas Tzigkoutzidis, representante da Grécia nos jogos olímpicos de Athenas em 2004. “Tive muito trabalho neste combate. O grego usou sua imensa força e uma boa estratégia para bloquear minhas técnicas”, contou Elton. Mesmo enfrentando todas as dificuldades, Fiebig fez um combate de igual para igual com o grego que tem 1,90 m e 156 quilos. O brasileiro saiu em vantagem já que seu adversário sofreu uma punição. Ao final do 3º tempo normal os atletas estavam empatados e o combate foi para a morte súbita, golden score, onde quem fosse punido perderia a luta. “Fiz alguns bons ataques, porém não tive sucesso e infelizmente uma decisão polêmica da arbitragem acabou me punindo e assim perdi. Todo o ginásio vaiou a decisão do juiz que alegou que eu havia saído da área e sinceramente não saí”, lamentou Fiebig, que contestou muito a decisão do árbitro.
“É triste a gente ver um campeonato tão forte, com atletas de um nível excelente, mas com uma arbitragem fraca e que acaba prejudicando um trabalho sério. Claramente existe tendência em facilitar as coisas para os atletas locais e isto certamente mancha o brilho da competição, desabafa. Mas ele conta que fez um grande campeonato e que ser vice também foi um grande resultado. “Novamente acho que cumpri meu papel, representei bem o Brasil e este segundo lugar mostra que meu judô ainda é um dos melhores do mundo. É este judô que estou ensinando em Poços de Caldas, cidade que acolhi com muito orgulho e de onde podem surgir novos campeões”, finaliza ele.
O atleta volta hoje ao tatame quando se junta aos demais judocas brasileiros na disputa por equipes. A seleção brasileira enfrenta a Rússia no primeiro combate do dia. O próximo mundial master será no Brasil.
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