segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Alunos do Colégio Municipal recebem medalhas na Olimpíada da Matemática

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

Poços de Caldas, MG - Dois jovens estudantes do Colégio José Vargas de Freitas, o Colégio Municipal, colocaram o nome de Poços de Caldas em evidência ao serem agraciados com medalhas na 13ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Os estudantes de Poços premiados no evento foram Vitor Marques de Souza, de 15 anos, e João Gabriel de Carvalho Mendes, 13 anos. O evento premiou alunos das escolas da rede estadual de todo o Brasil. Para a diretoria do Colégio Municipal Maria Rosmey da Silva Amaral, um feito que deve encher de orgulho toda a cidade. “Nossos alunos mostraram que realmente são muito bons e este feito nos enche de muito orgulho e satisfação, pois além de colocá-los entre os principais estudantes de matemática do Brasil, também coloca o colégio e a cidade em grande evidência”, falou a diretora.
A cerimônia de premiação nacional aconteceu no Centro de Exposições e Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro, semana passada.  “Quando este tipo de premiação acontece fica evidente um grande destaque para o trabalho feito no colégio. Um prêmio para os meninos que estão trabalhando, estudando, se esforçando e por isto se destacam em eventos como este”, falou a diretora, lembrando que entre os medalhistas de ouro na Olimpíada Nacional de Matemática, 20% são de Minas Gerais e entre eles os dois alunos de Poços de Caldas. “Vale lembrar que o Municipal vem se destacando em vários segmentos como nas últimas edições dos Jogos Escolares, etapa regional, que teve as equipes de basquete e voleibol em segundo lugar”.
O Colégio Municipal atende 2.363 alunos de Poços de Caldas e região com atividades desde a educação infantil ao ensino médio. A escola tem uma parceria com a Unifal, onde realiza um curso preparatório para o Enen.

Primeira vez de avião

João Gabriel fala orgulhoso do prêmio recebido no Rio de Janeiro, mas conta que bateu um nervosismo grande na viagem, já que pela primeira vez viajou de avião. Para ele tudo que aconteceu será lembrado para o resto da vida. Aluno do oitavo ano ele conta que a matemática é uma grande paixão. “Foi uma viagem muito emocionante desde o início quando fui até Campinas para pegar o voo. Foi a primeira vez que andei de avião e fiquei com bastante medo no início. Depois fui ficando mais calmo e a viagem até o Rio de Janeiro foi muito divertida. Chegar no Congresso Internacional de Matemática e receber a medalha foi um momento muito marcante”, conta o jovem. Ele lembra um fato negativo no mesmo dia quando roubaram a medalha do matemático iraniano Caucher Bikar. “Mesmo acontecendo este fato chato o evento acabou sendo muito legal. Subir no palco foi emocionante, ver todas as pessoas aplaudido, bom demais saber que aqueles aplausos eram para você”, contou o aluno, que foi apresentado para a matemática pelo seu pai. “Não sabia o que era e quando meu pai me mostrou me interessei e acabei tendo uma evolução maior nesta matéria do que em qualquer outra”, finalizou João Gabriel, lembrando que a medalha mostra o quanto seu esforço valeu a pena.


Orgulhoso de sua capacidade

Vitor Marques de Souza comemora a medalha como um grande prêmio por toda a dedicação que tem pela matemática. “Me dediquei muito, estudei bastante e foi merecimento, muita força de vontade e estou muito orgulhoso de mim mesmo. Saber que tenho capacidade, que sou um pouco mais e que estou entre os melhores é muito bom”, falou o jovem, que mostra que sabe o potencial que tem e pode chegar longe em sua vida. Aos 15 anos e estudante do primeiro ano ele disse que vai seguir na área de Ciências Exatas, que tem Matemática, Química e Física como peças fundamentais dos seus estudos. “Gosto muito, tenho facilidade e por isto é uma área que me favorece”, finalizou Vitor, destacando que o maior incentivo vem da família. “Sempre é muito importante todo o apoio que vem de casa”.
Para a professora Gysele Fiamenghi, que ano passado teve Vitor como aluno, o feito do jovem é realmente por muito merecimento, já que ele sempre mostrou uma grande capacidade e inteligência ao lidar com os números da aritmética. “Total orgulho para todos nós, ainda mais em se tratando de matemática, muita gente torce o nariz por achar uma matéria muito difícil e tida até como chata pela grande maioria. Mas tem quem gosta e quem gosta, gosta de verdade, e estes meninos premiados no Rio de Janeiro são muito dedicados. Quando a gente começa a prepará-los para a Olimpíada eles ficam empolgados e estudam muito. Para nós professores poder ajudar e participar do processo é muito gratificante. Claro que o mérito é todo deles, mas não tem como não ter um sentimento de realização ao ver o fruto do empenho deles”, disse a professora. Segundo ela, vários alunos do colégio que se destacaram seguiram na área. “Temos alunos fazendo mestrado na estatística e ficamos contentes demais. Ano passado fui professora do Vitor e ele é um menino muito inteligente, muito dedicado, com uma facilidade incrível. Ficamos honrados por eles e felizes pelo reconhecimento que eles demonstram conosco após a premiação, como se tivéssemos ganhado com eles este prêmio. Eles nos olham como que dizendo ‘a culpa é de vocês’. Mas o mérito é todo deles e para nós fica um sentimento de honra e satisfação muito grande”, finalizou a professora Gysele.

Dados gerais

Dados da organização da OBMEP dão conta de que a sua 13ª edição manteve o número de medalhas das edições anteriores a alunos de escolas públicas de todo o país: 500 medalhas de ouro, 1.500 de prata e 4.506 de bronze, além de e 38,6 mil menções honrosas. Os alunos de escolas particulares – participaram um total de 4.473 colégios – receberam 76 medalhas de ouro, 227 de prata, 682 de bronze e 5,7 mil menções honrosas. Dos 18,2 milhões de estudantes inscritos (do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio), 941 mil foram classificados para a segunda fase da competição, sendo que 903 mil são de escolas públicas e 38 mil, de particulares.


Sobre a OBMEP

Criada em 2005 pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas tem como metas estimular o estudo da Matemática, revelar talentos, incentivando o seu ingresso nas áreas científicas e tecnológicas, e promover a inclusão social pela difusão do conhecimento. A OBMEP, destinada a estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação (MEC), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).

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