quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Com sete atletas de Poços, seleção brasileira de cricket vai disputar Sul-americano na Colômbia

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

Poços de Caldas, MG - Quase tudo pronto para a estreia da seleção brasileira feminina de cricket no Campeonato Sul-americano de Cricket, que acontece na próxima semana, na Colômbia. A equipe nacional embarca na próxima quarta-feira para Bogotá e das 14 atletas que fazem parte do time, sete são de Poços de Caldas. Para o técnico da seleção, o inglês Matt Featherstone, é uma grande chance da equipe assumir a liderança do ranking mundial. “Este é considerado para nós como o mais importante de todos, já que as partidas vão contar pontos para o ranking, o que nunca tinha acontecido”, disse Featherstone, contando que aconteceu uma mudança nas regras do cricket e isto aumentou a importância das partidas. O Brasil fará sete jogos na Colômbia e se vencer todos e mais a decisão será o primeiro do mundo pela primeira vez na história. “É uma coisa que nunca aconteceu e eu estou muito animado com as possibilidades. Nossa seleção se preparou muito bem e acredito que as chances de sucesso no campeonato são reais”, falou o treinador da seleção. O primeiro jogo será quinta-feira, dia 23, e a decisão acontece domingo (26). Se conquistar o título sul-americano a seleção brasileira enfrentará mais à frente as seleções campeãs da América do Norte. “Como disse, estou muito animado com uma boa participação, já que todas estão jogando muito bem e será uma surpresa se o resultado não aparecer. Jogo é jogo, todo mundo entra em condições iguais, mas sei que podemos fazer algo mais”, falou Featherstone. Além das sete atletas de Poços de Caldas, a seleção convocada por Matt Featherstone conta com uma do Rio de Janeiro e seis de Brasília.

As convocadas
Convocou as seguintes atletas de Poços de Caldas para o campeonato na Colômbia: Roberta Moretti Avery, Renata Denis de Souza, Julia Ágatha Faustino, Lindsay Mariano Vilas Boas, Alice Teodoro Nascimento, Laura Ágatha da Silva e Gabriella Cristina da Silva.

Masculino

A seleção masculina também estará presente no campeonato e conta com o destaque do atleta poços-caldense Luiz Felippe, o Chipinho, jogador que começou nos projetos socais na cidade e hoje é uma das principais revelações do cricket brasileiro. “Único representante dos projetos de Poços na seleção, ele é também monitor, faz faculdade para se tornar mais um professor da modalidade e é um grande talento”, falou o treinador. A competição masculina é bastante complicada e o Brasil ainda terá que lidar com uma altitude que incomoda. Além de Chipinho, outro atleta que joga em Poços e que faz parte da equipe é Richard Avery. “No masculino acredito que teremos mais dificuldades, mas mesmo assim o time está pronto para jogar de igual para igual e quem sabe conseguir um lugar de destaque”, finalizou o treinador Matt Featherstone, que para montar as equipes acompanhou jogos durante todo o ano em várias partes do Brasil.

Cricket em Poços

Iniciado em 2011, através do inglês Matthew Featherstone, técnico e capitão da seleção brasileira masculina e representante oficial do cricket nas Américas, o Projeto Cricket Poços de Caldas nasceu com o objetivo de popularizar o esporte, que é o segundo mais praticado no mundo. Com grande aceitação das entidades e da população, o programa contribui com a comunidade local, oferecendo desenvolvimento esportivo, recreação e descobrindo novos talentos do esporte. O projeto esportivo atende atualmente alunos a partir de 6 anos de idade, que gratuitamente frequentam as aulas em núcleos como a Associação de Assistência aos Deficientes Visuais (AADV), Casa do Menor, Colégio Municipal, Associação Atlética Caldense, Projeto Bem Viver, Parque Municipal, entre outros. “Temos muitos parceiros que fazem nosso cricket cada dia mais forte. O ICC Mundial é um grande parceiro, temos ainda o Departamento Municipal de Eletricidade, Caixa Econômica Federal, Prefeitura e Caldense enfim, sem eles o projeto não teria crescido tanto.

 O cricket

A maneira mais fácil para o brasileiro entender o cricket é por meio da semelhança com o taco ou betes, que parece uma forma simplificada do jogo inglês. O princípio é o mesmo: o arremessador tem que derrubar a “casinha”, a wicket, e o rebatedor tem que bater a bola e correr até a outra wicket para marcar pontos, ou runs. Mas, enquanto o taco é jogado em duplas, um time de cricket é formado por 11 jogadores: dois rebatedores, os batsmen, e onze fielders no campo tentando impedir que a equipe da vez (a que rebate) complete os runs e tentando eliminar os rebatedores. Além de derrubar a casinha, o rebatedor pode ser eliminado se a bola for pega no ar; ou se a wicket for “quebrada” antes de os rebatedores chegarem a ela ao tentar marcar os runs. A equipe da vez tem que marcar o maior número de runs possível, enquanto o outro time tenta eliminar dez rebatedores. Uma vez que todos esses rebatedores são eliminados, os times trocam de posição, passando a rebater o que estava arremessando e a arremessar o que estava rebatendo. O vencedor é o time com o maior número de runs. A bola usada para jogar é dura, feita de cortiça e couro, um pouco maior que uma bola de tênis. Duas casinhas ficam a 20 metros uma da outra e o campo inteiro mede praticamente o mesmo que dois campos de futebol. Quando o rebatedor consegue bater a bola para fora dos limites do campo, ele marca quatro runs. Se a bola não bater no chão, ele marca seis runs. Cada arremessador atira a bola seis vezes, um over, e aí outro arremessador atira da outra casinha.

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