Na entrevista de hoje o Mantiqueira destaca o casal Alexandre Vilas Boas e Aline de Oliveira, que encontrou no esporte uma forma de estar juntos e ao mesmo tempo praticar o supino. Os dois são campeões mundiais na modalidade.
Início no supino
Alexandre - “Em 2007 eu ainda buscava um esporte para me firmar, era muito magrelo na época. Juntamente com alguns colegas passei a frequentar uma academia. Naquela busca pelo esporte certo, vi que o supino me desenvolvia mais. Passei a treinar forte e foi quando surgiu um campeonato em Cabo Verde, no final de 2007. Me aventurei na competição e fiquei em terceiro lugar. Depois disso meu desempenho só cresceu e hoje estou num ótimo nível e sempre participo de várias competições importantes. Conquistei muitos títulos, já consegui marcas importantes e minha meta é de sempre buscar novos recordes. Este ano quero melhorar minha marca e acho que tenho boas condições para isso. Antes do supino eu busquei outras modalidades, tentei fazer judô, participei de algumas competições. Além do Judô pratiquei kung fu e Muay tai.”
Aline – “No primeiro campeonato fiquei com receio de participar mas o Alexandre foi e ficou em terceiro lugar eu me senti mais incentivada, passei a treinar com ele e fui pegando gosto pela modalidade”.
Títulos importantes
Alexandre - “O supino meu deu imensas alegrias até hoje. Sou bicampeão mineiro, campeão paulista, campeão da Copa Verão de Supino, campeão mundial e campeão sul-americano. Em termos de títulos minha meta para este ano é buscar novamente o campeonato mundial em Catanduva. Este campeonato reúne os melhores atletas da modalidade tanto do país quanto de fora, mas estou me preparando bem para disputar o título com boas possibilidades de conquista. Para chegar ao Mundial terei que passar por cerca de quatro a cinco competições classificatórias. O evento está marcado para dezembro. Antes terei que competir em campeonatos muito difíceis como o Brasileiro (na Praia Grande), o Paulista (em Itu), o Sul-americano (no Uruguai), enfim são quatro ou cinco campeonatos para chegar ao Mundial”.
Aline - “Hoje estou num nível muito bom e em minha categoria é difícil encontrar uma adversária. Sou campeã mundial e nos treinos chego a levantar 100 quilos. Infelizmente devo ficar um pouco afastada do esporte devido ao início das aulas na faculdade. Vou cursar Educação Física e por isso vai ficar complicado estar nas competições daqui em diante. Depois que acabar a faculdade quero retornar com força total para buscar o espaço e o tempo perdido. Além do Mundial, sou campeã mineira, bicampeã paulista e campeã sul-americana”.
Regras do supino
Aline - “Durante a disputa de uma competição tem três juízes, um em cada lateral do banco, depois que o atleta deita no banco não pode levantar a cabeça, não pode mexer a mão nem os pés. O atleta tira a barra, desce no peito, espera o juiz mandar subir e depois espera ele mandar colocar a barra no lugar. Esses são os movimentos e atitudes que um atleta de supino tem que seguir”.
Limites
Alexandre - “Os limites são feitos pelo próprio atleta. Ano passado achei que tinha chegado ao meu limite quando levantei 150 quilos, mas esse ano já consegui levantar 180, sendo que em academia já bati 215 quilos e por isso acho que meu limite não chegou ainda.”
Apoio
Alexandre - “Hoje, tanto eu quanto a Aline, temos um apoio muito Importante da Performance Academia, através do André Oliveira, sem essa parceria não conseguiríamos um local para os treinamentos. Temos também apoio da prefeitura e o secretário de Esportes Carlos Alberto dos Santos, o Lelo, fez um pacote no ano passado que facilitou muito nossa participação em competições e estamos buscando a renovação para este ano. Estamos querendo um patrocínio mas está muito difícil. O supino é um esporte em expansão, existem campeonatos no Brasil inteiro, com os brasileiros que estão em Miami, ele pode se tornar competição olímpica e por isso participar de competições está ficando mais caro e a necessidade de um patrocínio é fundamental para qualquer atleta. Recentemente vimos uma matéria no Mantiqueira sobre a Lei de Incentivo do Esporte e acho que será uma boa para todo o esporte da cidade. Tudo que vier é lucro. Antes as pessoas nem conheciam o supino, muitos nem sabiam o que era e hoje esse quadro está se modificando. Vamos tentar a Bolsa Atleta este ano e se eu conseguir sucesso vou competir fora do país. As competições de supino hoje reúnem muita gente, bastante público vai aos eventos para assistir e todos ficam muito satisfeitos com o que estão vendo. O supino é um esporte que não tem violência, tranquilo”.
Competições em Poços
Alexandre - “Estamos tentando trazer em breve para Poços uma competição. A cidade já teve outras competições que foram muito bem recebidas, com ginásio lotado, atletas de vários locais. O melhor campeonato que já vimos em termos de premiação foi o que aconteceu em Poços de Caldas”.
Rotina de treinos
Aline - “Treinamos numa faixa de duas a duas horas e meia por dia. E os exercícios são os mesmos, levantamos os mesmos pesos, ou seja, não existe um treinamento diferenciado, seguimos o mesmo ritmo”.
Adversários
Alexandre - “Este ano a coisa já ficou mais complicada e os adversários estão mais fortes. Tem pelo menos quatro atletas que estão “pegando” pesado. Eu estava ficando um pouco atrás por causa de equipamentos mas estou recebendo uma “camisa de força” importada e com esse equipamento meu desempenho vai melhorar muito. Esta camisa protege o ombro e ajuda muito durante uma prova. Fiz um teste em Itu mas eles não me deixaram competir com ela porque alegaram que eu teria vantagem. Acho que com ela eu bateria o recorde, que é de 215 quilos. Na realidade quero chegar aos 250 quilos e conseguir uma marca que dure pelo menos uns 10 anos para alguém bater.”
Aline – “Na minha categoria ainda não havia aparecido uma atleta que me fizesse frente. Tracei algumas quebras de recordes acima de minha categoria. Este ano apareceu uma rival forte de Catanduva, mas como vou ter que parar por causa da faculdade não terei como medir forças com ela”.
Força do supino
Alexandre - “Os melhores atletas estão concentrados entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas. Mas as maiores competições estão no Estado de São Paulo. Em Minas o maior campeonato mineiro é em Cabo Verde”.
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