terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Wagner Sidney Silva - O esporte especializado da Caldense em boas mãos

O primeiro entrevistado de 2010 é Wagner Sidney Silva, professor de educação física,
pós-graduado na Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU em São Paulo em Educação Fisica Escolar e coordenador do esporte especializado da Associação Atlética Caldense. Ele fala de sua história e como será o ano neste setor esportivo do clube.

Ligação com o esporte
“Sou de Mogi Guaçu e minha ligação com o esporte começou através da Educação Física. Um professor de Mogi achou que eu tinha uma boa estatura (1,90m) e ainda certa habilidade e me levou para o basquetebol. Foi uma experiência muito bacana pois ali peguei gosto pelo esporte definitivamente. Joguei algumas competições amadoras, nunca fui profissional, mas na região competi bastante. Acabei então tendo que fazer a opção que a maioria dos atletas amadores faz, deixar de me dedicar em tempo total ao esporte para trabalhar. Entrei no mercado de trabalho de 13 para 14 anos e só voltei a ter contato com o basquete quando entrei para a faculdade. Passei a defender a equipe da faculdade nos Jogos Universitários da região de Mogi Guaçú e novamente me vi envolvido com o basquetebol, esporte que está no sangue e do qual sou fã incondicional. Claro que hoje, devido ao cargo que ocupo na Caldense, acabei adquirindo gosto por todas as modalidades esportivas, mas minha ligação maior sempre foi com o basquete, modalidade que me levou a entender mais sobre a socialização e a amizade”.

Vinda para Poços de Caldas
“Vim a Poços de Caldas participar de um Enaf em 2000. Já conhecia o Júlio e o Edson. Neste mesmo tempo estava ocorrendo algumas mudanças dentro da Caldense, o Edson estava passando para a coordenação e o Júlio estava precisando de um professor no clube. Automaticamente me coloquei à disposição. Passado pouco tempo o Júlio me chamou e fiz uma entrevista com o Edson. Depois da maratona a Caldense me contratou. A escolha foi deles, participei, ajudei e me envolvi com o evento
Por este motivo tenho um carinho muito especial por esse evento tão tradicional na Caldense”.

Professor de Educação Física
“Quando não estava trabalhando dentro da Caldense ficava ocioso e acabei distribuindo alguns currículos. A Fungotac, hoje Colégio Nini Mourão, foi uma das escolas em que procurei trabalho. Tive a sorte que também naquele colégio estava saindo um profissional da minha área e surgiu uma vaga curriculo caiu na mão da coordenadora da época a Kelly Amado e do professor de educa física Bruno Vitti que tambem era amigo da faculdade. Acredito que tudo foi muito bem encaminhado por Deus, tanto na Caldense quando na escola. O trabalho de educação física escolar consegue proporcionar grande integração dos alunos com a atividade e os resultados são sempre muito gratificantes”.

Caldense
“Depois do meu início no basquetebol no clube com o Júlio, assumi a categoria feminina. Na época as meninas estavam sem treinar e fizemos com que o basquete feminino crescesse novamente, chegamos ao título do Jojuninho, um feito muito comemorado na época. Para mim foi tudo acontecendo de uma maneira muito boa, passei de auxiliar a treinador e fui conquistando resultados positivos. Não tenho dúvidas de que tudo tem o dedo de Deus, que abriu as portas no meu caminho. No meio do ano passado fui chamado pelo presidente Laércio Otávio Martins, que me fez a proposta para assumir a coordenação do esporte especializado do clube. Num primeiro momento fiquei assustado, pois o clube é muito grande. Depois fui vendo que com trabalho, fazendo tudo direitinho e contando com uma equipe boa, as coisas tendem a melhorar diariamente. Hoje, cuidando de tantas modalidades acabo vivenciando tudo que acontece no especializado da Caldense, tenho contato com todo mundo e acesso a outros níveis, outros patamares. O presidente Laércio Martins me dá uma abertura muito grande para que o clube tenha essa projeção de atividades como a que existe nos dias de hoje. A “carteira de atividades” no clube é muito grande. Hoje temos basquete, vôlei, handebol, tênis de mesa, peteca, futsal, squash, judô, brinquedoteca, futebol society, tênis de campo, enfim, várias atividades para trabalhamos no dia a dia. Tudo isso necessita de organização, planejamento para que funcione da melhor maneira possível”.

Balanço de 2009
“Achei que foi um ano muito proveitoso. Começamos a temporada passada de maneira muito positiva, pois no final de 2008 havíamos conquistado o Jojuninho. Em 2009 as meninas mantiveram a boa campanha e terminaram na terceira colocação. Vejo que o clube tem tudo para crescer cada vez mais no basquete, a cada ano que passa sempre pinta uma perspectiva maior. Todas as modalidades tiveram um ano muito intenso, cheios de atividades. Não dá para deixar de destacar o nosso voleibol, que foi campeão da APV. Tanto o vôlei quanto o basquete foram atividades que mobilizaram boa quantidade de público, em determinados momentos tivemos que fazer um remanejamento nas quadras devido à grande demanda de jogos e público nos campeonatos desses esportes. Acredito que em 2010 teremos um ano melhor ainda em todas as modalidades do clube. Algumas coisas que deram certo em 2009 vamos manter para 2010. Vamos analisar a participação em alguns campeonatos de vôlei e basquete, representar a cidade em alguns torneios e isso graças a Deus fizemos com orgulho e muita propriedade em anos anteriores. Temos um convênio com a Secretaria Municipal de Esporte e os resultados disso faz muito bem para o esporte da cidade. Os resultados mostram que todos ganham nesta união. As coisas boas de 2009 temos a intenção de manter para esse ano. Ainda é cedo para falarmos do que vamos participar, mas representar Poços de Caldas é um ponto importantíssimo para nós. Uma das novidade do ano é o handebol que está iniciando suas atividades no clube e estamos procurando estruturar melhor o nosso tênis de mesa.”

Números
“Contamos com uma equipe muito bem estruturada para dar andamento a tudo que acontece dentro do clube. Temos professores desquash; voley; basquete; futsal; judo; recreadora; fisioterapeuta; tenis de mesa; tenis de campo, enfim, um grupo muito competente que trabalha para que o clube funcione bem. Não posso de jeito algum esquecer o pessoal da manutenção; limpeza; portaria e secretaria”.

Projetos sociais
“Hoje temos uma fila de espera muito grande para novos participantes dos projetos sociais dos Correios e da Petrobras. Cerca de 400 crianças (projeto dos Correios) e 450 crianças (projeto da Petrobras) participam dessas iniciativas e os trabalhos recomeçam em fevereiro. Existem sempre alguns meninos de competição que acabam saindo, outros permanecem tanto na iniciação quanto nas turmas intermediárias. Para participar de algum dos dois projetos o aluno precisa estar matriculado em escola pública, ser frequente às aulas, ter boas notas e disciplina. Temos uma equipe que trabalha isso especificamente. Contamos com uma psicóloga, temos um pessoal competente na psicopedagogia, muito envolvidos no projeto, psicólogos para intervir em algumas situações, assistente social que sabe detalhes dos pais, relacionamentos com os filhos, tudo isso dá uma estrutura para que possamos trabalhar com tranquilidade. Os dois projetos sociais estão numa base muito forte, existe uma participação tanto da comunidade para com o clube quanto do clube para a comunidade. O pai coloca a criança no projeto e essa criança tem sua aula com qualidade, com profissionalismo e a ela tem a possibilidade de melhorar automaticamente. No ano passado não tivemos intervenção da Petrobras com dinheiro mas mesmo assim o presidente Laércio Martins achou por bem segurar o projeto e não dispensar nenhuma criança. Agora está ocorrendo o repasse para o basquete masculino e feminino, volebol feminino, tênis de mesa e handebol. A iniciativa do presidente em bancar o projeto mesmo sem o repasse da Petrobras foi interessante pois deu uma estruturação e o menino não foi deixado de lado. A Caldense viu que poderia segurar esse menino para acrescentar a ele as oportunidades e o clube não recebeu nada por isso. Agora, com o repasse e a garantia de que o projeto vai continuar por mais um ano é bom para todos".

Novidades no clube
“Montamos uma brinquedoteca onde os pais podem deixar os filhos com uma recreadora, a Raquel, responsável pelas crianças. Ela tem publicado alguns artigos e um de seus trabalhos foi eleito entre os 60 melhores do país na USP. Isso mostra que trabalhamos com pessoas capacitadas e do mais alto padrão de profissionalismo. É natural queremos melhorar sempre a cada ano, buscar novos objetivos. A Caldense, por ser um clube intenso e com muitas atividades, precisa saber dosar cada área e com um planejamento financeiro para ficar mais fácil trabalhar. Todos têm o mesmo direito de ter um crescimento profissional”.

Colônia de férias
“Temos uma programação intensa na colônia de férias, hoje contando com cerca de 200 crianças divididas em turmas. Essa colônia leva as crianças para passeios em nossos pontos turísticos, cinemas, parques. Além de ter associados do clube a atividade é direcionada para participantes do projeto dos Correios. O próprio projeto tem esse parágrafo da socialização na vida das crianças e esse é o objetivo básico desta colônia de férias. Criança gosta de criança e nessas colônias você não consegue ver quem é do projeto e quem é do clube, todos estão muito integrados. Esses valores de companheirismo, apoio e amizade a gente quer que eles levem para o resto de suas vidas”.

Futuros das revelações
“Nossos projetos atendem o jovem até uma determinada idade, que é de 17 anos. Na parte de competição temos uma parceria com a prefeitura. Esse ano vamos dividir os custos iguais para os dois lados. Então, as meninas e meninos que estão saindo dos projetos podem ter a possibilidade de entrar na categoria infanto-juvenil, porém, tudo depende da negociação com a prefeitura. Temos um projeto que atende a iniciação esportiva mas a sequência do trabalho depende que a prefeitura nos dê uma contrapartida. Durante as competições muitos olheiros procuram buscar novos talentos e inúmeros meninos e meninas saem da Caldense para jogar em outros lugares. Temos um exemplo recente no basquete, que é o Renan, que esteve na seleção mineira. Estamos sempre deixando as portas abertas para nossos atletas crescerem dentro do esporte mineiro e nacional. Facilitamos para que nossas revelações se mantenham dentro do esporte e se não for na Caldense que seja em um grande clube do nosso Brasil”.

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