sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Volta à elite é vitória pessoal de Jânio Joaquim

Após a vitória da Caldense por 2x0 contra o Valério, no último jogo do clube na segunda divisão em 2009, as atenções todas se voltaram para o gerente de futebol Jânio Joaquim. Ele é, acima de tudo, um torcedor fanático da Veterana e sua história dentro do futebol tem a Caldense como referência. Mesmo tendo atuado em diversas equipes, foi com a camisa verde e branca de Poços de Caldas que ele mais se identificou. Como dirigente, Jânio sempre foi linha dura e com ele não existe meio termo, ou é muito querido ou é odiado. No entanto, cumpre bem sua função de zelar pela Caldense. Confira nesta entrevista o que pensa o gerente de futebol sobre a temporada e rumos que o time deve seguir daqui por diante. Ele começa falando da transferência de Juninho para Portugal, conseguida graças ao seu trabalho e fortes ligações com o mundo da bola.

Paulo Vitor Campos – Qual sua real ligação com a transferência de Juninho para Portugal?
Jânio Joaquim – Tenho dois grandes amigos que trabalham na Traffic, o Dulcídio e o Gildo, que a meu convite vieram a Poços de Caldas conhecer o CT da Caldense e também dar dicas do que deveria ser feito no local em termos de melhoria. Existe a intenção de trazer uma seleção para Poços de Caldas na ocasião da Copa do Mundo de 2014 e a vinda deles foi no sentido de orientar como melhorar o lugar, que assim poderia ser a sede desta seleção naquele Mundial. Ficamos bastante tempo reunidos com o presidente da Caldense Laércio Martins quando surgiu a possibilidade deles nos mandarem um jogador. Na ocasião disse para eles que as portas estavam abertas. Pintou também a oportunidade de mandarmos jogadores nossos para eles. No caso do Juninho não existe nada em termos de negociação até o momento, porém, se aparecer alguma proposta o jogador poderia ser negociado. Se isso acontecesse seria muito bom para todos. Tem muita gente que fala que a Caldense não dá oportunidades aos jogadores da cidade e isso não é verdade, damos todas as condições aos atletas de Poços de Caldas, temos muitos jogadores locais no nosso time, casos do Fabiano e do Campestrinho, além do próprio Juninho. Uma negociação para o futebol europeu é tudo que tanto Juninho quanto qualquer outro garoto sonha na vida. Todos sairiam ganhando, ele ajudaria seus pais, conseguiria status no futebol mundial e ainda ajudaria a própria Caldense.

Paulo Vitor - Outros meninos podem seguir o mesmo destino de Juninho?
Jânio – Quando o Juninho voltar vamos começar a trabalhar para mandar o Campestrinho. Podemos receber um zagueiro vindo de Portugal. Sempre vamos estar mandando alguém e recebendo outro atleta em troca. Isso vai aumentando o relacionamento entre Benfica e Caldense e pode proporcionar uma forte parceria no futuro.

Paulo Vitor – Com a estreia da Caldense na elite você se sente com o dever cumprido?
Jânio – Com certeza. Montamos um grande plantel, temos uma excelente comissão técnica, vejo o time em condições de brigar em igualdade de condições com todos. Embora a nossa equipe não receba nem a metade da ajuda que recebem Villa Nova e Ipatinga ela é forte e vai brigar pelo título. Posso te garantir que a adrenalina já está alterada, os nervos à flor da pele e sinto que minha missão está cumprida. Outro dia falei para o Laércio que meu trabalho já estava pronto, mas ele disse que agora vamos juntos até o fim. Mais uma vez estou aí para o que der e vier, feliz por ver esta equipe entre os melhores times de Minas Gerais.

Paulo Vitor - O que você espera da Caldense neste campeonato?
Jânio – Acredito em uma boa campanha, uma classificação para a segunda fase, conquistando uma vaga para o Brasileiro da Série D e que possamos conseguir os recursos necessários para disputar competições importantes. A Taça Minas Gerais já adianto que nós não jogamos. O Brasileiro seria interessante, no entanto é preciso interesse e reconhecimento do município com uma ajuda para que a gente mantenha o futebol o ano todo em Poços de Caldas, mas um futebol de qualidade, de alto nível e em competições importantes.

Paulo Vitor – A Caldense só joga no segundo semestre com apoio da cidade?
Jânio – Com certeza. Precisamos deste apoio e sem ele não temos condições de tocar o time o ano todo. É necessário que haja mais apoio, uma ajuda maior neste sentido. Esperamos ainda que a prefeitura cumpra um acordo firmado há algum tempo. O terreno onde hoje está construído o Sest/Senat era da Caldense, que trocou com a prefeitura, que em troca cedeu para o clube uma área de 12 mil metros quadrados atrás do campo do CT. No entanto existe uma lei aprovada pela Câmara, pelo prefeito da época e pelo presidente da Caldense da época dizendo que a prefeitura faria um campo de treinamento para o clube nesta área. Então espero que a prefeitura cumpra este acordo, estamos precisando de mais um campo de treinamento e esperamos que o prefeito nos ajude cumprindo esta lei e ajudando a Caldense a ampliar e modernizar o local. Assim o nosso CT teria mais condições de receber uma seleção em 2014.

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