quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entrevista com Rodrigo Cavaca

Mantiqueira - Como surgiu a parceria com o mestre Paulão Rezende?
Rodrigo Cavaca - O Paulão é um cara que faz um belo trabalho aqui em Poços de Caldas. Por sermos da mesma equipe e termos uma aproximação bem grande há muitos anos acabamos firmando esta parceria. Conheço o trabalho dele como treinador e sei dos muitos talentos que foram revelados pelo mestre. Por suas mãos passaram campeões mundiais e muitos meninos carentes que não tinham onde se agarrar e acabaram encontrando o caminho do bem graças a ele. Esta parceria promete ser forte. Sou  do litoral paulista e a nossa vontade e tornar Santos e Poços pólos reveladores de talentos no jiu-jitsu.

Mantiqueira - Esta parceria visa um intercâmbio de atletas entre as cidades?
Cavaca - Sem dúvida. Vamos tentar revelar atletas e mandar para competições internacionais em condições de trazer títulos ao Brasil. O Paulão irá até a baixada santista nos próximos dias para conhecer meus alunos e realizar um seminário onde ensinará um pouco de seu vasto conhecimento. A tendência é que em pouco tempo as cidades fiquem ainda mais fortes e tenham vários atletas vencedores pelo mundo todo.

Mantiqueira - Um seminário como o que você realizou em Poços de Caldas no último domingo ajuda o atleta de que maneira?
Cavaca - O jiu-jitsu é muito dinâmico. A cada dia novas técnica são apresentadas e o praticante precisa se atualizar quase que o tempo todo. Além de ser professor, sou atleta em atividade, participo dos maiores eventos que acontecem no mundo, por isto estou bem atualizado. O jiu-jitsu é um infinito. Neste seminário, que realizei em Poços de Caldas, mostrei posições que o pessoal não conhecia. Agora eles vão trabalhar em cima do que foi ensinado para criar um antídoto, se salvarem destas situações durante um combate. Eles terão de criarem outras situações para o bloqueio deste tipo de adversidade. Aí o adversário certamente apresentará uma outra situação para contra-atacar, e assim por diante, até sair um vencedor. Por isto digo que o conhecimento no jiu-jitsu é um infinito e a cada dia surgem novas técnicas.

Mantiqueira - Como anda sua programação para o restante da temporada?
Cavaca - Sou o atual campeão mundial peso pesado faixa preta, título que conquistei em Long Beach, na Califórnia. Foi minha segunda conquista na faixa preta. No segundo semestre estou viajando muito realizando seminários e as competições ficaram um pouco de lado. Meu foco agora passa a ser o Abu Dabi, campeonato sem kimono. Este é o maior evento do mundo e estou me preparando muito para para ir bem. Estou conversando com o Paulão Rezende e devo fazer a última semana de preparação aqui em Poços de Caldas.  O Paulão Rezende conhece muito deste tipo de modalidade e vai me ajudar bastante, será muito importante esta fase final de preparação. A competição acontece dia 19 de outubro na China.

Mantiqueira - Qual a diferença do jiu-jitsu com kimono e sem kimono?
Cavaca - Existem grandes diferenças. Antigamente eu achava muito chato treinar sem kimono, mas depois fui vendo como realmente funcionava a modalidade e conhecendo as técnicas. É mais difícil, pois com o pano você tem onde pegar o adversário, sem este recurso fica complicado. São poucas as situações em que você consegue parar o oponente e a luta chega a durar 10 minutos ou até mais. Neste tipo de modalidade é preciso ter a estratégia pronta e a transição é muito complicada. Quem acha que é só tirar o kimono que pode praticar a este tipo de jiu-jitsu está enganado. Para lutar sem kimino é preciso ter uma técnica toda voltada para este tipo de confronto.

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