Paulo Vitor de Campos
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Poços de Caldas, MG - Segue a novela da devolução do dinheiro cobrado pelo estacionamento do show do grupo Roupa Nova. Em reunião realizada dia 21 de agosto, na sede da entidade beneficente Fonte de Vida Nova, ficou definido que os R$ 11.880 seriam devolvidos dia 5 de setembro, quinta-feira da semana passada, o que não aconteceu. A devolução deveria ser feita através de um depósito bancário na conta da entidade. Lucas Santos, representante em Poços de Caldas da empresa organizadora do evento, que assinou o documento se comprometendo devolver a quantia, pediu nova data para realizar o pagamento. Esta data seria 11 de setembro, às 4h, na sede da entidade. Novamente o acordo não foi cumprido. O Mantiqueira, que acompanha o caso desde o início, entrou em contato com Luciene Rabelo Egídio Padovan, presidente da entidade, para saber quais os procedimentos que serão tomados daqui por diante. Segundo ela, o advogado da entidade, Dr. Dr. Clóvis Della Testa, disse que pelo fato de Lucas não ter cumprido o acordo irá protocolar um documento na Secretaria de Esportes, comunicando que o que foi definido na reunião não aconteceu. Este protocolo será a primeira ação. Depois a entidade tomará as demais providências para receber o dinheiro a que tem direito. Na reunião realizada em agosto participaram, além de Luciene e Lucas Santos, que assinou documento comprometendo realizar o pagamento, o secretário de Esportes Wellington Guimarães, o Paulista. Questionado porque não fez o pagamento dia 5 de setembro, Santos alegou que tentou conversar com Luciene na mesma data para marcar um encontro. Ele estaria junto com o organizador do show, porém, segundo ele, Luciene disse não poder recebê-lo porque seu advogado estava adoecido. Perguntamos para ela sobre este fato e ela disse que realmente tinha o problema de saúde do advogado, porém, o acordo era um depósito do valor na conta da entidade e por esta razão não tinha porque acontecer tal encontro. “Era só realizar o depósito como combinado. Não tinha mais o que falar”, disse Luciene.
Versão de Lucas Santos
O Mantiqueira recebeu, na tarde de ontem, a visita de Lucas Santos, que deu sua versão sobre o descumprimento do acordo. Segundo ele, a reunião entre Campos, da empresa Lisa Eventos, de Belo Horizonte e responsável pelo show, é necessária porque ele teve gastos com o estacionamento que precisam ser cobertos. “O Campos não está fugindo do pagamento, porém, ele quer conversar com ela, já que teve gastos, como pagamento de seguro e outras coisas”, disse. Segundo Santos, o organizador do show pagou ainda funcionários e por isso a conversa com Luciene é necessária. Ele alega que a presidente da entidade concordou em receber 10%, porém, Luciene nega veementemente que isto tenha acontecido. Vale destacar que os organizadores não tinha direito a nenhum valor cobrado pelo estacionamento. 100% era da entidade. Lucas segue com sua defesa e acusando a presidente da entidade. “A Luciene concordou com os 10%, por telefone, mas “cresceu o olho” depois que viu o dinheiro. Ela fez uma acusação muito grave ao dizer que eu fiquei com o dinheiro, mas não viu depois como foi feita a distribuição do valor”, falou. Os argumentos do representante da empresa caem por terra quando é citado que um decreto publicado pela Secretaria de Esportes dava direito aos 100% do valor com o estacionamento para a entidade. Ele alega desconhecimento do decreto. “Fiquei sabendo que existia tal decreto depois que vi a reportagem no jornal. A própria Luciene me disse que não tinha conhecimento de decreto”, falou Lucas.
“Tinha que ter pago”
O Mantiqueira procurou o secretário de Esportes Wellington Guimarães, o Paulista, que comentou o assunto. “Não adianta querer fugir de responsabilidade. O decreto existe, foi publicado e era de conhecimento de todos os envolvidos. Alegar desconhecimento do mesmo não vai tirar a responsabilidade dos envolvidos. O Lucas, como representante da empresa, assinou o documento se comprometendo a devolver o dinheiro e é isto que deveria ter sido feito”, falou Paulista. Santos foi questionado sobre a assinatura do documento se responsabilizando pagar dia 5 de setembro. Ele disse que o fez (assinou) apenas como representante dos organizadores, não como a pessoa que iria devolver o valor. “O Campos, da Lisa Eventos, vai devolver, era para ter vindo em Poços de Caldas ontem, mas teve problemas em São Paulo e pediu para marcar a data para a próxima semana. Falei com ele por telefone e ele não quer deixar meu nome sujo na cidade e vai resolver a situação”, disse. Sobre a fala de Paulista de que ele deveria conhecer sobre o decreto, Santos contesta. “Ninguém sabia deste decreto. Nem o Campos, nem eu sabíamos, já que era um decreto que envolvia a entidade”, falou. “Se soubéssemos que 100% era de entidade não teríamos nos envolvido nesta história”, disse. Questionado se o que aconteceu neste show é comum na cidade, santos disse que em administrações passadas os organizadores tinham parceria para explorar o estacionamento. Ele alega que não sabia que a regra tinha mudado agora. “Fazia tempo que não realizava shows no poliesportivo, não sabia que com a atual administração as regras tinham mudado. Volto a afirmar, a obrigação de me avisar desta mudança e deste decreto era deles e não minha de ter conhecimento deste documento dando 100% para a entidade”, finalizou. A reportagem entrou em contato com Campos, organizador do show, que disse que “precisa se interar dos fatos” e que o caso está no jurídico da empresa.
Entenda o caso
A entidade beneficente Fonte de Vida Nova tinha o direito de explorar o estacionamento do estádio municipal Dr. Ronaldo Junqueira durante a realização do show do Roupa Nova realizado em Poços de Caldas. O valor da cobrança teria que ser de vinte reais e com 100% da renda para a entidade. Alegando desconhecimento de causa e dizendo que é uma prática comum em shows que trabalha, Lucas Santos, contratado para ser o representante em Poços de Caldas dos responsáveis pelo show, disse que acreditou que tinha direito de explorar o estacionamento e ficar com o dinheiro para depois fazer a distribuição em porcentagens. Segundo ele, eram valores que seriam distribuídos em 40% para a Lisa Eventos, 50% para uma pessoa de nome Marcos, que ele não especificou quem é, e apenas 10% para a entidade, que na realidade tinha direito a todo o valor. Já a entidade alega que acreditou que Santos tinha o direito de fazer o trabalho que estava fazendo e por isso aceitou o que acontecia, porém, em determinado momento não quis mais ficar no local e deixou todo o trabalho e dinheiro nas mãos de Lucas Santos. Ele, continuando a alegar que achava que estava agindo corretamente, ficou com o dinheiro e disse à reportagem que pagou funcionários com o mesmo. Agora em nova versão, ele diz que Campos é quem determinou o pagamento usando o dinheiro da entidade. Já quando foi procurada pela reportagem, a Secretaria de Esportes, através de seu secretário, lamentou o ocorrido e tratou de buscar soluções para o caso. Disse ainda que o edital era claro em todos os requisitos.
O vereador Antônio Carlos Pereira fez um requerimento com pedido de informações sobre o assunto.
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