quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Para Abade, profissionalização da arbitragem é sonho distante

No último domingo o Mantiqueira aproveitou a vinda de Cleber Wellington Abade para apitar a final do Campeonato da Alcoa para uma entrevista com o juiz da CBF.
 Mantiqueira - Estes jogos amadores ajudam na sua preparação?
Cléber Abade - A gente sempre tem que estar preparado para assumir a responsabilidade neste momento do campeonato profissional. O jogos entram em decisões, alguns brigando para serem campeões, outros para não caírem o que deixa todos os jogos mais difíceis. Neste momento precisamos manter a concentração e um preparo muito bom.
Por isto estes jogos amadores nos ajudam a fazer um treinamento para que no momento de sermos solicitados no Campeonato Brasileiro não estejamos fora de espaço.

Mantiqueira - O que você acha do sistema de sorteio de árbitros no Brasileirão?
Abade - Isto é uma coisa que já pedimos para acabar. Se você fica algumas rodadas sem apitar perde o ritmo.

Mantiqueira - Você acha que a profissionalização melhoraria o nível dos árbitros no Brasil?
Abade - Sou favorável primeiramente ao reconhecimento da profissão. A profissionalização ainda acho um pouco difícil. Sou da área financeira e vejo que não é tão fácil assim. Quem vai pagar esta conta? Vai ser registrado por quem? Somos 450 árbitros apenas da CBF e vai se pagar quanto? Eu não saio da Caixa Econômica Federal para assinar um contrato de risco de um ano num Campeonato Brasileiro. Primeiro teria que ser aprovado o reconhecimento da profissão e depois fazer uma semi-profissionalização. Seria um contrato para um período determinado para um campeonato. Assim acho que dá para juntar trabalho com arbitragem. Neste caso você receberia para um campeonato todo e não apenas nas partidas que apitar como é o caso dos tempos atuais. A gente se prepara a semana inteira e fica dependendo do sorteio e acaba ficando duas ou três rodadas fora. Não gosto deste sistema. Em minha opinião estes sorteios são ridículos e que só deputados que fazem este tipo de lei que gostam. A gente deveria fazer sorteio para votar as leis na Câmara e no Senado.  Assim ele iriam se tocar.

Mantiqueira - Você está se aposentando da arbitragem. Profissionalmente quais são seu planos para o futuro?
Abade - Estou encerrando a carreira de árbitro este ano e existem vários projetos. Tenho projetos na área jornalística, outros na área de gestão ou até apoio para times profissionais. Vamos aguardar os convites.

Mantiqueira - Como você vê os preparativos para a Copa do Mundo?
Abade - No ponto de vista esportivo nota 10. A pena é que não vai dar tempo de construir a parte estrutural que seria o legado para ficar depois para o Brasil. Isto, pelo andamento das coisas não vai dar tempo de fazer nada.
 Os estádios vão estar prontos para o Mundial.

Mantiqueira - Que árbitro brasileiro está em condições de ir ao Mundial hoje?
Abade - Os treinamentos estão voltados ao Paulo César o Weber e o Seleme. Vai depender do desempenho deles nestes anos. Será um destes nomes.

Mantiqueira - Qual o jogador mais complicado de arbitrar?
Abade - Não vou citar nomes, mas posso garantir que é um goleiro de uma grande equipe do eixo Rio-São Paulo. É um mala.

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