Jornal O Tempo e
Paulo Vitor Campos/Mantiqueira
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Por oito votos a três (e uma ausência), os clubes do Módulo I do Campeonato Mineiro chancelaram a realização da Primeira Liga no próximo ano, competição que vai reunião 12 equipes do Sul do país e dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. O apoio oficial da Federação Mineira de Futebol (FMF) foi definido nesta terça-feira em reunião na sede da entidade.
Caldense contra
A Caldense esteve presente na reunião através de seu presidente Laércio Martins, o vice, Franco Martins e o gerente de futebol Alex Martins. O time de Poços de Caldas foi contra a realização da competição. A Caldense é a atual vice-campeão mineira e teme que o campeonato do ano que vem seja prejudicado com a realização da Liga.
Agora, o presidente da FMF, Castellar Neto, irá levar o posicionamento da federação para a assembleia extraordinária da CBF que dará ou não o aval para o torneio. O encontro está marcado para a próxima terça-feira (27). As federações gaúcha e catarinense já se manifestaram a favor do campeonato interestadual.
A própria CBF também já tinha dado o seu aval mas, na segunda-feira, depois de receber um ofício da Federação do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), a entidade informou ao diretor executivo da liga, Alexandre Kalil, que o campeonato precisaria passar pelo crivo das federações.
Interior
Diante do posicionamento, Kalil anunciou o rompimento com a confederação e avisou que a liga vai organizar a competição sem qualquer apoio da CBF.
Um dos receios das equipes do interior de Minas é que a Primeira Liga possa esvaziar o Estadual. A reunião desta terça-feira foi realizada, justamente, para ratificar os compromissos dos times da capital com o Campeonato Mineiro.
“Atlético, Cruzeiro e América vão deixar o Campeonato tão bom como sempre foi”, explicou Alencar da Silveira Júnior, integrante do conselho de administração do Coelho. Das 12 equipes que disputarão o Estadual de 2016, apenas Caldense, Boa Esporte e Tricordiano foram contrários à realização da Primeira Liga.
Nesta sexta-feira, os 15 clubes fundadores voltam a se reunir em Belo Horizonte para discutir alternativas diante do entrave criado pelo CBF. Antes pensada para ser realizada em cinco datas, a competição pode ser mais extensa. Questões como arbitragem e comissão disciplinar também vão ser discutidas.
Certidão Negativa
Outro assunto em pauta na reunião desta terça-feira foi a exigência da Certidão Negativa de Débito (CND) para participação dos clubes em competições oficiais, uma determinação prevista na lei 13.155 que instituiu, entre outras coisas, o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o Profut.
A FMF orientou os clubes da necessidade de se obter o documento e evitar contratempos no Estadual. A adesão ao Profut é apenas para clubes que tenham dívidas tributárias. O Atlético já aderiu ao Profut. Cruzeiro e América vão seguir o mesmo caminho.
Alencar, no entanto, criticou as exigências da lei. “Vamos trabalhar para aderir, mas isso vai criar uma indústria de advogados especialistas para fiscalizar e beneficiar os clubes de fora”, ressaltou o dirigente americano.
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