Poços de Caldas, MG - O mestre Paulão Rezende, em entrevista especial, conta de seus projetos e de seua vida totalmente volta ao esporte. Rezende fala ainda do sucesso dos filhos no esporte e seus alunos que ganharam o mundo e hoje são destaques fora do Brasil, da Casa do Atleta e da carreira política.
Mantiqueira - Como você avalia o crescimento do jiu-jitsu em Poços de Caldas?
Paulão Rezende - Excelente, fico feliz em ver como o número de praticantes está aumentando a cada dia e o jiu-jitsu vem ganhando muito espaço em todo o mundo, inclusive Poços de Caldas.
Mantiqueira - Qualquer um pode dar aula de jiu-jitsu?
Paulão Rezende - Geralmente o professor tem que estar apto e devidamente documentado, mas não me preocupo com isso, pois faço meu trabalho com didática e principalmente com responsabilidade.
Mantiqueira - Como funciona a Casa do Atleta?
Paulão Rezende - Nosso objetivo é formar grandes atletas e cidadãos, prontos para encarar o mundo. Esses atletas, além de treinar diariamente o jiu-jitsu, fazem uma dura preparação física, tudo acompanhado das tarefas do dia dia. Os treinamentos acontecem na Olimpo Academia e temos os parceiros que são imprescindíveis na alimentação deles, como o Bepi Restaurantes, Cremonezzi, El Touro e o espaço Herbalife Poços de Caldas. Se não fossem esses parceiros não teríamos êxito algum.
Mantiqueira - Os resultados desse ano foram satisfatórios?
Paulão Rezende - Muito. Diante de tantas dificuldades que o país vem atravessando mesmo assim conseguimos ótimos resultados.
Mantiqueira - Você tem apoio do município?
Paulão Rezende - Sim, sabemos que a verba da Secretaria de Esportes é para dividir para muitas modalidades e dentro do possível eles nos ajudam bastante.
Mantiqueira - Como surgiu a Casa do Atleta?
Paulão Rezende - Em 1993 comecei a adotar o meu primeiro atleta Reinaldo Ribeiro, que hoje se encontra na Europa e vivendo para o jiu-jitsu. Na época, Reinando ficou junto com os meus filhos e percebi os valores daquela criança se transformarem. Reinaldo deixou de estar no risco que as ruas ofereciam e passou a ser uma grande referência para todas as crianças. Fui amadurecendo a ideia até alugar uma casa e fui com recursos próprios investindo em garotos que foram se transformando em grandes atletas, conhecidos em todo mundo, hoje temos atletas nos Emirados Árabes, Ilhas Canárias, Europa e o atleta Paulinho Alves, o menino do Cohab, embarcou para Nova York e já está abrindo nossa Casa do Atleta lá. Já temos uma fila enorme esperando oportunidade para o intercâmbio.
Mantiqueira - Como é custeada a Casa do Atleta?
Paulão Rezende - Hoje temos parceiros, como Hotel Monreale, que possibilitam a esses atletas trabalharem com carteira assinada aos fins de semanas e a Academia Olimpo. Assim conseguimos pagar parte das despesas e o restante eu assumo, sou muito grato aos patrocinadores, amigos, por ajudarem esses grandes atletas a não desistirem dos seus sonhos.
Mantiqueira - Quais são os planos futuros para a Casa do Atleta?
Paulão Rezende - Continuar selecionando atletas, fazer um intercâmbio com os Estados Unidos e apresentar nossas necessidades para a Câmara Municipal, buscando uma parceria com o município, já que a Casa do Atleta é reconhecida como utilidade pública e sabemos o quanto é importante para esses jovens atletas e cidadãos o apoio para continuarem sendo referências para toda a comunidade infantil, jovem e, principalmente, continuarem a levar o nome da nossa cidade para o mundo através do esporte.
Mantiqueira - Como você é mestre de jiu-jitsu e seus filhos seguiram outro rumo, sendo destaques no bicicross?
Paulão Rezende - A minha formação foi dentro do esporte, fui atleta de futebol e vôlei muitos anos para manter minha bolsa de estudo, participei também de muitas competições de judô na minha infância e sempre gostei da responsabilidade da liderança. Fui crescendo e amadurecendo dentro do esporte, observando atentamente os treinadores, aprendendo assim a lidar com atletas de diversas modalidades. O mais importante é despertar a responsabilidade de dentro de cada um, sempre focando o nosso máximo e nunca pensar em fazer o mínimo. Despertar o respeito junto com o amor, receita infalível para o sucesso, foi isso que fiz com meus filhos, respeitei o amor que eles têm pelas bicicletas, apenas conduzi com dignidade seus caminhos.
Mantiqueira - Quantas pessoas, entre crianças e adultos, a sua empresa de jiu-jitsu atende em Poços de Caldas?
Paulão Rezende - Cerca de 500 atendimentos, sendo 150 na Olimpo Academia, 65 no Projeto Soma, 40 na Ativa Academia, 100 crianças no projeto Caminho Suave, 108 crianças no projeto Esporte Cidadão, realizado no bairro São José, e 70 crianças na escola Antônio Sérgio Teixeira, no projeto Mais Educação do bairro Santo André.
Mantiqueira - Como surgiu a Olimpo Academia?
Paulão Rezende - Foi com a necessidade de encaminhar meus filhos abrindo o nosso próprio negócio. Fizemos uma pesquisa de mercado e vimos que o treinamento funcional seria uma ótima opção da Poços de Caldas, e assim fizemos, planejamos juntos com os amigos arquiteto Felipe Togni e o engenheiro Helton Prata, fazendo assim a Olimpo acontecer com sucesso. As atividades são muito bem frequentadas oferecemos treinamento funcional, muay thai, slackline. Isso tudo com o ingrediente essencial que é o profissionalismo e amor.
Mantiqueira - Na última eleição você esteve próximo de se eleger, vai se candidatar novamente?
Paulão Rezende - Realmente faltou pouco para eu ser eleito, vou continuar nessa disputa, pois acredito que para vencer uma eleição leva um tempo para os eleitores acompanharem o nosso crescimento como candidato. Tenho certeza que estou bem preparado e estou confiante para fazer um bom trabalho se caso eleito.
Mantiqueira - Faça um resumo deste ano.
Paulão Rezende: Tirando o falecimento dos meus pais, está sendo um ano de muitas alegrias meus filhos muito bem no bicicross, a cadeia Olimpo está sendo um sucesso, meus alunos crescendo cada vez mais, a Casa do Atleta com ótimos resultados, abrimos mais uma filial e mais uma Casa do Atleta nos Estados Unidos, mais uma filial na Espanha e consegui superar alguns problemas que tive de saúde.
Mantiqueira - Você teve uma boa proposta financeiramente para ir para os Estados Unidos, por que não aceitou?
Paulão Rezende - Sou muito ligado à família e sou apaixonado pelo meu trabalho aqui no Brasil, amo o que faço, e o dinheiro é importante, mas não é tudo, Paulinho Alves foi no meu lugar e tenho certeza que tomei a decisão certa.
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