PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com
Poços
de Caldas, MG - Em novembro passado, a prefeitura liberou o estádio
municipal para a realização de um show da dupla sertaneja César Menotti e
Fabiano e por esta razão o local sofreu graves danos, o que quase
impossibilitou a Caldense de mandar seus jogos do Campeonato Mineiro no
local. A diretoria do clube, liderada pelo presidente Antônio Bento
Gonçalves, tomou a frente, trouxe empresas especializadas, investiu no
uso de equipamentos de ponta e o gramado do estádio acabou sendo
recuperado. Agora, em plena disputa da Caldense na Série D do Campeonato
Brasileiro, quando parecia que o estádio estaria aberto apenas para
prática esportiva, uma empresa particular realizou ontem um grande
evento, que reuniu quase 700 funcionários no local. Foi montada dentro
do gramado uma grande estrutura, que recebeu um show de uma dupla
sertaneja regional e ainda dentro do gramado uma praça de alimentação
para os funcionários da empresa. Claro que a situação desagradou o
presidente da Caldense Antônio Bento Gonçalves, que foi até o estádio
antes da realização do evento e ficou bastante preocupado com o que viu.
“Investimos dinheiro aqui, recuperamos o gramado e, sinceramente, não
esperava que teria dor de cabeça novamente. Não sei não se quando eles
entregarem o estádio novamente para os treinos e jogos da Caldense as
condições serão boas”, disse Bento Gonçalves, que após uma conversa com o
secretário de Esportes Wellington Guimarães, o Paulista, e com o
representantes da Danone, empresa que locou o estádio, se mostrou um
pouco mais confiante. “O Paulista e o pessoal da Danone me disseram que
vão entregar o campo em condições acredito neles. A Danone sempre foi
uma parceira da cidade e da Caldense e estou mais tranquilo depois da
conversa”, disse Bento Gonçalves. “Apesar dos nossos investimentos aqui o
local é da prefeitura e não temos nenhuma autoridade para impedir
eventos ali. Como disse antes, acredito que tudo ficará resolvido bem e
que a Caldense não sofrerá prejuízos pois temos jogos decisivos daqui
uns dias e precisamos que o gramado do Ronaldão suporte bem depois
disto”, falou Bento Gonçalves.pvcampos@gmail.com
Elefante branco
O secretário de Esportes Wellington Guimarães, o Paulista, também esteve no estádio e falou com a reportagem. Segundo ele, a prefeitura vive uma situação muito difícil financeiramente e não tem dinheiro sequer para gasolina para os trabalhos do dia a dia. Com isto o Ronaldão, que, segundo suas falas, é um elefante branco, é um meio de gerar renda para os cofres municipais. “Entendemos a preocupação da Caldense, mas não podemos deixar o estádio apenas para os jogos dos campeonatos. É prejuízo certo e precisamos fazer dinheiro como este evento. Sem contar que a Danone vai fazer melhorias aqui, como colocação de alambrados, recuperação no gramado, enfim, vão trazer uma contrapartida. Tenho certeza de que eles nos entregarão o estádio nas mesmas condições que encontraram”, disse o secretário. Ninguém da empresa quis gravar com a reportagem, mas, segundo informações, eles contrataram uma empresa especializada em realização de eventos em grandes estádios do Brasil, como o do Palmeiras, e tanto a parte de montagem da estrutura como a desmontagem estão sendo feitas por profissionais da mais alta competência.
O aluguel do Ronaldão foi em torno de R$ 6.000 e o dinheiro irá para um fundo de esportes e será revertido para manutenção e aquisição de veículos, entre outras coisas.
Torcida
Enquanto isso, a torcida da Caldense se manifestou nas redes sociais preocupada com a situação. Foram várias manifestações de pessoas que destacaram o quanto o clube divulga a cidade. “Como disse antes sabemos da importância da Caldense, mas apenas divulgação não resolve. Temos problemas financeiros e não havia como não realizar este evento, até porque a Danone é uma grande parceira da prefeitura”, falou Paulista. Questionado sobre o porquê de não realizar o evento em outro local, como o estádio Benedito Bandola de Oliveira, por exemplo, Paulista disse que a empresa pediu para ser no Ronaldão e que a estrutura não teria como ser montada em outro local.
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