“As fotos não conseguiram registrar a verdadeira beleza desta aventura”. Assim resumiu Luiz Lotti Neto, o Gijo, que no final do ano passado, juntamente com Poli, da Minas Sal, Renato “Tenda”, João Guilherme e o motorista Fabinho, visitou parte da Argentina e Chile durante 15 dias. O grupo saiu de Poços de Caldas de carro e fez uma rápida passagem por Foz do Iguaçu. A aventura mesmo começou na Argentina, onde eles pedalaram cerca de 100 a 150 km por dia. Apenas uma parte do percurso acabou vencendo o grupo, que se deparou com uma reta de 90 km e ventos muito fortes, ficando impossível pedalar. Em alguns trechos a opção foi andar de carro. Outro problema foi com a infraestrutura, por ser uma região muito pobre era difícil encontrar supermercados e outros locais para se abastecerem. “Enfrentamos uma dificuldade muito grande na Argentina com o policiamento. A cada 100 km tinha uma barreira e fomos parados em todas. Não tínhamos nada a esconder mas foi ruim o atraso, por ter que parar a quase todo o momento”, conta Gijo. Os rapazes também se enroscaram no idioma, mas, segundo Gijo, isso não atrapalhou a viagem. Os aventureiros, que fizeram parte do percurso de carro e cerca de 500 km de bicicleta, também tiveram que enfrentar um calor de 40 graus na Argentina. Eles contam que em certos momentos a sensação térmica dava a impressão de mais de 50 graus. Gijo ainda aponta a altitude como um adversário no caminho. “Saimos de 2.200 m para 4.400 na cordilheira, subimos 37 km de serra. Fiz duas vezes o percurso de subida", conta ele, que ressalta que todo o esforço foi recompensado pelas belas paisagens. “As cordilheiras, o deserto do Atacama, o salar, uma camada de mais de 100 m de sal, as montanhas, os animais, tudo lindo demais e ficamos encantados com os lugares. Tudo muito novo para nós”, conta ele. O grupo atravessou o deserto até São Pedro do Atacama. No local encontraram uma pequena lan house, que chamou a atenção por estar localizada no meio do deserto. Nem precisa dizer que é muito disputada pelos visitantes. Outros aventureiros como eles também se acomodavam como podiam para apreciar as belezas da região. “Tinha pessoas que dormiam em barracas no final de noite enfrentando o frio do local que chegava a 4 graus negativos, mas tenho certeza que achavam que valia a pena". A intenção era chegar ao oceano Pacífico mas acabaram desistindo por causa da altitude. "Resolvemos voltar e viemos devagar com a intenção de curtir aquele belo visual”, concluiu Gijo.
Depois de enfrentar desafios, calor e frio subindo as cordilheiras, passando por lugares inesquecíveis, os poços-caldenses também curtiram a noite nas baladas locais e as comidas típicas. Eles lembram que presenciaram ainda momentos de pura magia, como a dança das fitas em Susques, última cidade da Argentina antes da divisa com o Chile.
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