Secretário contesta reclamações sobre praças esportivas

São constantes as reclamações sobre as condições das praças esportivas da cidade. A maioria dos ginásios sofre com goteiras e infestação de pombos, enquanto os estádios estão com gramados ou vestiários com poucas condições de uso. Segundo o secretário de Esportes Carlos Alberto dos Santos, é contínuo o trabalho para solucionar o maior número de problemas possível. No entanto, ele afirma que por um lado faltam verbas e por outro as reclamações nem sempre condizem com a real situação. “O caso do estádio Antônio Megale, por exemplo, no bairro Santa Rosália, as queixas sobre as condições do gramado, colocado há pouco mais de um ano, são bastante questionáveis”, diz. Santos ainda comenta que o estádio foi feito para a comunidade e pela comunidade do bairro e ela está satisfeita com o resultado. “Se estão reclamando das condições do local, a solução é muito simples, não joguem lá”, dispara.

Juca Cobra
Ginásio Juca Cobra, no Cohab, zona sul de cidade, está entre os mais complicados, pois recebe o maior número de reclamações. As goteiras e os pombos chegam a comprometer as competições realizadas no local. Mesmo assim, continua sendo uma das principais praças esportivas, sendo realizados lá diversos campeonatos, e este ano novamente será palco da final da Taça Poços de Caldas de Futsal.
Segundo Santos, uma empresa foi contratada para resolver os problemas das goteiras e fechar as entradas dos pombos, mas é preciso tempo para detectar todos os problemas existentes no local. “Não é ainda o serviço que gostaríamos realizar no Juca Cobra, porém, no momento é o que conseguimos”. A mesma empresa contratada para o Juca Cobra está trabalhando no Romeu Cagnani, poliesportivo Dr. Arthur de Mendonça Chaves e Vitório Togni.


Romeu Cagnani
Recentemente, o ginásio Romeu Cagnani, na Vila Togni, zona oeste da cidade, foi pauta de uma matéria da jornalista Jéssica Balbino, do Mantiqueira. Além da degradação em que o local se encontra, problemas de vandalismo e até mesmo de usuários de drogas nos arredores da praça esportiva foram citados. Para o secretário de Esportes, este tipo de problema é de segurança pública e nada tem com a prática esportiva, por isso não é de responsabilidade da Secretaria de Esportes. “Lembro-me que a matéria que foi publicada pelo Mantiqueira citava mães que não podiam colocar os filhos dentro do ginásio por temer esta situação. Segundo a reportagem, isso estava prejudicando os projetos esportivos naquele local. Dentro dos ginásios isso não existe, é proibido as pessoas, em atitudes suspeitas, ficarem dentro do ginásio”, disse. Segundo Santos, existe um funcionário dentro do ginásio que é orientado a chamar a polícia, a Guarda Municipal para eventualmente retirar essas pessoas do local. O secretário, no entanto, disse que não tem como evitar que isso ocorra no entorno do ginásio. “Infelizmente, não tem como a Secretaria de Esportes evitar que isso ocorra. Este trabalho tem que ser feito pelos órgãos de segurança pública”, disse.

São José
O bairro São José é um dos mais populosos de Poços de Caldas. Como em todos os pontos da cidade, o esporte é o principal meio de lazer da maioria de seus moradores. O bairro é sede do Sporting Aphas, equipe formada pelo padre Graciano e que em pouco tempo se tornou destaque no esporte amador. Este time de futsal treina na quadra do bairro, porém, os jogadores também lamentam as condições do local. “Temos um time bom, estamos realizando um bom campeonato, mas as condições de nossa quadra são precárias demais. Acho que merecíamos melhor atenção da Secretaria de Esportes. Somos um bairro carente e estamos sendo esquecidos pelas autoridades”, disse um atleta que não quis se identificar.
O secretário de Esportes contestou a reclamação dos jogadores e moradores. Segundo ele, a quadra recebeu algumas melhorias há pouco tempo. Santos enfatizou que a prefeitura tem mais de quarenta quadras comunitárias e toda semana o responsável por elas, Sebastião Bento, passa por todas e vê o que é preciso fazer, dentro da competência da Secretaria. Ele avalia periodicamente as condições das traves e pintura das quadras. O secretário disse que todas as reclamações são prontamente verificadas e se realmente precisa ser feito algo, é feito imediatamente. Santos afirma, no entanto, que não dá para realizar reformas de alambrado, infraestrutura de alvenaria, pois é de competência de outro departamento da prefeitura. “A reclamação específica da quadra do bairro São José me pegou de surpresa. Este ano já fizemos no local a pintura no chão, aliás, duas vezes, em 2010 e 2011ela foi reformada e colocado alambrado novo”.
O secretário é enfático ao afirmar que a população tem sua parcela de culpa se um local público sofre danos ou vandalismo. “A população precisa entender que quando estes espaços públicos são arrumados, ela também precisa tomar conta. Os moradores não podem permitir que uma pequena parcela de maus elementos destrua e faça vandalismo num local que é para o usufruto de todos”, disse Santos. “Vamos voltar a verificar as condições da quadra do São José e se o problema envolver pintura ou traves vamos arrumar, caso contrário não é de nossa responsabilidade”, contesta. O secretário disse que se for o caso vai informar a Secretaria de Obras para atender a demanda.

Francisco Luz demolido
O bairro Vila Nova, na zona leste da cidade, perdeu recentemente seu ginásio esportivo. O local estava abandonado há vários anos, sendo usado inclusive por traficantes de drogas e para prostituição. No local está sendo construída uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Aquele ginásio se encontrava numa situação muito ruim, embora a prefeitura tenha feito cinco reformas no local durante alguns anos. Foi investido muito dinheiro ali e sempre precisava arrumar alguma coisa. Infelizmente, a depredação feita pela população foi muito grande naquela praça esportiva, não entendemos porque tantos atos de vandalismo”, reclamou Santos.  Existe a promessa de uma quadra coberta naquela região, mas são planos para o futuro. Ela ficaria no antigo Centro Social Urbano, local que abriga hoje uma escola do Instituto Federal.
O ginásio ainda era utilizado como local de aulas de capoeira, mas esse projeto deverá ser realizado na antiga creche Maria do Rosário Bastos.

Bandolão
Quem nunca ouviu os garotos dizendo “bola pro mato que o jogo é de campeonato”. No caso do estádio Benedito Bandola de Oliveira, o Bandolão, o mato é substituído por residências que ficam atrás de um dos gols. O problema é que quando as bolas caem nestas residências elas não voltam, causando prejuízo aos dirigentes de clubes. “Não sei quantas bolas já perdi ali. Todo jogo, pelo menos umas três bolas caem e não as vemos mais”, disse um dirigente do futebol amador da cidade. O secretário disse que o Bandolão tem um alto padrão, atendendo inclusive exigências da Federação Mineira de Futebol. Ele afirma que a segurança no entorno do Bandolão é melhor, inclusive, que no Ronaldão. Com relação ao problema com a perda das bolas, Santos não vê solução. “No local já existe uma grade de proteção muito alta, porém, mesmo assim as bolas caem do outro lado. No meu entendimento os moradores das casas do fundo deveriam raciocinar um pouco e ver que o jogador não manda a bola ali por querer, é circunstância de jogo e por isso deveriam devolver. Infelizmente, isso não ocorre e os clubes reclamam. Não vejo solução para o problema de imediato”, lamentou o secretário. Ele lembra que foi feito um estudo para aumentar a tela neste gol problemático, porém, o custo é muito alto e sai do orçamento disponível. “Tenho que ser honesto com os clubes e dirigentes. Não existe previsão nenhuma de subir aquele alambrado mais do que está lá”.

Mesários
As condições de trabalho dos mesários durante os campeonatos de futebol amador da cidade são bastante limitadas. Se tem sol, sofrem com a alta temperatura, se chove, precisam se desdobrar para não molhar a documentação da partida. Santos foi questionado sobre melhorias para os representantes e ele disse que, de momento, não tem possibilidades, porém, estudos podem ser desenvolvidos sobre o assunto.


Antonio Megale
O estádio Antônio Megale, no bairro Santa Rosária, zona leste da cidade, ficou muito tempo sem gramado. Depois de uma parceria entre a comunidade do bairro e a Secretaria de Esportes, foi colocado um gramado novo no local. Hoje, pouco mais de um ano após esta melhoria, o gramado é alvo de reclamações de várias equipes do futebol amador da cidade. “Fizemos um acordo com a Sociedade Amigos de Bairros e com o Clube de Veteranos. Neste acordo a prefeitura deu a mão-de-obra e o material e a comunidade trabalhou na reforma. O combinado é eles usarem no domingo pela manhã e as crianças do bairro aos sábados. Tudo foi acompanhado de perto por nossa equipe. O problema é que o solo do estádio tem uma argila de quase um metro de espessura e sua retirada é praticamente inviável. Eu entendo que se aquela comunidade, que trabalhou para ter o estádio como ele é hoje, está satisfeita, as equipes que vão lá jogar e que ficam reclamando do gramado não deveriam marcar jogo lá, é simples. A comunidade está feliz, os veteranos de lá estão felizes, os meninos estão felizes. Eles suaram para arrumar aquele campo”, disse Santos. Ele conta que já expressou esta opinião para a Liga Poços-caldense de Futebol e o próprio Clube de Veteranos do bairro disse que está satisfeito com a estrutura do local. “Reclamam de todos os estádios, querem uma coisa que infelizmente não dá para atender. No caso do Santa Rosália, a Liga continua marcando jogos lá”, concluiu.

Prontidão: agenda lotada
Santos defende um dos campos mais criticados da cidade, o Prontidão, no Conjunto Habitacional, na zona sul. “A Escolinha Zico 10/Coopoços utiliza aquele local e até onde eles estão satisfeitos. Recebemos inúmeras ligações de pedidos para jogos naquele local, a Liga Sanjoanense de Futebol manda seus jogos de categoria de base lá e acha o campo um espetáculo. É muita cobrança e é difícil atender esta demanda”, disse Santos, que frisa que as reclamações partem em sua maioria das equipes da LPF, os demais usuários do Prontidão elogiam bastante as condições do local.
O secretário disse que a arquibancada do Prontidão está sendo retirada por não ter condições de uso e não existe previsão para instalação de uma nova.

Pista de bicicross
Uma das polêmicas mais recentes envolve a pista de bicicross, instalada no Parque Municipal Antônio Molinari. Ela está inativa há um ano e os pilotos da cidade estão com medo de perder o espaço. O secretário de Esportes garante que a pista não sai do parque municipal, no entanto, ela não terá as dimensões que os pilotos queriam. “Fui questionado pela Terezinha Moreno, presidente do Bicicross Poços Clube, se existia previsão de término para a obra. Eu disse a ela que a demora é normal, o trabalho é conforme a necessidade. Não posso me comprometer com uma data para que a pista esteja novamente em condições de uso pelos pilotos de Poços e região. O trabalho está sendo feito, semana que vem haverá plantio de gramas para segurar o aterro, enfim, a obra está caminhando, mas prazo para terminar não tem”, disse. Sobre a retirada da pista do parque, Santos descartou qualquer possibilidade. “A partir do momento que tivemos a palavra do prefeito para dar andamento às obras, a pista não muda de local, porém, eles terão que usar o espaço da pista antiga e não conforme eles queriam inicialmente. A vontade deles era aumentar o espaço da pista, mas não será possível”, informa. O secretário acredita que deve ser feito um planejamento futuro para desenvolver uma pista no tamanho oficial para atender a demanda e receber competições nacionais.


Estrutura esportiva
O secretário de Esportes defende as praças esportivas da cidade, palcos de competições nacionais, como as Olimpíadas Escolares, e eventos de grande porte. “Vi o estádio de Pouso Alegre pela TV durante uma final de campeonato e posso garantir que o campo do Santa Rosália, tão criticado, é muito melhor. O campo do Santarritense, que está na segunda divisão, é pura poeira, pois gramado não existe. Aqui em Poços está muito bom. As pessoas reclamam, porém, precisam ter paciência e entender que não terão o que querem e sim o que podemos oferecer”, disse Santos.

Verba exclusiva
Santos acredita que os problemas enfrentados pelas praças esportivas de Poços de Calda estejam com os dias contados. Segundo ele, em 2012 a pasta terá verba de manutenção. Ele explica que hoje esta verba está disponível apenas para a Secretaria de Obras e sempre que é necessária uma melhoria numa praça esportiva é preciso solicitar o dinheiro para essa pasta. “Acredito que com o orçamento de 2012 da Secretaria de Esportes ficará mais fácil gerenciarmos as melhorias”, comemora Santos. Ele ressalta que com o gerenciamento da verba diretamente pela Secretaria de Esportes, as obras do setor vão acontecer com mais rapidez.

R$ 3,5 milhões
Santos fez um levantamento que seria mostrado para o Ministério dos Esportes, demonstrando todos os problemas que a área esportiva enfrenta e de quanto precisa para realizar as recuperações. Chegou-se a um valor de aproximadamente R$ 3,5 milhões. Este levantamento deve ser enviado a Brasília e existem grandes possibilidades de uma resposta positiva. Um dos destaques deste projeto é a troca do piso da pista de atletismo. “Com esta verba teríamos condições de resolver todas as situações abordadas nesta matéria”, disse o secretário.