sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Polícia apreende documentos ligados à Caldense

ADRIANA RODRIGUES
adriana.mantiqueira@gmail.com

Poços de Caldas, MG – Durante uma operação, a Polícia Civil cumpriu, na manhã de ontem (14), três mandados de busca e apreensão na sede da Associação Atlética Caldense, na casa do presidente do clube Laércio Otávio Martins e na empresa GM Costa, que é de sua propriedade. Foram apreendidos computadores e grande quantidade de documentos, que serão analisados durante o inquérito que investiga o suposto desvio de aproximadamente R$2,5 milhões do clube.
Os mandados foram cumpridos simultaneamente por equipes formadas por cinco delegados, onze investigadores e três escrivães. Martins estava em casa e, segundo a polícia, acompanhou os trabalhos policiais.
O inquérito foi instaurado há cerca de um mês e a polícia já solicitou à justiça a prorrogação de prazo, uma vez que as investigações estão longe de serem concluídas. As denúncias, segundo a Polícia Civil, foram feitas por conselheiros após um levantamento do presidente do conselho fiscal, entre março e abril, que apontou uma diferença nos balanços do clube.
Ontem, o delegado Samir Blagtiz, que responde pela delegacia de combate a estelionatos, falsificações e defraudações, e que esta à frente do inquérito, disse que esta é a primeira fase dos trabalhos, em que são colhidas oitivas de várias pessoas que trabalham ou fazem parte dos conselhos do clube. “Agora achamos necessário cumprimento de mandados de busca para arrecadar documentos contábeis ou outros documentos que possam identificar a suposta existência de irregularidades. Foram arrecadados computadores, toda a documentação contábil que inclui balancetes, razão, caixa social, notas fiscais e empenhos. Faremos uma análise prévia desse material na delegacia, vamos elaborar um inventário e, em seguida, acredito que em cerca de uma semana, encaminharemos tudo ao setor contábil do Departamento de Criminalística de Belo Horizonte”, explicou. Não há previsão de quanto tempo será necessário para que o departamento conclua a análise de todo o material, uma vez que o setor atende a demanda de todo o Estado, mas a polícia acredita que isso possa levar cerca de três meses.

Oitivas

De acordo com Blagtiz, a denúncia que vem sendo investigada aponta um suposto desvio de verbas do clube, em proveito do presidente Laércio Martins, que ultrapassaria a casa dos R$2,5 milhões. “Já foram ouvidas dez pessoas, dentre elas conselheiros, fiscais, conselheiros deliberativos e o tesoureiro. Agora, depois da apreensão dos documentos, várias outras pessoas serão intimadas para oitivas na delegacia”. Já o depoimento do empresário Laércio Martins ainda não foi marcado e, segundo a polícia, devido a uma estratégia investigativa, isso só deve acontecer na reta final do inquérito.
Questionado sobre a possibilidade de que seja solicitada à justiça um mandado de prisão para o presidente do clube, o delegado disse que por ora não vê necessidade alguma para que tal medida seja tomada, já que apenas com base nas oitivas colhidas até então é cedo para falar em provas robustas que levem a crer que houve uma irregularidade ou desvio de verbas.

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