sábado, 24 de julho de 2010

Futebol-arte

Muito se fala que o futebol brasileiro tem por tradição o jogo bonito, o espetáculo, sendo o único país que desenvolveu, no passado, o futebol arte.
Eu mesmo vi poucas vezes o futebol arte do Brasil em ação. A primeira Copa do Mundo que tive a oportunidade de acompanhar foi a de 82 e aquela seleção apresentava um futebol de encher os olhos. O resultado daquele time, no entanto, foi desastroso. Depois de partidas belíssimas, caiu diante de uma Itália apenas mediana, mas que, com competência, neutralizou os astros do Brasil. A Azurra veio mais tarde a ser campeã e colocou em dúvida se jogar bonito é tão importante assim. Antes do Brasil, a Holanda já havia perdido duas Copas seguidas apresentando algo parecido com o nosso futebol arte.
Depois daquela seleção brasileira de 1982 nunca mais vi um time nacional jogar bonito para justificar a fama de único futebol arte do mundo. Apegou-se muito ao passado, quando tinhamos nomes como Pelé, Garrincha, Ademir da Guia, Zico, entre outros.
A última vez que nosso futebol arte deu o ar da graça foi na década de 80, com o time do Flamengo. Uma verdadeira constelação de craques comandada por Zico e com um elenco maravilhoso: Adilio, Tita, Júnior, Nunes, entre outros.
Lá se vão trinta anos e nada de novo apareceu no futebol brasileiro. Este ano o time do Santos tentou jogar um futebol mais próximo daquele apresentado no passado mas parece que acabou. Foi fogo de palha. A impressão é que Robinho, Neymar e Ganso estavam apenas buscando mostar ao Dunga que tinham um lugar na Copa do Mundo. Como apenas Robinho conseguiu seu objetivo, e mesmo assim foi um fiasco, juntamente com todos os comandados de Dunga, o time do Santos voltou ao “normal” neste segundo semestre.
Não tenho esperança mais de ver futebol arte em nenhuma equipe. A filosofia do futebol hoje é outra. O resultado conta mais. É mais importante um título nas mãos do que uma derrota jogando o chamado futebol arte.   A Copa do Mundo da África foi um Mundial sem destaques individuais e coletivos. Nenhuma equipe encantou, nenhuma equipe merecia o título. A Espanha levou pela competência e pela falta de adversários. O time não jogou bonito mas pelo menos foi mais eficiente. Ironizam suas vitórias, a maioria delas por 1x0. E daí? 1x0 é vitória também.

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