Atual campeão pan-americano de Mountain Bike, Sherman Trezza, de Poços de Caldas, acaba de conquistar o título de campeão brasileiro sub-23. A competição foi realizada no último final de semana, em Campo Largo-PR, num trajeto muito enlameado, tornando-se um verdadeiro desafio para definir os vitoriosos.
Sherman chegou como favorito e não decepcionou, ficando com o título com quase 10 minutos de vantagem sobre o segundo colocado Frederico Mariano (campeão brasileiro Junior em 2009). “Ele, que representa Poços de Caldas no mountain bike nacional e internacional, através de sua equipe Jamis Crank Brothers, levou o título em uma disputada prova no sul do Brasil nesse final de semana; não deu chances aos adversários e trouxe o título para nossa Minas Gerais”, diz trecho de artigo postado no site Ciclovulcanos.
Trezza diz que se preparou muito para a prova, junto com o treinador Rodney Hoffmann. “Foi elaborado um ciclo especial de treinamento para essa prova, visando um rendimento superior durante a competição”, explica.
Foram quatro voltas em circuito de 6 km com o tempo total de mais de duas horas de competição. Segundo o ciclista, se as condições da pista fossem normais, as seis voltas seriam feitas com o mesmo tempo. Mas a lama dificultou muito o percurso e fez com que a competição fosse muito técnica.
“Há tempos venho tentando esse título, ano passado bati na trave e saí com o vice, mas esse ano ele não me escapou. Com esse título e o de campeão pan-americano venho tendo um saldo positivo em 2010. Foram dois títulos muito especiais e ao mesmo tempo muito difíceis de serem conquistados, só tenho a agradecer aos meus patrocinadores”, conta Trezza.
O atleta diz que ainda esse ano ele pretende disputar dois eventos. “Quero estar na Terceira e última etapa da Copa Internacional, na qual estou liderando na minha categoria, e o Campeonato Mundial, que será disputado no Canadá em setembro, onde quero estar muito bem preparado para representar nosso país”.
Recentemente, Trezza concedeu entrevista ao Mantiqueira, quando falou de seu início de carreira, da família, do sonho olímpico em 2016 e de suas parcerias.
O início - Me lembro exatamente do dia em que iniciei os treinamentos. Foi 24 de maio de 2001, quando me apaixonei pelo mountain bike. O começo foi na cidade de Lambari, onde tinha uma equipe chamada Lambari Iron Team. Logo no início participei de uma prova sul-mineira na categoria infantil. Acabei ganhando a corrida e fui tomando gosto pela modalidade. Depois disso, fiquei uns dois anos correndo em bike emprestada, pois com a minha não tinha condições de competir, mas com o apoio de meu treinador e de outras pessoas não desisti. Depois de dois anos ganhei uma bike de meu pai e comecei a frequentar cada vez mais campeonatos importantes e estou aí ate hoje.
Sonho olímpico - Este é, sim, um grande sonho e vou estar na luta por uma vaga no time brasileiro. Ano que vem será classificatório, com a disputa de pelo menos três campeonatos que darão vagas para os jogos de Londres. É difícil mas vou tentar meu lugar na equipe. Acho que ainda falta um pouco para eu estar no nível dos competidores de ponta mas não acho que é impossível conseguir meu lugarzinho. Vou trabalhar forte, lutar muito e quero muito este lugar. Se não der para Londres, em 2016 com certeza estarei lá. Vou estar com uma idade boa e no auge da carreira. Tudo depende de treinos e vontade e isso não me falta.
Família - Meus pais estão sempre me incentivando e isso é muito importante. Apoio da família é fundamental para qualquer atleta em qualquer modalidade.
Apoio - Eu estou bem neste sentido graças a Deus. Corro pela equipe Jamis Crank Brothers e ainda tenho o apoio da Pedal Sports. Sou um privilegiado pois tem muita gente que passa por dificuldades para conseguir apoio e isso é muito ruim. O meu título no Pan também pode me abrir mais portas juntamente com empresários e até mesmo com a prefeitura pois nunca esqueço de levar o nome da cidade por onde eu corro. Apoio nunca é demais. Eu mesmo estou aberto a conversar. Meu endereço é shermantrezza @hotmail.com e toda a ajuda será bem-vinda. Infelizmente apoio no Brasil é duro de conseguir. As pessoas não pensam que ajudando um atleta estão ajudando o esporte nacional. Muitos atletas que possuem condições de buscar grandes resultados param devido à falta de recursos e precisam abandonar o esporte.
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