No último sábado, Sandro Meira Ricci, árbitro de Poços de Caldas e que apita pela Federação do Distrito Federal, foi duramente criticado por quase toda a mídia esportiva. Jogadores, dirigentes e técnico do Cruzeiro fizeram acusações pesadíssimas contra o árbitro, que deverá fazer parte do quadro da Fifa em 2011. Confesso que eu mesmo, ao ver o lance pela TV, em um primeiro momento, não achei penalidade no lance entre Gil e Ronaldo na partida entre Corinthians e Cruzeiro, que valeu a liderança para o time paulista nesta reta final do Campeonato Brasileiro.
Cuca chegou a dizer que ia abandonar o futebol. Dirigentes apelaram para palavras ofensivas e insinuações de que o árbitro estaria “comprado” e assim facilitaria o título para o Corinthians. Tudo dito com a cabeça quente, pois o pênalti realmente existiu. Gil, infantilmente, se projeta nas costas de Ronaldo num lance de pura ingenuidade do jogador cruzeirense, que depois teve a “cara de pau” de negar a falta no atacante corintiano.
A falta ficou evidente na câmera lenta e isto é mais um fator positivo para o árbitro de Poços de Caldas. Ele viu em tempo real a falta, sem recursos de TV e marcou com uma convicção incrível. Depois aguentou um monte de agressões verbais e muitos empurrões, porém, em momento algum voltou atrás em sua marcação.
Ricci está de parabéns, vem fazendo um campeonato muito bom e agora deveria ouvir as desculpas de todos que o ofenderam sem a mínima razão.
Em entrevista ao Mantiqueira no início do ano, Ricci já se queixava exatamente de críticas em que o árbitro sequer tem a chance de se defender. Ele disse que a mídia é muito dura ao analisar lances duvidosos em algumas partidas. “Somos analisados por um lance, criticados, às vezes, de uma forma injusta. Para a pressão da torcida, do dirigente ou do jogador a gente está preparado, não vejo nenhuma de forma negativa. O árbitro tem que estar preparado para isso ou automaticamente não tem condições de atuar numa partida de futebol. A pressão é nivelada, cada um tem seu papel. Para mim a pior pressão é a da imprensa devido a críticas que fazem sem te dar uma chance de se defender. A Fifa também não nos permite falar sobre a parte técnica e chega a ser desumano você ser criticado por um lance e não ter ninguém para analisar seu erro de forma positiva, tentando descobrir o porquê do erro. Geralmente só focam numa crítica que não é nada construtiva. Por essas razões, acho que a pressão da imprensa é a pior para um juiz de futebol”, disse ele ao Mantiqueira. Lamentavelmente, Ricci tem razão, pois a mídia esportiva - principalmente os canais de TV que transmitem os jogos - é munida de recursos que dão aos comentaristas ferramentas suficientes para suas críticas, positivas ou negativas. É muito fácil você ver um jogo com dez, vinte câmeras e depois querer analisar um possível erro de arbitragem. Chega a ser covardia.
LPF - Depois de alguns problemas com o repasse de resultados dos campeonatos organizados pela LPF, a entidade se modernizou e agora eles chegam instantaneamente para a imprensa, logo após as rodadas. Rogério Alexandre Barbosa é o responsável pelo trabalho, que começou semana passada e vem agradando bastante. Parabéns à iniciativa, pois facilita muito na divulgação dos jogos dos campeonatos amadores de Poços de Caldas. Agora só falta alguns bandeiras da LPF se conscientizarem de que imprensa está no campo para fazer seu trabalho. Alguns misturam as coisas e acham que o profissional da imprensa tem que tirar torcedor de local inadequado durante as partidas no Bandolão. Isto não é função da imprensa.
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