domingo, 21 de agosto de 2016

Mário Xandó diz que Brasil precisa repensar o esporte de base

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

Poços de Caldas, MG - O Brasil foi, durante duas semanas, a capital mundial dos esportes. O Rio de Janeiro fez bonito e sediou uma competição impecável, que deixará saudade. O desempenho dos atletas nacionais, no entanto, novamente ficou abaixo do esperado e deixa claro que muito se precisa mudar para o quadro melhorar. Mesmo com a medalha de ouro conquistada ontem no futebol, o país ocupa apenas a décima terceira colocação geral. O Mantiqueira aproveitou este último dia de jogos para conversar com o poços-caldense Mário Xandó de Oliveira Neto, um dos integrantes da chamada ‘geração de prata’ do vôlei brasileiro. Juntamente Bernardinho, Montanaro, Carlão, Renan, William, Amaury, Fernandão, Bernard e Domingos Maracanã, Xandó auxiliou a Seleção Brasileira masculina de vôlei a faturar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles (EUA).
Para Xandó, os jogos foram bons, mas para que o Brasil conquiste resultados mais expressivos é preciso muito trabalho, principalmente na base de todos os esportes. “Os jogos foram bons, mas ficou claro que vamos ter que repensar o trabalho de base. Precisamos melhorar muito a gestão do esporte no Brasil. Não pode um país com mais de 200 milhões de habitantes produzir tão poucos atletas”, disse. “Temos que aprimorar o que está dando certo e criar novos programas esportivos educacionais. O exemplo americano no meu modo de ver é o melhor. Temos que melhorar muito a educação esportiva no ensino fundamental. É nesta faixa etária que começam a surgir os futuros talentos”.


Voleibol

Sobre o voleibol, esporte que o consagrou para o mundo, Xandó destacou a renovação que está acontecendo e admite que a disputa do ouro no masculino o surpreendeu. “O voleibol brasileiro está passando por um processo de renovação. Estávamos esperando alguns problemas. Achava que o feminino teria mais condições de medalha do que a equipe masculina. Infelizmente, o momento da China está melhor. Neste domingo aguardamos um jogo muito difícil na final masculina. A Itália, o meu ver, tem uma equipe onde o jogo do Brasil encaixa melhor. Esperamos que o peso de nossa camisa faça a diferença”, disse ele.


Poços de Caldas

Xandó deixou Poços de Caldas muito cedo e ganhou o mundo com o voleibol. Mesmo assim ele conta que o contato com a terra de nascimento nunca se perdeu. “Acompanho minha cidade através de conversas com meus amigos da nossa rede no Facebook”, finalizou.

Vôlei para surdos

Xandó ainda tem forte ligação com o esporte. Atualmente ele é técnico da seleção brasileira de voleibol de surdos e coordenador geral do voleibol masculino e feminino de surdos. Este ano a equipe esteve no Pan-Americano de Voleibol de Surdos, realizado em Washington EUA, ficou com a medalha de ouro no masculino e prata no feminino. Os resultados deram para a equipe brasileira as vagas para os Jogos Surdolímpicos a serem realizados em julho de 2017 na Turquia.

Nenhum comentário: