segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A inauguração do Ronaldão e o primeiro gol do estádio

RENAN MUNIZ
Lama Verde

Poços de Caldas, MG - Sempre que um estádio é inaugurado, começa aquele dilema de quem será o autor do primeiro gol? E com o Ronaldão, não foi diferente. O Estádio Municipal Dr. Ronaldo Junqueira foi idealizado em 1977. O governo estadual doou um terreno para Poços de Caldas e a prefeitura municipal concedeu recursos para a construção. Além disso, foram vendidas inúmeras cadeiras cativas para levantar recursos. A obra começou em 78 e levou um ano para ser concluída.
Após tudo pronto, a diretoria alviverde agendou uma série de amistosos para comemorar o lançamento do estádio e o aniversário de 54 anos do clube. A partida de estreia do novo campo ocorreu no dia 4 de setembro de 1979, contra o Corinthians. 11744 torcedores assistiram à aquele jogo, e viram as redes do Ronaldão serem balançadas pela primeira vez. Basílio, do Corinthians, foi o responsável por alcançar o feito.
“Olha o Corinthians, que desce com Palhinha. Palhinha para Wilsinho, os jogadores da Caldense reclamam impedimento, é goooool. Basílio, para o Corinthians. É o primeiro gol no Ronaldo Junqueira” - dessa forma narrou o saudoso Lázaro Walter Alvisi.
Restava agora saber quem seria o primeiro jogador da Caldense a marcar um gol no novo estádio. A oportunidade veio três dias depois, contra o Londrina. O árbitro assinalou um pênalti para a Veterana. Era só fazer e correr para o abraço. “Quando eu fui bater o pênalti, soltaram foguetes e o gol não aconteceu” - lembra o então cobrador oficial Paulo Roberto. “De fato ele assustou com o barulho do foguetório, apavorou e mandou para fora” - confirma o volante Donizete.
Realmente estava difícil para algum jogador da Veterana desencantar. A derrota por 2 a 0 para o Londrina adiou mais uma vez o tão sonhado gol. Mas no dia 09 de setembro os atletas alviverdes entraram em capo esperançosos. E logo aos quatro minutos de jogo aconteceu o tão sonhado momento. “Peguei a bola com o Orlando e lancei o Paulo Roberto. Ele deu no Márcio, que foi para o fundo. Eu acompanhei a jogada, parecia que estava sentindo alguma coisa no ar. O Márcio foi, cortou o defensor e bateu para trás cruzado. Eu estava chegando na grande área e o gol estava escancarado. Aproveitei e só dei um toque sutil no lado oposto do goleiro” - relembra Donizete.
O lateral esquerdo e capitão Paulo Roberto poderia ter marcado esse gol histórico, mas entregou de bandeja para o amigo Donizete. “Inclusive até hoje nós brincamos. Ele diz que seria o autor do primeiro gol. Mas eu digo que não. Sou eu o autor, o pai da criança. Então está lá registrado” - brinca Donizete.

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