A temporada dos ralis da Mitsubishi foi encerrada no último final de semana com a etapa de Jaguariúna. Poços de Caldas foi representada em duas categorias. No Mitsubishi Outdoor a cidade participou de algumas etapas com a equipe Judá Nóis e no Mitsubishi Cup o piloto Ângelo Guazzelli foi o representante poços-caldense. Guazzelli esteve esta semana na redação do Mantiqueira onde fez um balanço da temporada. Segundo o piloto, apesar da eliminação da etapa de Ribeirão Preto que tirou suas chances de título da temporada, tudo ocorreu dentro do previsto.
A temporada
“Tivemos um campeonato muito disputado. Conseguimos trazer uma etapa para Poços de Caldas, um fato inédito para a cidade. Minha eliminação em Ribeirão Preto foi uma pena, uma coisa boba pois não levei vantagem alguma no rendimento do carro, tanto é que na etapa deste final de semana em Jaguariúna eu corri sem a manta que causou polêmica em Ribeirão e consegui um bom desempenho e isso prova que não foi esse equipamento que me ajudou a vencer na etapa anterior”.
Próxima temporada
“Acredito que ano que vem a disputa pelo título será maior ainda. Poços de Caldas deve sediar mais uma vez uma das etapas, pelo menos é o que ficou definido esse ano junto aos organizadores, e a cidade deve receber o circo em agosto. Ano que vem vou tentar não cometer alguns erros que tive esse ano, que acabaram me atralhando no final da competição. Minha equipe também esse ano conseguiu adquirir uma boa experiência e isso deve nos favorecer na disputa da próxima temporada. Vamos procurar também estudar melhor o regulamento para não passarmos pelos problemas que enfrentamos em Ribeirão Preto.
Saideira
“No final da semana que vem vai acontecer uma prova chamada “Amigos” e talvez eu participe. A prova será em Ipatinga e é disputada num clima de lazer mesmo, um tipo de saideira que encerra o ano. Depois, competições só em março, sendo que as provas da Mitsubishi Cup retornam em abril. Neste período vamos fazer uma revisão melhor no carro, deixar tudo muito bem acertado para o campeonato do ano que vem. A principal meta agora será o descanso. Nossa equipe continua trabalhando no carro que precisa de muitos acertos, pequenos detalhes, como uma nova pintura, uma conferência no motor. Os treinos devem começar em fevereiro e o carro tem que estar preparado para as competições”.
Parceiro
“Ano que vem meu parceiro provavelmente será o Brittes. Estamos ainda numa fase de definição, não tem nada fechado. Na nossa categoria existe o mesmo jogo de bastidores de outras categorias, alguns pilotos mudam de equipe e as vezes pode ser que tenhamos algumas mudanças também, mas a princípio nada muda e devo correr com o mesmo parceiro desta temporada”.
Poços de Caldas
“Fiquei impressionado com a participação da cidade nesta temporada. Me paravam na rua e comentavam minhas corridas de uma forma que nunca tinha visto antes. Cheguei mesmo a passar por certo constrangimento de ser desclassificado em Ribeirão Preto e fui muito cobrado nas ruas da cidade. Ficou chato mas eu consegui explicar para o pessoal que não tive má intenção, não agi de má fé para levar vantagem sobre nenhum competidor e apenas interpretei de forma errada o regulamento. Mas a repercussão em Poços foi muito grande e muita gente me abordou perguntando sobre esse assunto e tive que explicar várias vezes e essa foi a pior parte. Mas para compensar, Poços acompanhou o campeonato e gostou muito. Acho que outras provas deveriam vir para a cidade. O Outdoor deveria ser realizado aqui, o Motorsport também. Isso seria importante para deixar o público local mais perto destas competições”.
Estrutura
“Tenho uma equipe bem enxuta, composta por dois mecânicos e um motorista que nos ajuda. Enfim, a gente se vira como pode, um amigo vai e ajuda na cozinha. Alguns pilotos possuem uma equipe bem numerosa, mas no nosso caso, mesmo sendo pequeninos, conseguimos disputar o campeonato de igual para igual graças a muito esforço, amor ao esporte e dedicação”.
Entrosamento carro e piloto
“Meu sonho era participar do Rali do Sertões, sonho que consegui realizar em 2005. Terminei em sétimo lugar. Na época meu navegador foi um amigo aqui de Poços de Caldas. Eu nunca havia tido contato com rali de nenhuma outra categoria. Depois consegui navegadores mais experientes e já pela Cup consegui meu primeiro pódio também em 2005. No final de 2005 já estávamos andando bem rápido, no mesmo nível dos outros competidores. Achei interessante minha rápida adaptação pois existem pilotos que precisam de anos para andar rápido e eu no primeiro ano já tinha um bom ritmo de competição. Sempre digo que não existe super homem nas competições da rali. Um bom piloto e um carro bem acertado bastam. Outra coisa importante é o entrosamento com seus mecânicos, saber mostrar os problemas do carro para que eles o melhorem. Tudo isso é tão importante como dirigir bem. Eu me dei muito bem com meu carro esse ano, estou muito à vontade com ele. As corridas a gente ganha nos detalhes. O acerto do carro é pessoal. Não adianta eu querer copiar o acerto de outro piloto que não vai resolver. Eu aconselho uma pessoa que vai começar a disputar rali que aprenda tudo sobre o carro. Assim ela conseguirá bons resultados nas competições. Pilotos de rali vivem de improvisações. As vezes você entra numa curva e o tipo de solo muda e você tem que se ajeitar nas condições mais adversas que aparecem durante uma prova. Piloto de rali tem que ter muita habilidade e dominar muito bem sua máquina senão não adianta nem entrar no carro que não vai conseguir bom desempenho”.
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