Rodrigo Molina Lopes é um apaixonado pelo basquetebol. Trabalhando na Associação Atlética Caldense ao lado de Júlio de Freitas, Molina é responsável pela equipe masculina que hoje começa a disputa da fase final do Jojuninho. O jovem treinador fala um pouco de sua história no clube, do qual ele se diz orgulhoso de ser o único que defendeu até hoje, tanto como atleta como instrutor.
O início
“Comecei no basquete em 1994 com 12 anos. Eu era sócio e passava as tardes no clube, quando um amigo me chamou para treinar basquete. Meu primeiro professor foi o Miranda, depois tive uma passagem de oito meses com o Edson e depois o Júlio, já com 14 para 15 anos. Disputei algumas competições até os 18 anos sempre defendendo as cores da Caldense. Cheguei a fazer testes para jogar em Alfenas, para atuar pelo Minas Tênis, mas acabei ficando por aqui mesmo”.
Instrutor
"Quando estava terminando minha passagem pela categoria cadete - o Edson era o coordenador de esporte - o Júlio estava precisando de um instrutor. Eu e meu amigo Rodrigo Naldoni começamos a ajudá-lo nos treinamentos. Estávamos sempre na Caldense pelo amor ao basquete. Neste mesmo período passei a cursar Educação Física e recebi o convite para ser instrutor definitivo de basquete no clube".
Evolução
“Com os vários campeonatos que conseguimos trazer ultimamente para Poços, junto com a Secretaria de Esportes e em conjunto com a coordenação da Caldense, tem crescido muito o interesse pelo basquete. A cada dia que passa conseguimos divulgar mais a modalidade e essa divulgação nos ajuda a ter mais atletas. Hoje é possível um garoto se interessar pelo basquete por ver um colega treinando no clube. Ele vem pela curiosidade e às vezes acaba treinando conosco também. Com a renovação do projeto da Petrobras acredito que ano que vem teremos mais horário de treinos e poderemos assim trazer mais crianças para o clube e para o basquete.”
Carência
“Um dos problemas que vejo em Poços de Caldas é que o único local que tem basquete é a Caldense. Nem a Secretaria de Esportes, nem outro clube têm uma iniciação esportiva de basquete. Isso para nós acaba sendo ruim, pois fica muito centralizado no clube. Seria muito bom se existisse uma iniciação em Poços como as que existem no futebol, com escolinhas espalhadas pela cidade. Se houvesse outros locais seria mais fácil aparecer novos talentos e assim melhoraria o time que representa a cidade nas competições importantes. Infelizmente o basquete ainda necessita de uma mídia maior. Na cidade a cultura é mais voltada ao futebol, que acaba ofuscando as outras modalidades, entre elas o basquete. Nosso vôlei, tênis de mesa sempre conseguem bons resultados, são comandados por grandes profissionais, bons atletas, mas sempre estão em segundo plano. Temos a sorte de termos na Caldense um grande incentivo do presidente, do conselho, mas ainda é pouco para a modalidade. É uma pena uma cidade tão grande como Poços ter basquete em apenas um local”.
Revelações
“Poços acaba de ter um menino, um jovem talento, convocado para a seleção mineira. O Renan Martins começou a jogar basquete com o Júlio na escola. O Júlio viu o potencial do menino e mandou ele treinar aqui na Caldense. Ele começou a jogar comigo, fez a parte de iniciação e passou a competir conosco. Desde o início notamos que ele era um diferencial no basquete, tem um estilo diferente de todos os atletas. Apostamos muitas fichas nele e deu certo. Após o Campeonato Integrado de Base ele foi chamado para a seleção mineira e pode participar do Campeonato Brasileiro. Ele está passando por uma fase de avaliação e estamos na torcida para que ele treine bem e fique no grupo final. Se ele se esforçar como se esforça aqui tenho certeza de que estará no time e representando Poços nessa seleção. Além do Renan temos boas revelações treinando conosco. Mas essa é mesmo nossa intenção na Caldense, formar os atletas e dar condições para eles representarem nossa cidade não só em Minas como no Estado de São Paulo. Temos hoje oito atletas que jogam para São João da Boas Vista na Liga Regional e isso mostra que nosso trabalho vem sendo bem aceito e a dedicação dos meninos é uma recompensa pelo trabalho dentro de Poços de Caldas”.
Jojuninho
“O Jojuninho é um campeonato que eu particularmente gosto muito, pois envolve garotos de 14 e 15 anos e essa é uma faixa etária que gosto de trabalhar. Esse grupo da Caldense está comigo desde pequeno. Minha expectativa para a fase final que começa hoje é ficar entre os quatro melhores. Vejo duas equipes muito fortes, que são as de São Sebastião do Paraíso e Varginha, muito competitivas. Nosso grupo tem condições de fazer um bom campeonato e pode brigar com essas equipes numa semifinal e quem sabe numa decisão. Ano passado não conseguimos a classificação pois estávamos com uma equipe mais nova. Acredito que esse ano vamos conseguir bons resultados. Se conseguirmos a meta de ficar entre os quatro depois vamos tentar novos horizontes dentro da competição e quem sabe até brigar pelo título”.
Treinos
“Hoje dentro da Caldense trabalho com três categorias. Essa categoria do Jojuninho, que é de competição, a intermediária e a de iniciação. Os trabalhos são para qualquer um dos meninos que se interessem pelo basquete em Poços de Caldas. Não precisa ser sócio do clube para fazer parte de nossa equipe de treinamento. Os interessados podem ligar no clube (3722-1110) que serão informados de como fazer parte de nosso time".
Família
“Minha irmã mais velha jogava basquete e isso me incentivou a praticar essa modalidade. Depois meu irmão mais novo também começou a praticar e isso deixa claro que o basquete está no sangue da nossa família".
Agradecimento especial
“Tudo o que sou hoje no basquete devo muito ao Júlio. Quando ele me chamou para trabalhar acreditou no meu potencial e confiou numa parceria que deu certo, ele sempre me incentivou. Até hoje aprendo muito com o Júlio e trabalhar com ele é uma das grandes motivações de minha vida. Somos muito unidos e temos em comum o amor pelo basquetebol de Poços de Caldas”.
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