sábado, 17 de março de 2018

Zezito fala pela primeira vez como gerente de futebol da Caldense

PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com

 Poços de Caldas, MG - Pouca gente sabe, mas, desde que foi desligado do cargo de treinador da Caldense, Zezito seguiu como funcionário do clube. Agora ele começa uma nova fase e assume o posto de gerente de futebol, um dos mais importantes. Ele assume o cargo nesta segunda-feira e será peça importante no time que disputará o Campeonato Brasileiro da Série D.

Mantiqueira - O que esperar de Zezito nesta nova função?
Zezito - É uma função que não é novidade para mim, já fui supervisor, gerente de futebol, coordenador, então assumo um posto na Caldense que já conheço bem. Vou procurar ajudar ao máximo, trabalhar ao lado da diretoria que confiou e continua confiando em meu trabalho.

Mantiqueira - A Caldense está economizando o máximo possível na montagem deste time, trazendo jogadores a custo zero. Como o senhor está lidando com esta situação?
Zezito - Na verdade vou me inteirar da situação apenas nesta segunda-feira, quando assumo o cargo. O convite foi feito muito recente e vamos sentar para conversar e aí vou saber realmente o que fazer. O problema agora é custo, o clube realmente não tem mais condições financeiras para manter um futebol caro e vamos no adequar. O Luizão começou este trabalho, fez os contatos e tenho certeza que mesmo com um time montado a baixo custo a Caldense será forte no Brasileiro.

Mantiqueira - Como o senhor vê o desmanche do time que montou para a temporada?
Zezito - Claro que vão fazer falta, muitos poderiam ter ficado, mas não ficaram devido ao não acerto com a diretoria, que se viu obrigada a reduzir os salários. Aos poucos teremos um novo time com potencial. As saídas de Omar, Anderson Rosa, Arilson, entre outros, serão bastante sentidas, poderiam ajudar muito, porém, cada um segue sua vida e nós vamos buscar repor com qualidade estas peças.

Mantiqueira - E como o senhor viu a campanha da Caldense no Mineiro? O técnico que o substituiu ficou muito feliz em escapar do rebaixamento, mas o senhor acredita que o time poderia ter ido além?
Zezito - Tínhamos um time em condições de ir muito mais longe do que apenas brigar para não cair. Fizemos um jogo de igual para igual com o Cruzeiro, quase tiramos o Fluminense da Copa do Brasil, depois, já sem meu comando, venceu o Atlético Mineiro na capital, enfim, este time não poderia mesmo ser ruim e estes resultados mostraram isto. O problema é que tinham pessoas por trás tumultuando demais e isto acabou prejudicando. Muita conversinha de bastidores no futebol nunca é bom e talvez se não tivesse existido isto este time certamente chegaria mais longe, se classificando entre os quatro para as finais do Mineiro. Mesmo com os problemas, quase conseguiu chegar, ficou de fora por critérios técnicos, ou seja, um time de qualidade.

Mantiqueira - É verdade que mesmo de fora o senhor conversava muitos com os jogadores e buscava incentivá-los?
Zezito - Isto é uma coisa que pouca gente sabe. Trabalhei demais para ajudar este grupo, buscar motivar a todos. Neste jogo contra o Uberlândia foi um dos que mais trabalhei, conversando com os atletas, os meus amigos da comissão técnica. A intenção era incentivar para que o time fizesse um bom jogo e deixa-lo em boa situação. Sofri demais por ficar de fora, mas agradeço muito a confiança da diretoria, o seu Toninho, o vice Rovilson, dois homens inteligentes, que deram todas as condições e no final foi bom para todos. Muita gente quando deixa um cargo importante tenta atrapalhar, eu não, minha ideia foi de ajudar. A Caldense sempre esteve e sempre estará no meu coração e tudo que eu puder fazer por este time eu vou buscar fazer.

Mantiqueira - Como o senhor viu a entrevista do Potita, que se sentiu prejudicado por tê-lo elogiado após o jogo contra o Atlético Mineiro?
Zezito - Este tipo de coisa existe no futebol e em Poços de Caldas infelizmente também existe. Tem gente que se diz torcedor da Caldense, mas no fundo quer apenas denegrir a imagem do clube e de pessoas que, no entender deles, não servem para o clube. No caso, o problema era comigo, mas o Potita acabou pagando o preço por ter me elogiado e isto ofendeu gente que não gostava de mim. O Potita não teve medo de falar. Todos queriam falar o que ele falou, mas com medo de retaliação ficaram quietos. O Potita não teve medo e acabou pagando por isto. Lamento que isto tenha acontecido, pois o problema, como disse, era comigo e ele acabou punido para mostrar a todos os outros que ficar de boca fechada às vezes é o melhor.

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