Poços de Caldas, MG - Após alguns imprevistos, Adilson Durvalino Fernandes conta como foi sua mais recente aventura. Famoso por desbravar a América do Sul sob duas rodas, ele esteve recentemente em terras bolivianas. O ciclista de Poços de Caldas passou por cidades como La Paz, Santa Cruz de La Sierra, Cochabamba e Coroico. Durante o percurso, ficou cercado de uma paisagem inesquecível, enfrentou adversidades do tempo e, como de costume, fez inúmeros amigos. Pedalando numa altitude de quase 5 mil metros, o ciclista se orgulha de ter feito o “Downhill da Morte”.
O desafio
Pedalar no altiplano da Cordilheira dos Andes foi a grande motivação para Fernandes embarcar na aventura. A maior parte do percurso foi justamente em altitudes que variaram de 3 a 5 mil metros, onde a parte física foi muito exigida. No alto de seus 51 anos, o ciclista passou por um teste de fogo e acabou reagindo muito bem nas condições adversas que enfrentou. Em compensação, na memória ficaram imagens belíssimas que jamais serão esquecidas pelo aventureiro. Fernandes começou a pedalar na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, saindo de uma altitude de 700 a 800 metros. No primeiro dia pedalando chegou a 1.700 metros de altitude. No segundo dia, na região de Cochabamba, a altitude é de 2.500 metros, uma variação que exigiu uma grande preparação física. O Downhill da Morte, desafio principal do ciclista, aconteceu perto de La Paz, onde ele enfrentou uma altitude de 4.600 metros acima do nível do mar. A chegada aconteceu em Coroico, também em solo boliviano.
O aventureiro
Aventureiro de coração, Fernandes já pedalou em boa parte do Brasil e também alguns países da América do Sul. Já viajou por todo o litoral brasileiro, do Oiapoque ao Chui, percorrendo aproximadamente 8.500 km de bicicleta. Chapada Diamantina (15 dias), Serra da Bocaina (8 dias), Serra da Canastra (8 dias), Serra Gaúcha e Serra Geral-SC (18 dias) e Rio do Rastro, São Joaquim (15 dias) são as principais aventuras do ciclista pelo Brasil, que ainda pedalou pela Cordilheira dos Andes, percorrendo cerca de 4.500 km entre Santiago, Argentina, Uruguai, sul do Brasil e Poços de Caldas. Ele ainda pedalou de Corumbá-MS até o altiplano boliviano, no lago Titicaca, foi até a cidade de Cuzco e Machu Pichu, no Peru, quando fez um trajeto de 3.500 km enfrentando uma altitude de até 4.950 m. O ciclista também possui um grande respeito na região, já que participa de algumas provas pelo sul de Minas e tem alguns títulos nacionais de mountain bike. “Acho que toda minha história é o maior incentivo para novas aventuras, como essa”. O atleta diz que vai documentar em fotos toda sua nova aventura.
Projetos
Após a Bolívia, o incansável ciclista não deseja parar. “Tenho projetos de conhecer a Venezuela, Equador, enfim, toda a América do Sul e Central. Quero ainda realizar uma exposição de fotografias destas minhas aventuras”, disse Fernandes, que há 10 anos se aventura por novos horizontes em sua bicicleta. “Já fiz pelo menos uma dúzia de viagens longas, dentro e fora do Brasil, e enquanto tiver saúde quero continuar nesta jornada”, finaliza.
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