quarta-feira, 17 de abril de 2013

Pugliese tenta conter a euforia do grupo

Poços de Caldas, MG - A Caldense se reapresentou ontem com o astral bastante elevado. O time derrotou o Atlético Mineiro e agora tem chances reais de se classificar para o G4. Para conseguir a vaga precisa vencer o América em Teófilo Otoni e torcer por derrotas ou empate do Tupi diante do Cruzeiro em Juiz de Fora e do Tombense para o América MG em Belo Horizonte.
O técnico Tarcísio Pugliese conversou com a imprensa ontem e destacou o bom clima vivido no momento. O treinador confia na vaga mas terá desfalques importantes. Confira a entrevista.

Mantiqueira - O clima está muito bom. Como será o trabalho para conter a euforia após a vitória diante do Atlético?
Tarcísio Pugliese - Este clima bom não poderia de ser diferente depois de uma vitória sobre um dos grandes do futebol brasileiro. Agora precisamos ter cautela e nos focarmos nas chances de classificação que ainda temos.  Neste momento não podemos errar. Temos que ter muito cuidado, pisar na vaidade para que as coisas se mantenham acontecendo. Que a gente continue jogando bem, se doando, pois é isto que está nos levando a conseguir os resultados.

Mantiqueira - E qual foi o tema da conversa antes do treino de terça-feira?
Pugliese - Conversamos sobre  o jogo e também sobre situações de logística para a partida contra o América, em Teófilo Otoni, Falamos sobre as viagens e também sobre situações internas que precisavam ser definidas. A tendência é que nosso time vá para Teófilo Otoni mais cedo. A distância é longa, a viagem desgastante, além do forte calor que nos espera. Temos que nos precaver em relação a tudo.

Mantiqueira - Este  grupo está mais unido hoje?
Pugliese - Esta união sempre existiu e é um ponto bastante positivo, não é agora com as vitórias que isto está acontecendo. Mesmo quando os resultados não eram aqueles que esperávamos no início do campeonato sempre achei que nosso grupo é muito bom. Nos momentos de dificuldades se percebe se o grupo é bom ou não. Quando se ganha é muito fácil, mas nas dificuldades é que se percebe quem está do nosso lado ou não.

Mantiqueira - Os resultados não esperados atrapalharam muito. Dá para se apontar onde se errou e onde as coisas não deram certo?
Pugliese - É difícil apontar algum fator. Sou bem claro em dizer que a equipe vinha jogando muito bem. Durante a semana me questionaram que se o time vinha atacando como eu dizia, porque os gols não saíam.  Infelizmente, futebol não é tão simples assim e não é em cada ataque realizado que acontece o gol. Em todos os jogos da Caldense neste campeonato finalizamos mais que os adversários. Apenas na partida contra o Tombense é que não fomos bem e eles finalizaram tanto quanto a gente ou até mais. Nas demais partidas fomos superiores, o que mostra que temos um time seguro defensivamente e bastante ativo no ataque.

Mantiqueira - Se acontecer do time ficar de fora da próxima fase seria uma injustiça pelo que apresentou durante todo o campeonato?
Pugliese - Agora temos que pensar que vamos vencer o América de Teófilo Otoni e é isto que vamos buscar.  Será um jogo dificílimo porque eles ainda têm chances reais de se livrarem do rebaixamento e quando se joga nesta situação a concentração e o foco de atenção são muito grandes. Precisamos em primeiro lugar da vitória e pensar que as coisas vão acontecer de uma forma que nos classifique. Este pensamento positivo é muito importante.

Mantiqueira - Como está a conversa sobre a participação do time na Série D do Brasileiro caso não fique no G4?
Pugliese - Na realidade as chances são as mesmas. Temos que passar o Tombense na classificação para conseguir a vaga para a Série D. Passando o Tombense automaticamente estaremos no G4, a menos que Villa ou Tombense desistam da competição nacional. Estamos conversando pouco sobre isto porque estamos pensando com muita seriedade no campeonato estadual.  Ficou bem claro para a gente desde o início do campeonato que se conseguíssemos a vaga a gente disputaria a Série D e acredito muito que isto vá acontecer de fato.
 Mantiqueira - Que avaliação você faz de sua primeira disputa de Campeonato Mineiro?
Pugliese - Está sendo um campeonato bastante positivo em todos os aspectos. Nunca tinha disputado o Mineiro e conhecer um futebol de um Estado novo é sempre interessante em todos os aspectos. Tive surpresas agradáveis com o futebol mineiro, o nível técnico e da arbitragem me surpreendeu positivamente e mesmo com erros e com a Caldense prejudicada em algumas situações o campeonato me surpreendeu positivamente. Com relação às críticas estou acostumado pois na maioria dos clubes que chego sempre existe um questionamento inicial pela forma de trabalhar e de jogar serem diferentes e tudo que é diferente gera um impacto e estranheza de parte de quem vê, de quem não conhece. Vejo a crítica inicial bastante normal e aceito. O que não aceito é a crítica infundada, insensata e feita de uma forma que atinge não o profissional, mas o ser humano. Este tipo de crítica não aceito e tomo as atitudes necessárias.

Mantiqueira - Você não terá Cris e Maxsuel contra o América. Como será substituir estas duas peças importantes do elenco?
Pugliese - Qualquer atleta que fica de fora faz falta. Contra o Atlético tivemos a ausência do Júlio e do Feijão que foram bem substituídos pelo Plínio e pelo Rodrigo. Cometeram alguns erros, como o pênalti que o Rodrigo fez, mas isto é do jogo. Qualquer jogador que deixe de estar à disposição fará falta e não será diferente em relação ao Maxsuel e ao Cris.

Mantiqueira - No começo do campeonato você andou discutindo com alguns torcedores. O tempo passou e no jogo diante do Atlético o torcedor apoiou o tempo todo e chegou a gritar seu  nome. Como foi este momento?
Pugliese - Este tipo de atitude nos deixa contentes. O torcedor pode ajudar demais. O torcedor da Caldense sofre muito, o time tem uma estrutura fantástica mas carente de bons resultados, carente de boas campanhas e com isto a torcida fica desconfiada. Ela está acostumada a ver as coisas não darem certo e no começo acha que realmente não vão dar. O torcedor tem que ter consciência de que faz parte do jogo e se ele ajuda, incentiva, ele colabora com o resultado. Se ele atrapalha nosso trabalho também é dificultado. O torcedor precisa ter este conhecimento e saber que pode ajudar ou atrapalhar. Se ele quer o resultado o mais coerente é apoiar o time o tempo todo, como fez domingo contra o Atlético. As cobranças que venham depois do jogo e aí não atrapalha a equipe.

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