terça-feira, 3 de outubro de 2017

A implacável busca da Caldense pelo 1º título de campeã do interior

RENAN MUNIZ
Lama Verde

Poços de Caldas, MG - A Caldense era um dos times mais competitivos de Minas Gerais na década de 60, mas por ser uma equipe amadora/semi-profissional, encontrava algumas barreiras que dificultavam seu desenvolvimento. Quando a Veterana subiu para a Divisão Especial do Campeonato Mineiro em 1972 e profissionalizou o departamento de futebol, seu objetivo principal passou a ser se consolidar como a terceira força do estado.  Dessa forma, a potente diretoria formada por Luiz Sodré, Geraldo Martins Costa e Sebastião Navarro passou a se empenhar com muito afinco para trazer alegrias aos torcedores.
A primeira participação da Caldense na divisão principal foi muito positiva. A equipe terminou na quinta posição, atrás de Cruzeiro, Atlético, América e Atlético de Três Corações. O time contava com o inesquecível trio Toninho, Paulinho e Serginho, sendo que os dois primeiros foram os artilheiros da equipe com cinco gols cada. O desempenho da equipe motivou ainda mais os dirigentes, jogadores e torcedores para a temporada seguinte. Todos sabiam do potencial da Veterana e apostavam em uma grande campanha.
O elenco estava recheado de craques como Buzuca, Neto, Luiz Carlos Beleza, Aílton Lira, Arnaldo, Jota Lopes, Ganzepe. Mas já não contava com o trio de sucesso do ano anterior, pois Toninho, Paulinho e Serginho foram negociados com o Atlético-MG. O Verdão terminou a primeira fase em segundo lugar e avançou às semi-finais. Mas não fez uma boa sequência de jogos, foi desclassificado e terminou a competição na sétima colocação.
Essa temporada serviu como experiência para o ano de 1974. O time manteve a base e se reforçou. Chegaram peças importantes para o time de Juquita, como Cafuringa e Jeremias. Naquela época o Campeonato Mineiro acontecia no segundo semestre com um formato bem diferente do atual. Porém, antes dele, a Federação Mineira de Futebol decidiu organizar uma competição de pontos corridos denominada Copa Sul-Triângulo, que reuniu times do Sul de Minas e do Triângulo Mineiro, como Nacional de Uberaba, Atlético de Três Corações, Uberlândia, entre outros. A Veterana foi absoluta e conquistou o título com uma campanha quase perfeita. Em doze jogos, venceu 6, empatou 5 e perdeu apenas 1. Marcou 23 gols e sofreu 5. Cafuringa se despontou como artilheiro com incríveis 11 gols.
A competição foi crucial para dar entrosamento à equipe, que chegou afiada ao Campeonato Mineiro. Logo na estreia, a Caldense derrotou o Atlético-MG por 2 a 0. Em seguida, conseguiu importantes vitórias fora de casa e avançou para a semi-final da primeira etapa, onde venceu quase todos os adversários, inclusive o Cruzeiro por 1 a 0. Dessa forma se classificou para a segunda etapa juntamente com outros sete times, que se enfrentaram em dois turnos. A Veterana derrotou o América por 1 a 0, superou novamente o Atlético, dessa vez por 2 a 1 e fez grandes triunfos contra Villa Nova e Nacional.
No segundo turno o Verdão foi goleado por Galo e Cruzeiro, mas não perdeu para nenhum outro time. O campeonato terminou e a Caldense enfim alcançou seu objetivo. Terminou a competição na terceira posição, atrás apenas de Cruzeiro e Atlético. Se tornou campeã mineira do interior e a terceira força de Minas. No total foram 27 jogos, 15 vitórias, 5 empates e 7 derrotas. 32 gols a favor e 24 contra. Cafuringa foi o artilheiro com 12 gols e Aílton Lira o vice com 8. Era a primeira das sete conquistas, que vieram novamente em 75, 76, 96, 2002, 2004 e 2015.

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