Me chamou a atenção, esta semana, uma entrevista do doutor Sócrates, ídolo do Corinthians e da seleção brasileira na década de 80. Perguntado sobre o que mais lhe fazia falta dos tempos em que jogava bola, sua resposta foi direta: “Sinto falta do futebol. Hoje, o que se pratica no mundo não é futebol”. O doutor tem razão. Nada que se vê hoje em dia chega perto do que se praticava há 20 anos. O que se vê é uma máscara completa. Não estou me referindo ao tipo de máscara que o Neymar, infantilmente e por desconhecimento de regra, usou quarta-feira para comemorar um gol, mas sim uma máscara no sentido de se fazer tudo para aparecer. Até na hora de comemorar um gol o jogador hoje passa dos limites quando balança as redes, tira a camisa e sai correndo exibindo tatuagens e músculos para uma torcida de garotas e garotos que ficam enlouquecidos na arquibancada. Um gesto de gosto duvidoso e que mostra um ego estúpido destes jogadores. Alguém já viu craques como Zico, Sócrates, Rivelino, Pratini, enfim, verdadeiros jogadores de futebol, comemorar um gol sem camisa? E de máscara? Nunca. Tinham classe até neste momento. A comemoração de Pelé com um pulo e um soco no ar se tornou marca mundial. O futebol de hoje é baseado em pura força física e quase nada de técnica. Uma pena. Quanta saudade do verdadeiro e bom futebol. Parece que ele acabou definitivamente. O futebol da atualidade parte ainda para terrenos mais perigosos. Torcedor do São Paulo é bambi (viado), torcedor do Corinthians é bandido, Palmeirense é porco. Se o jogador é negro, atira-se uma banana em campo. Assim se resume o comportamento nas arquibancadas do mundo agora. Claro que estamos falando de uma minoria, mas que ameaça pessoas de bem, que a cada ano se afastam dos estádios. Esta minoria ainda é incentivada por jogadores irresponsáveis, que se aproveitam da fama para pregar mais uma discórdia. O apelido de bambi, motivo de provocação para todo torcedor do São Paulo, surgiu de Vampeta, que insistia em provocar o rival chamando-o pelo nome do famoso personagem da Disney, um veadinho. Justamente Vampeta, que por ser negro já deve ter sofrido uma infinidade com racismo. Esta semana, durante o programa CQC da Bandeirantes um repórter brincou com Cleber, do Palmeiras, pelo fato dele estar invadindo os vestiários do time justamente quando eles estavam tomando banho. “Se você não for são-paulino, a gente não corre risco”, disse Cleber ao repórter. Lamentável.
Atlético MG - Esta semana escrevi em um artigo que apenas o Cruzeiro está destoando dos demais times do Campeonato Mineiro e jogando um bom futebol. Recebi alguns e-mails de torcedores do Atlético Mineiro protestando e achando que desrespeitei o time do Galo. Segundo eles, o Atlético é grande e favorito ao título estadual. Minha intenção não era ofender, mas sim relatar o que vejo. O time do Atlético é bastante limitado e a eliminação para o fraco Prudente da Copa do Brasil é prova disto. O Atlético, para ser campeão mineiro, terá que contar com uma queda de rendimento muito grande do Cruzeiro, caso contrário não vai conseguir. Faz muito tempo que o time vive da fama de grande, porém, futebol de time grande se foi há alguns anos.
Caldense - A Caldense enfrenta justamente o Atlético neste final de semana. O time de Poços ainda tem chances de buscar a vaga para a Série D e para isso precisa vencer o rival em casa. Pelo momento dos times, pode ser que a Caldense consiga seu objetivo. O Galo está em crise e a Caldense pode aproveitar o fator campo para faturar os três pontos. O time de Roberto Fonseca, no entanto, precisa confiar em si mesmo e tomar proveito do momento conturbado do Galo. Se o Atlético jogar a bolinha que jogou contra o Democrata e Grêmio Prudente, as chances de uma vitória da Caldense são reais.
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